Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Ontem í noite, depois de metido o Tiago na cama e apesar de estar com uma constipação que me fazia sentir vítima de atropelamento por um Abrams, fui até ao Jumbo fazer compras que já faziam falta.
Aproveitei para usar o sistema Quic Plus que é, de facto, fantástico. Mas não é sobre isso que quero falar, é sobre educação.
Estava pouquíssima gente no jumbo ontem, o que fez com que me cruzasse com as mesmas pessoas várias vezes e me tenha apercebido melhor do que estavam a fazer e como se comportavam.
E lá andava uma família com crianças, uma delas mais pequena que queria, obviamente, andar a explorar. Eu estou ciente que o Tiago ainda não faz isto e que deve ser extremamente difícil fazer compras num hipermercado enquanto se tenta gerir um miúdo de 3 anos que quer andar por todo o lado e mexer em tudo.
No entanto, a táctica daquele pai para gerir o filho era absolutamente desprezível: basicamente meteu-lhe medo com um qualquer “senhor” que por ali andava atrás dele. E sempre que o miúdo se afastava meio metro, lá vinha o pai: “olha, cuidado! o senhor está mesmo ali ao virar da esquina, ele agarra-te!”
E depois dizia-lhe que não podiam dar tréguas ao “senhor”, porque ele andava por ali.
É a velha história do homem do saco, do papão, da polícia e mesmo do senhor doutor que vem aí e dá-te uma pica.
O que é que este pai espera ganhar com isto? Controlo do filho, durante hora e meia, no hipermercado, metendo-lhe medo?
Parece-me simplesmente mais um caso de preguiça: dá demasiado trabalho gerir a situação e portanto é muito mais fácil ir plantando medos e inseguranças na cabeça da criança para poder comprar arroz e batatas em paz e sossego.
Sinto o mesmo quando oiço falar em pessoas que dão tudo aos miúdos num biberão: a sopa, a papa… í s tantas até a carne e o peixe vão passados em sopa para irem pelo biberão. Dar í colher dá trabalho, não é? Dar í mão é sujo. Pois é, que chatice.
Para a próxima vez comprem um carro ou um telemóvel… um filho requer um bocadinho mais de investimento.
Pois é… e o mesmo se aplica a uma série de coisas, por exemplo, uma amiga minha que respondeu ao filho (2 anos e meio) que lhe pediu para fazer cócó: “faz na fralda!” Está bem que não estava em casa dela, mas bolas… a minha casa também tem sanita!!!
Ok, eu percebo o teu ponto de vista, e concordo. Mas.
Nem toda a gente tem essa sensibilidade, essa formação, essa preocupação, esse conhecimento que tu tens (e eu, já agora).
O senhor faz aquilo que fizeram com ele. Achas que alguma vez leu um livro sobre pedagogia ou métodos educativos? Lê a Bola e já goza. A “esposa” a mesma coisa, mas versão Maria e pronto. Confiam nas mãezinhas para lhes dizerem como é que se fazem as coisas, e está a andar.
Tu fazes parte de uma minoria. Esclarecida, mas minoria mesmo assim.
O senhor é displicente e negligente com a educação e formação do filho? Provavelmente, mas não de forma propositada. Aquilo é o que ele sabe fazer. Não tem culpa de ser burro.