Watchmen

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Sairam recentemente cinco fotos dos Watchmen cinematográficos e devo dizer que estão fabulosos. Acho que não era nada fácil pegar na arte do Dave Gibbons e fazer fatos interessantes, com o seu quê de camp, mas sem parecerem completamente ridí­culos nos dias que correm.

Ao que parece, a equipa que está a produzir o filme, conseguiu esse feito, pelo menos para os personagens revelados: The Comedian, Nite-owl, Ozymandias, Rorscharch e Silk Spectre.

As fotos, a não perder, aqui.

[tags]watchmen, movie, filmes[/tags]

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A besta

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Depois de meses e meses a aturar uma vizinha de cima completamente histérica, que grita com o marido e grita com as filhas de manhã, í  noite e de madrugada, resolvi que era altura de fazer alguma coisa.

A cena passou-se na segunda-feira passada. Depois de termos decorado a sala para o aniversário do Tiago no dia seguinte, fomo-nos deitar, perto da meia-noite. Não demorou muito para que se começasse a ouvir aquela voz que já se tornou para nós insuportável.

Ouve-se quase sempre apenas a mulher. Raras vezes ouvimos a voz do seu suposto interlocutor – ela domina amplamente, em termos de volume.

O tom foi subindo, o tempo passando e nós sem conseguir dormir. Por volta das vinte para a uma da manhã já se percebiam as palavras: “se quer dinheiro me pede, não tira da minha bolsa”, “você tá mentindo, não mente p’ra mim!”

Quase í  uma, qual velhinha, peguei no meu bastão de bambu e bati repetidas vezes no tecto, sem qualquer efeito. Voltei a deitar-me, mas estava a fervilhar. Não sei como é que aquela famí­lia aguenta aquela mulher – eu já a tinha empurrado da janela do nono andar abaixo, como quem não quer a coisa.

Os gritos continuaram até passar da uma, sempre acompanhados de passos de um lado para o outro da casa, daqueles que é preciso estar a fincar os pés no chão para ecoar daquela maneira. Ocasionalmente batia uma porta ou era arrastada uma cadeira.

Qualquer coisa no meu cérebro fundiu; peguei na chave e saí­ porta fora. Enquanto subia a escada, a senhora gritava, ouvindo-se no prédio inteiro: “eu não tou gritando! eu não tou gritando!”.

Cheguei lá acima e bati na porta com alguma violência (justificada, parece-me). Nem dois segundos passaram sem que tivesse ouvido praticamente todos os insultos possí­veis de formular usando apenas a lí­ngua portuguesa e um sotaque sul-americano. A porta nunca chegou a abrir-se e depois de me ter sido insultada a mãe e sugeridas práticas sodomitas a senhora lá se justificou: “não vê que eu estou nervosa?!”

Bom, foi isso que ela disse ou “Não vê que eu estou nervosa, seu cabrão!”, algo nessas linhas.

Ah bom! Está nervosa! Pois claro… quem sou eu para estar incomodado com a gritaria diária da senhora, das seis í s duas da manhã se ela está, evidentemente, nervosa? Que falta de respeito a minha.

Voltei para baixo sem abrir a boca. Confesso que a coisa decorreu precisamente como eu esperava. Aquela gente é ralé digna da favela e não compreendo como estão a viver num bairro residencial pacato de Almada. Só não esperava que lhe faltasse a coragem para abrir a porta.

Na altura devia ter dito qualquer coisa de volta, provavelmente, mas a verdade é nem consegui reagir. Passados alguns minutos a tipa lá se acalmou e ouvi-a abrir a janela da varanda, provavelmente para ir apanhar ar a ver se lhe passavam os nervos.

No dia seguinte as coisas estiveram calmas, mas na quarta-feira de manhã acordei novamente í s sete com aquela voz nojenta aos gritos. Termina todas as frases com um “tá?” ou um “viu?” e, pelos vistos, vive na ilusão de que não grita, apesar de se ouvir na escada toda.

Ontem foi dia de reunião de condomí­nio onde a Dee foi, enquanto eu dava banho ao Tiago e, ao que parece, toda a gente se queixa dos nossos vizinhos favoritos: as duas gémeas adolescentes só fazem porcaria, a sua doce mãezinha é uma besta gritadora e toda a famí­lia parece gostar de atirar lixo pela janela. E por lixo não estamos a falar de sacudir uma toalha de mesa: são mesmo sacos de lixo que são lançados pela janela.

Elegante.

Aconselharam-me, há tempos, a ir lá acima falar com a senhora, educadamente. Para não criar imediatamente conflitos, tentar resolver a coisa diplomaticamente. Já fui. Segue-se a PSP.

Pode ser que da próxima vez que grite “filho da puta”, através da porta, esteja um polí­cia do outro lado. Acho que os polí­cias gostam í  brava de ser chamados nomes.

[tags]vizinhos, barulho[/tags]

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Tiago, 1 ano

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Parece-me que é obrigatório dizer que nem acredito que já passou um ano e essas coisas todas. E é verdade; estou farto de o repetir: os seres humanos, sendo tridimensionais, têm muita dificuldade em apreender o conceito de tempo.

É por isso que temos estas construções: um ano. Uma volta da Terra em torno do Sol e o Tiago já tem 79 cm de altura e pesa quase dez quilos. Já passa muito tempo a desfolhar os seus livros, já faz piadinhas como fingir que espirra. Já come sozinho, carrega em botões, põe-se de pé, anda apoiado e trepa – ontem quase saiu da banheira sozinho, o raio do puto.

O Tiago é um puto muito porreiro. É divertido e bem disposto a grande maioria do tempo. Tem dias maus, mas isso todos temos e a verdade é que geralmente ele está cheio de energia, curiosidade e vontade de brincar.

Hoje o dia não começou especialmente bem para ele, porque, infelizmente era dia de consulta no pediatra. Apenas as primeiras consultas do Tiago correram pacificamente e ele chegou mesmo a sorrir para o médico. Mas a partir de uma certa altura a coisa virou berraria desde que é deitado na marquesa até que lhe pego ao colo no final.

Está tudo bem com ele, que é o que é preciso e daí­ para a frente o dia correu bem. Tinhamos a casa decorada com balões e bonecada nas paredes e ele achou piada. A meio da tarde recebeu a visita dos tios Marta e Flip e recebeu prendas dos pais. O conceito das prendas ainda não está muito bem definido na cabeça dele, mas com alguma ajuda já vai rasgando os embrulhos.

É claro que o mais interessante é mesmo o papel de embrulho e há que tentar comer uns pedacinhos, só para testar o sabor.

Depois de uma sesta, começou a festa. Eu comprei frangos no churrasco e apareceram os avós e os tios com prendas. Correu tudo bem: ele adorou o frango assado, não disse que não ao bolo de anos e divertiu-se com as mais variadas prendas.

Às nove e meia estava completamente esgotado e começou a ficar rabugento e agarrado í  mãe. Foi directo para a cama e dormiu non-stop até í s dez e tal da manhã do dia seguinte.

Foi um bom primeiro aniversário. A nossa casa não fica nada mal decorada com balões e cheia de brinquedos por todo o lado. Gostei e melhor ainda: acho que o Tiago também.

[tags]tiago[/tags]

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Da brutalidade

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

O par de faixas “Deep water”/”Machinegun” (Portishead – “Third”), é provavelmente das coisas mais brutais que já ouvi nos últimos tempos.

A primeira parece uma radio song dos anos 20, com ukelele e coro masculino e a segunda é um monólito electrónico-psicadélico que aos 2:40 dispara de intensidade e culmina num lead mono de sintetizador digno de um filme série B dos anos 80.

Começo a arrepender-me de não ter comprado bilhetes para o concerto.

[tags]portishead, third, deep, water, machine, gun[/tags]

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Portishead – Third, take 2

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

OK, já ouvi o third umas quantas vezes e a minha conclusão é: os gajos largaram a erva e o álcool neste álbum. Sim, sem dúvida: dedicaram-se ao LSD.

O disco está cheio de ritmos hipnóticos, minimais e repetitivos – um gajo entra em transe. Há faixas que não estariam minimamente deslocadas num álbum de 68 dos Pink Floyd.

Depois há uma secção do “Machinegun” que encaixaria na perfeição na banda sonora do Terminator.

Ou seja: não é o Dummy. Mas é muito bom.

[tags]portishead, third[/tags]

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Watchmen

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Sairam recentemente cinco fotos dos Watchmen cinematográficos e devo dizer que estão fabulosos. Acho que não era nada fácil pegar na arte do Dave Gibbons e fazer fatos interessantes, com o seu quê de camp, mas sem parecerem completamente ridí­culos nos dias que correm. Ao que parece, a equipa que está a produzir o filme, […]

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A besta

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Depois de meses e meses a aturar uma vizinha de cima completamente histérica, que grita com o marido e grita com as filhas de manhã, í  noite e de madrugada, resolvi que era altura de fazer alguma coisa. A cena passou-se na segunda-feira passada. Depois de termos decorado a sala para o aniversário do Tiago […]

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Tiago, 1 ano

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Parece-me que é obrigatório dizer que nem acredito que já passou um ano e essas coisas todas. E é verdade; estou farto de o repetir: os seres humanos, sendo tridimensionais, têm muita dificuldade em apreender o conceito de tempo. É por isso que temos estas construções: um ano. Uma volta da Terra em torno do […]

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Da brutalidade

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O par de faixas “Deep water”/”Machinegun” (Portishead – “Third”), é provavelmente das coisas mais brutais que já ouvi nos últimos tempos. A primeira parece uma radio song dos anos 20, com ukelele e coro masculino e a segunda é um monólito electrónico-psicadélico que aos 2:40 dispara de intensidade e culmina num lead mono de sintetizador […]

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Portishead – Third, take 2

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OK, já ouvi o third umas quantas vezes e a minha conclusão é: os gajos largaram a erva e o álcool neste álbum. Sim, sem dúvida: dedicaram-se ao LSD. O disco está cheio de ritmos hipnóticos, minimais e repetitivos – um gajo entra em transe. Há faixas que não estariam minimamente deslocadas num álbum de […]

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