Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Odeio pagar impostos. Não consigo livrar-me da sensação de que a maioria deles são desnecessários e apenas existem por má gestão do Estado ou por puro e simples roubo.
É que em Portugal, só para dar um exemplo, o Estado tem uma das maiores frotas automóveis de qualquer Estado Europeu e muitas vezes com carros mais luxuosos do que a maioria dos seus homólogos.
Mais: quando um novo ministro ou secretário de Estado toma posse, uma das suas medidas típicas de gestão do gabinete, é a substituição das viaturas. Não interessa que o seu antecessor tivesse í sua disposição um BMW série 7, se o novo ministro preferir Mercedes, mandará comprar rapidamente um Classe S. Até porque não vai querer sentar o rabinho onde o outro seboso andou a roçar-se.
E, lamentavelmente, parte dos nossos impostos servem para este joguinho de cadeiras – só que as cadeiras são aquecidas, reguláveis electricamente, em cabedal e com ar condicionado individual.
Pagamos IRS, um imposto sobre o nosso rendimento que, injustamente taxa da mesma maneira pessoas com salários mensais brutos de 5 mil euros ou 50 mil. Num país em que se acha que 5 mil brutos é, basicamente, ser rico, estamos mal.
Pagamos IVA sobre o que compramos. A taxa vai baixar í razão de 1% por cada ano antes das eleições. OK, pior seria se subisse, mas pronto.
Pagamos, na nossa gasolina, um imposto sobre produtos petrolíferos e depois, sobre esse imposto, IVA.
Pagamos também um imposto automóvel e sobre este, IVA (isto ia mudar, ou não?). Mas não interessa se muda: temos que pagar imposto para ter carro; depois, temos que pagar imposto para andar com o carro – o de circulação – mesmo que o carro esteja parado. OK, sobre o carro: imposto na compra, imposto para circular e imposto sobre o combustível, é tudo.
Hum… não, não é tudo: há as portagens – mais um imposto para podermos circular em determinadas estradas e pontes e as inspecções periódicas, sobre as quais pagamos IVA.
Bolas! Já começa a pesar…!
Obviamente, quem fuma lá paga mais um impostozinho, quem tem empresas é praticamente assassinado com impostos, incluíndo o magnífico pagamento ESPECIAL por conta (é especial, porque é especialmente imbecil), que é assim uma espécie de consumo mínimo das discotecas: queres montar um negócio, no mínimo pagas isto todos os anos e se quiseres o pilim de volta… é só pedires que após uma suave auditoria fiscal, a gente dá-to.
Sem juros, claro.
Tudo isto porque hoje estive a preencher o meu IRS e, sinceramente, fiquei um bocado amofinado.
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