Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Há uns dias atrás escrevi um post sobre como diversos sistemas de transportes públicos na Capital poderiam ser melhorados. Mas escrevi-o com tal tom de crítica que surgiram alguns comentários fazendo-me ver que noutros países da UE, mais ricos e, teoricamente, avançados que o nosso, a situação é bem pior: ou não existem passes, ou outras formas de acesso facilitado a vários transportes, ou não são possíveis operações para nós mundanas com pagar contas no multibanco.
Tudo isto deixou-me a pensar sobre um velho tema. É o tema do produto nacional. Na minha opinião, o principal produto nacional é o queixume. É o que mais se produz em Portugal: queixas. Toda a gente se queixa. Também se produzem muitas opiniões, mas aí a coisa já é mais partilhada: pode parecer que toda a gente tem uma opinião, mas a verdade é que duas ou três pessoas têm opiniões e todo o resto da população pede essas opiniões emprestadas.
Mas queixas, toda a gente tem, pelo menos uma e, na maioria dos casos, montanhas delas.
Eu sou português e, portanto, sofro do mesmo mal: o mal de dizer mal. Isto já não é novidade nenhuma para ninguém, devem ter sido escritos volumes sobre este assunto; mas deu-me uma ideia: então e se eu tentasse escrever, digamos, dez posts, apenas dizendo bem de Portugal?
Seria um grande desafio! Dez posts, que não precisam de ser consecutivos, mas que façam todos parte de uma série em que eu me dedique a elogiar uma qualquer faceta do nosso país.
E não vale a pena elogiar Portugal como território… isso seria fácil e pateta demais: ah as praias isto, as montanhas aquilo. Nada dessas pieguices. Terei que encontrar motivos para elogiar uma qualquer faceta do país, enfim, da Nação, sem recorrer ao Sol e aos verdes prados.
Será possível? Stay tuned.
[tags]portugal[/tags]
Vou dar uma ajuda (se isto não for viciar o jogo):
-a cobardia do nosso governo faz com que dificilmente tenhamos que enfrentar uma guerra;
-as nossas estações de metro são das mais limpas e com melhor aspecto que já vimos;
-a nossa gastronomia é a melhor que conheço e não esquecer que somos um país de vinhos de excelência;
-temos o Cristiano Ronaldo, tivémos o Eusébio, o Paulo Futre, o Figo, o Gomes, …;
-aventurámo-nos por esse mar fora e “descobrimos” o mundo e isso fornece-nos um património histórico excepcional;
-Somos dos poucos países que, chegados ao aeroporto de Lisboa, em cinco minutos colocamo-nos no centro da capital (mas parece que isto vai acabar…)
-somos um país cortês para qualquer estrangeiro que se abeire de nós;
-facilmente contraímos empréstimo para comprar casa, ao passo que noutros países o vulgar é alugar eternamente;
Já tenho 8… pensa tu no resto! hehehe
a via verde! :)
Podes já começar por mim. Portugal é o país onde nesceu e actualmente reside o Chichas. E o Mourinho, e o Berardo.
Susana: achas que não entramos em guerras porque o nosso Governo é cobarde?! Essa é das afirmações mais estranhas que já ouvi nos últimos tempos.
Xiça, se é por cobardia… espero que continuem a ser uns cobardolas por muitos e bons anos.
Obrigado pelas ideias, talvez pegue nalguma, talvez não :-)
Ana: a Via Verde rula.
Chichas: tu não te metas no mesmo saco que essas duas bestas. O teu dedo mindinho vale mais, como pessoa, do que eles os dois juntos.
O teu dedo mindinho é um gajo porreiro.
Aguardo ansiosamente os 10 posts de bem dizer. Penso que é um grande desafio, mas alguém tem que começar a romper o círculo de queixas tão típico do nosso povo. Um exemplo: Os portugueses em França queixam-se que demoram 48 horas a receber o passaporte português. Um francês demora um mês (no mínimo) até receber o mesmo documento.
Excelente iniciativa.
Pá… pode parecer estranho essa cena da cobardia. Eu também prefiro que sejam cobardes por muitos e longos anos, mas é verdade.
O que achas que acontecerá se realmente descobrirem petróleo em Aljubarrota? (ahahaha) De certeza que vamos ser invadidos e, graças í cobardia geral, dizemos “boa, boa! queremos ser espanhois ou americanos, ou whatever! só não nos chacinem…” E ainda bem. Prefiro ser americana que chacinada (chama-me cobardolas, vá!)