Hino í  estupidez

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Entro no SAPO e deparo-me com uma notí­cia que linka para um artigo que diz assim:
“Obesidade contagiosa

Um ví­rus comum que causa gripes e conjuntivites pode ser também o responsável pela obesidade”

Mas o que se passa aqui? O mundo enlouqueceu?

Bom, o mundo talvez não, mas os americanos sem dúvida que sim. É que esta notí­cia vem no seguimento de um estudo efectuado na Universidade do Louisiana que relaciona infecções com o ví­rus AD36 com a obesidade.

Os americanos estão obcecados com a obesidade. Não admira, já que são um paí­s de gordos nojentos. Quem nunca viu um americano alimentado a junk food a bambolear-se pelas ruas de Nova Iorque, ainda não viu um gordo.

Vale a pena consultar esta página e ver o mapa que mostra a evolução da prevalência de obesidade em adultos desde 1985 até í  actualidade. E assim se explica que os americanos estejam doidos para encontrar respostas para a obesidade que, magicamente, a possam resolver.

É um ví­rus! Assim podem fazer vacinas ou anti-virais ou, como continua o artigo referido:

“(…)Pois nós deixamos-lhe aqui um novo e surpreendente conselho que lhe poderá vir a ser muito útil no futuro: «Lave as suas mãos».”

LAVAR AS MíƒOS! Ora aí­ está a solução. Com as mãos bem lavadas há menos riscos de apanhar um horrí­vel ví­rus que nos fará engordar. Porque a obesidade não tem nada a ver com comer que nem um porco. Nada. Porque:

“Especialistas da Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos, concluí­ram que o adenovirus-36 (AD36), um ví­rus comum, responsável por gripes e conjuntivites, pode ser também causador de obesidade.”

Já viram bem, no mapa, qual é um dos estados que está sempre í  frente dos outros em obesidade? Precisamente o Louisiana.

Tenho lido muito ultimamente sobre alimentação de bebés, por razões óbvias. E é gritante como os artigos americanos mencionam constantemente os riscos de obesidade. As causas espreitam a cada esquina: o que comes durante a gravidez, o que comes durante o aleitamento. Não é que não faça algum sentido… mas faz muito mais sentido para mim não deixar os putos comer McDonald’s ao almoço, lanche e jantar.

Haverá razão para a obesidade que não o encher da pança. Acredito. Mas também acredito que essas outras razões são insignificantes quando comparadas com a razão principal.

As pessoas ficam gordas porque comem que nem bovinos e não fazem exercí­cio.

Párem de procurar ví­rus, influências maléficas, infecções oportunistas, mudanças de clima ou hipnose de massas. Não é nada disso, é a comida!

Parem de comer, suas bestas!

[tags]obesidade, idiotice, americanos, jornalismo, treta[/tags]

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Come Tiago!

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

A aventura começou na sexta-feira, quando o Tiago decidiu que agora se alimenta sozinho e que, ainda por cima, prefere comida sólida a essas porcarias espapaçadas que lhe andamos a impingir.

Evidentemente, o Tiago tem muita vontade mas ainda pouca coordenação, pelo que muita da comida falha o alvo e que qualquer engasgadela é resolvida com um pronto vómito que deita por terra todo o esforço de o alimentar.

Mas diria que, de ontem para hoje, a coisa melhorou já um bocadinho. Comeu peixe, batatas e cenoura, fruta do boião, sopa de legumes com frango, esparguete e pão. Conforme lhe apetecia, ia tirando comida do prato, ou lá aceitava uma colherada de sopa, ou chuchava na cí´dea.

Foi precisamente um pedaço de pão que se lhe entalou na garganta levando ao inevitável vómito. Mas até aqui a coisa correu melhor. Vomitou… e continuou a comer. Acabou a fruta, comeu mais um bocado de sopa, pão e mais uns farelos de comida sólida.

E nós aprendemos rapidamente a divertir-nos com tudo isto. Não come tão bem, faz uma granda chafurdeira, mas é uma alegria ver o nosso filho a querer aprender coisas novas e ganhar independência.

Como, felizmente, a maminha da mamã continua prolifera e alimentí­cia, não há problema e com o tempo ele lá há-de aprender a mastigar melhor, a levar melhor a comida í  boca e… quem sabe, a perceber a função da colher que mantém firme na mão direita a refeição inteira.

[tags]tiago, comida[/tags]

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Tiálogos XV. A evolução.

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

A última vez que escrevi, tinhas feito há pouco tempo seis meses. Agora, aproximas-te perigosamente dos nove, sem grande piedade.

De um dente tí­mido, passaste a quatro, bem visí­veis e funcionais: já dás conta de uma bolacha quase inteira, usando habilmente os dentes para lhe arrancar pedaços.  Bom, eu consigo comer uma bolacha inteira de uma só vez e tenho trinta e tal dentes. Mas não vamos por-nos com estas rivalidades pai-filho já.

Parece, portanto, que comer, para ti, é assunto arrumado. Mas não é.

Na sexta-feira passada, depois de teres passado uma semana a vomitar quase diariamente, pelo menos uma das refeições, decidiste que comer já não era para ti. Assim, de um dia para o outro deixaste de querer comer. A sopa, que nem sempre era fácil, admitamos, recusaste. A papa – de que nem desgostavas – cuspiste fora. E a fruta, que nunca sequer pensaste recusar, mandaste-a comer í  tua mãe.

No Sábado fomos a casa dos teus avós paternos, para festejar o aniversário da tua tia Marta e tu, que já tinhas rejeitado a sopa e a fruta em casa, emborcaste arroz de frango e cí´dea de pão, como se fossem os teus pratos favoritos.

Segundo a tia Luí­sa, educadora de infância há várias décadas, não é incomum putos da tua idade fartarem-se de ser alimentados í  colher e passarem a comer muito melhor se lhes for dada comida sólida, de preferência com a opção de serem eles próprios a alimentar-se.

E foi precisamente isso que se passou: primeiro meti-te uma cí´dea de pão na mão, com a qual te foste alimentando e depois a tua avó Mila e a tua prima Inês estiveram a cortar-te e dar-te pedacinhos de frango com arroz, í  mão.

E contigo parece ser assim: quando aprendes uma coisa, desistes imediatamente do que era hábito até aí­. Aprendeste a sentar-te sozinho e desde aí­, ter-te deitado de costas é quase impossí­vel – chegas mesmo a fazer uma grande birra quando te deito para trás no banho para lavar o cabelo. Coisa que costumavas aceitar bem.

E agora isto. Passaste a querer alimentar-te sozinho, portanto ai de quem se aproximar de ti de colher em punho.

O resultado, evidentemente, é que tens comido bastante pior durante o dia e depois -  oh joy – precisas de acordar duas vezes durante a noite para mamar. Que bom. Duas e meia da manhã: Tiago a berrar. Seis da manhã: Tiago a berrar.

Tendo em conta que há que tempos que dormes a noite toda, esta mudança é uma violenta surpresa para os teus paizinhos.

Mas pronto… já percebemos: estás em fase de aprendizagem e até perceberes como comer mais comida do que a que espalhas pelo chão, roupa e cabelo, as coisas vão voltar um bocadinho atrás.

As últimas refeições têm sido uma diversão, portanto. Agarras peixe e batatas do prato que tentas levar í  boca, raramente com sucesso. Nós tentamos entretanto dar-te colheradas de sopa que tu umas vezes aceitas e outras rejeitas ofendido. No fim, é um totoloto: ficará a (pouca), comida no estí´mago ou virá toda parar cá fora?

Como ainda tens pouca experiência com comida sólida, í s vezes engasgas-te e para te livrares do engasganço: tau – vomitas tudo.

Aconteceu ainda há pouco, com o jantar.

Depois de muito esforço, tinhas comido um montinho de peixe com cenoura e batata e meio boião de sopa, mas o último pedacinho de peixe encalhou e pumba: tudo para fora outra vez. É desesperante. Mesmo sabendo que ainda estás a aprender, não deixa de ser frustrante imaginar que aquela comidinha toda já lá estava e afinal voltou toda para trás.

E este teu gosto por abraçar imediatamente a nova etapa evolutiva, negando a anterior significa que pegar uma colher para te voltar a tentar encher o estí´mago, está fora de questão.

E os boiões de fruta, que só de sentir o cheiro te faziam abrir a boca í  espera de uma colherada? Népias, nem isso.

Mas pronto, tudo bem: já tens um pratinho térmico, montes de colheres e o teu próprio lugar í  mesa. Já percebeste que a comida se agarra com a mão e se mete na boca. Agora olha… safa-te!

[tags]tiago, tiálogos, comida[/tags]

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