Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Para quem não sabe ou possa não ter tido pachorra para prestar atenção, eu vivo em Almada. Digo já que gosto muito de Almada e que já vivi em múltiplos outros sítios, fora de Lisboa e tudo. E que sim, era puto e nessa altura não se tem lá muito sentido crítico, mas embora na altura me tenha custado um bocado habituar-me a Almada (os assaltos, a porrada, as naifadas), hoje em dia acho que é um bom sítio para viver.
Já passei por outras cidades na órbita da Capital e quase todas me pareceram mais feias, porcas e más que Almada.
Também importa dizer que nos 25 anos desde que vim para Almada, as coisas melhoraram muito. A cidade está mais independente de Lisboa, mais animada e sobretudo, mais segura.
Penso que longe vão os tempos de facada diária í porta do Vegas e há muitos anos que não vejo um skinhead ser preso dois prédios ao lado do meu.
Mas não é por isso que deixo de ser exigente com a cidade. Sobretudo quando se tratam de coisas básicas que, muito sinceramente, me parecem óbvias e me parece atestar uma certa debilidade de competência das pessoas que tratam destes assuntos, a ineficácia com que (não) são resolvidos.
Durante muitos anos, em Almada, foi-nos prometido um combóio metropolitano de superfície que ligaria todo o Concelho e também o Concelho vizinho do Seixal. Prometido, que é como quem diz… que a mim não preciso que me prometam nada.
A coisa começou a ser construída, mas muito devagarinho e com vários impasses que a Câmara sempre imputava ao Governo e que, suspeito, o Governo imputava í Câmara.
Em Janeiro deste ano, a obra lá chegou ao centro da cidade, transformando-a numa enorme cratera de caos e desorganização. Para circular em Almada era o fim da macacada e ainda é, e grande parte da cidade.
Mas pronto, é o progresso e o pessoal respira fundo e vai esperando o passar dos meses para ver isto acabado e o metro a circular. Se calhar até vai dar jeito – pensa toda a gente – excepto, claro, se custar 3 euros para ir de Cacilhas ao Parque da Paz.
Mas o busílis que me atrapalha a mente é que aqui na minha zona Leste desta povoação, as obras estão quase completas. No centro da Avenida já começam a aparecer carris e as chamadas “zonas envolventes”, estão virtualmente acabadas.
Ou seja: temos passeios. Temos candeeiros de iluminação pública e temos a estrada pavimentada como deve ser.
Fico então com várias dúvidas que me assolam diariamente. Porque é que toda a zona em frente aos primeiros prédios da avenida, onde ficam as finanças, deixou de ter estacionamento? Era estacionamento e agora é passeio. Não faz falta aquele passeio, porque há passeio, bem largo, debaixo das arcadas dos prédios.
Esse novo passeio está, como é óbvio, cheio de carros. Mas ocasionalmente – muito ocasionalmente – os senhores da ECALMA (que é a EMEL de Almada), vão lá multar e bloquear carros.
É incompreensível e leva-me a duvidar da inteligência de quem planeou a obra.
Mas se tenho dúvidas deste género, tenho certezas de outro: alguns dos meus vizinhos são umas bestas.
Por exemplo: o gajo que tem um VW Polo verde e o estaciona em cima do passeio, na zona rebaixada, todos os fins de semana. Lá está ele, alegremente. E não é o único. Ainda esta terça-feira, de manhã, nevoeiro e um frio dos diabos, vinha eu a preparar-me para atravessar a estrada, quando um sevandija entra pelo passeio adentro – via o conveniente rebaixamento – e me obriga a chamar-lhe diversos nomes.
E o mesmo se passa com diversos outros biltres: os gajos da Betel que metem a camioneta debaixo das arcadas para a carregar, o idiota que tem um camião de caixa fechada que estaciona em cima do passeio onde, para passar com o carrinho do Tiago, as alternativas são o meio da estrada ou degraus, os vândalos que estacionam as suas máquinas em plena via de rodagem, etc.
Como todos os dias tenho que subir e descer a mesma porção de rua, atravessar as mesmas passadeiras e desviar-me dos mesmos carros; como frequentemente tenho que navegar um carrinho de bebé com dificuldades acrescidas pela idiotice alheia, decidi informar-me sobre a ECALMA.
Consta então que a ECALMA é uma entidade com poder de actuação em casos de violação das regras de trânsito no que ao estacionamento se refere, equivalente ao da PSP e GNR – tal como a EMEL.
Consta também que a ECALMA tem um site e que a ECALMA tem um endereço de e-mail com o pomposo alias de cidadão; cidadao@ecalma.pt
E eu escrevi para lá!
Escrevi como cidadão preocupado e fiz várias perguntas: pretendem melhorar o estaciomanento? Se há passeios rebaixados tem que haver pilares, quando os colocam? Vai haver mais fiscalização? E, finalmente: para onde é que eu ligo para mandar rebocar estas aventesmas?
Passaram duas semanas. Resposta: nickles.
Não me responderam que não í s perguntas. Simplesmente, não me responderam.
É, de facto, muito bonito estarmos no século XXI e toda a gente ter e-mail e um site oficial e um blog e um perfil no facebook… mas se não serve para nada, mais valiam estar quietos.
Eu até lhes fazia uns bonecos! Onde por pilares, é facílimo, mais um bocadinho de destreza manual e um lápis e até o Tiago desenha isso.
E qualquer gajo com um absoluto mínimo de capacidade de visualização espacial consegue estacionar, pelo menos, o dobro dos carros nestas pracetas. Isso, posso-vos eu fazer um esquema de como se faz.
[tags]almada, metro, estacionamento, circulação, acessibilidade, ecalma[/tags]
se amanhã a puta da camioneta continuar estacionada no passeio, tenciono fotografá-la e enviar um mail para a Câmara Municipal de Almada, todos os dias, até que alguém me responda
O desenvolvimento desse site deve ter dado um jeitaço aos bolsos de algum amigalhaço. Mas não se deixe enganar, é preciso calma, aliás, e-calma!
Algumas pessoas criticam-me de eu resolver tudo í granada e ao tiro, mas eu não vejo solução melhor do que pí´r umas minas debaixo desses carros, com potência suficiente para criar uma cratera onde se possam enterrar os próprios carros e respectivos condutores que lá dentro se encontrem. Claro que tudo isto com calma, até convém quando se manobram minas.
A proposito do Metro de Almada, se for tão bem planeado como o do Porto então será um caso de sucesso, ao fim de 5 anos e custando metade do de Lisboa, tem o dobro da rentabilidade, mais aqui http://bussola.blogs.sapo.pt/30831.html
O link correcto é este http://bussola.blogs.sapo.pt/30831.html
“The One”… esse é o mesmo link, duas vezes. E não fala do metro do Porto.
Infelizmente, vi a cara do Manuel Serrão assim que cheguei a esse blog, pelo que foi imediatamente para a minha lista negra e não tenciono voltar a visitá-lo. :-)
Há pessoas que não querem saber. É o caso do tal tipo do VW verde que coloca o carro sobre uma pequena porção de empedrado que liga duas passadeiras na Sebastião da Gama. Esse gajo só pode ser uma besta. Ou o anormal que estaciona no lugar para deficientes que pertence a uma senhora de cadeira de rodas que efectivamente lá estaciona. Esse gajo é uma besta.
Mas confiar nas pessoas não regulamentando o estacionamento, é ingenuidade… ou então, a CMA prefere fazer rondas ocasionais e caçar umas multas, deixando os passeios assim acessíveis aos carros como forma de isco. Isso já não é ingenuidade… isso é ser uma besta.
Ando a dormir, é este o link http://bussola.blogs.sapo.pt/30577.html não ligues ao Manuel Serrão.
Infelizmente falta de estacionamento, falta de respeito, falta de bom senso, falta de educação, etc, etc,etc, existe em todo lado!!
Uma boa semana :)
Pois é, Conchita… existem em todo o lado, mas essa acaba por ser um bocado a resposta do pessoal: “epá, pois isso há em todo o lado, o que é que se há-de fazer?”
E nunca ninguém faz nada. Em Portugal somos muito bons a queixar-nos, mas muito maus a efectivamente reclamar.
Possivelmente entrarão em contacto contigo daqui a algum tempo, se os motores de busca fizerem o seu trabalho, quando um dos responsáveis de topo da entidade se lembrar de escrever ECALMA no Google/SAPO constatando que esta entrada no blog é um dos resultados de topo por essa keyword ;)