Mistérios do planeamento de obras urbanas

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Almada está virada do avesso desde Janeiro, com as obras do metro.

No iní­cio, a CMA dizia que não seria começado um troço sem o anterior estar terminado para não transtornar a vida na cidade; poucos meses depois, todas as avenidas principais estavam completamente destruidas e era praticamente impossí­vel circular nos passeios. Mas nem é disso que quero falar.

O que me deixou completamente puzzled, recentemente foi a maneira como está a ser feita a substituição dos candeeiros de iluminação pública.

Primeiro vieram uns tipos de destruiram as ruas todas: arrancaram alcatrão e passeio e escavaram o que tinha que ser escavado: canos, cabos e etc.

Os candeeiros ficaram no sí­tio, cumprindo a sua função.

Depois vieram uns tipos e abriram buracos, seguidos de outros tipos que nos buracos colocaram novos candeeiros. Todos modernaços, brancos, mais baixos que os antigos, portanto, mais perto da rua e, alguns deles, com duas lâmpadas: uma virada para a estrada e outra para o passeio. Muito eficiente.

Notei que os candeeiros antigos não foram removidos, apesar dos novos já darem luz.

Passou-se mais algum tempo e vieram tipos que alisaram a rua, outros tipos que colocaram lancis e, finalmente, tipos que calcetaram tudo. E assim, ficara, nalgumas esquinas, dois candeeiros: um novinho em folha e, a meio metro, um dos antigos.

Ainda pensei que talvez tivessem decidido manter os antigos por serem bastante mais altos e darem uma iluminação mais geral. Mas afinal não… era mesmo planeamento português!

Agora chegaram uns fulanos que arrancaram a calçada acabada de por e cavaram buracos í  volta dos candeeiros antigos. Suponho que em breve os removam. Após o que terão que voltar a tapar os buracos e voltar a calcetar a rua.

Eficiência acima de tudo!

[tags]eficiência,planeamento,portugal,obras[/tags]

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12 comentários a “Mistérios do planeamento de obras urbanas”

  1. Pois que há que justificar o orçamento… Se o dinheiro se gasta, depois é preciso dizer em quê. Se a malta gasta mais do que o que deve em coisas que não deve, depois só tem que arranjar algumas coisas que deve, pagando bem menos do que o que devia e dizendo ter pago bem mais. A coisa fica ela por ela e (quase) toda a gente fica contente.

  2. Nmerdas says:

    F=D#-se as obras todas em Almada! Que idiotas do caraças. Demoro 10m a fazer da praça do MFA í  pastelaria páscoa (de carro entenda-se, porque a pé demoro 2m).

    O lógico seria mesmo fazer por partes a coisa e não arrebentar com as avenidas todas de cacilhas ao centro sul.

    Mas a minha indignação aqui vai mesmo para o “arrebentamento” das arvores quase centenárias í  porta da minha casa (café central) e na praça s. joão batista.

    Para mim… a Emí­lia ainda vai pagar caro a megalomania do metro de superficie nas próximas autarquias. Aquilo está com um atraso de quantos anos mesmo?

  3. Macaco says:

    Também me fez impressão o abate daquelas árvores todas… incluindo as da Bento Gonçalves.

    E olha que demorar 2 minutos a pé da MFA í  Páscoa é com sorte… no outro dia fui passear com o puto e a descer a D. Afonso Henriques fui obrigado a ir pelo meio da estrada de frente para um cilindro compressor e velhinhas a tentar andar em gravilha sem partir uma anca.

    A megalomania é de facto… perigosa. Já olhaste bem para dentro de uma carruagem de metro? Vazias. Andam para trás e para a frente com 3 gatos pingados lá dentro e no mesmo percurso, as paragens de auto-carro continuam cheias.

    Algo não bate certo.

  4. Nmerdas says:

    Li noutro dia que a média de pessoas transportadas por carruagem é de 4 pessoas!!!

    Ainda não é alternativa aos autocarros porque… não está implementado onde pode ser.

    PS: 2 minutos porque vou por cima do Sommer onde não há obras ;)

  5. bintxo says:

    E pá deixem-se de coisas, sempre a reclamar, sempre a reclamar. Vocês é que são o tí­pico português, falam, falam e afinal somos os primeiros a criticar e reclamar. Aguenta e não chora! Vamos ter uma cidade nova, passeios novos, metro novinho, árvores novas, se vai ser bom ou não, não sei, nem sou visionário suficiente para saber, nem acredito no partido comunista, mas já há muitos anos que se sabe e se aprende que a mudança, embora dificil, é sempre o primeiro e grande passo para a evolução. Por isso, e sabendo que fazemos tudo í  “português”, quero acreditar que embora í s “curvas”, Almada vai no sentido certo.
    P.S. Se nunca se interrogaram o porquê das obras terem arrancado de um momento para o outro, como se não estivessem projectadas já há 16 anos…conto-vos um segredo… a Srª Dona Maria Emí­lia, já não se pode candidatar de novo a presidência!!
    Abraço e viva Almada

  6. TIA BABINHA says:

    querido sobrinho,

    Para quem vive em Lisboa desde sempre estes episódios já não são novidade. Lisboa está sempre em obras e abrem e fecham o mesmo buraco milhar de vezes.

    Ontem foi o aniversário do teu tio cae… telefona!!!
    Beijocas

  7. Dave says:

    Epá, o metro anda vazio porque neste momento não serve para nada! O troço que está em circulação é de corroios ao centro sul… quem é que no dia a dia precisa disso? A maioria dos habitantes da margem sul trabalham em Lisboa, e por isso o metro só terá uma maior utilização quando o troço que vai até cacilhas estiver concluí­do.
    As obras até estão a andar a um ritmo bastante bom, mas parece-me que ainda estamos lixados por mais alguns meses.

  8. Nmerdas says:

    Para mim, parece que o sr. bitxo mora na ramalha ou algo que o valha (ramalha não é Almada, são os arrabaldes. E para quem não sabe, a comissão de moradores de lá embargou as obras uns bons meses porque tinham medo que o metro lhes passa-se í  porta de casa) .

  9. Macaco says:

    Nãa, o Sr. Bintxo é da famí­lia e a famí­lia domina a 25 de Abril. Vive um quarteirão acima de mim.

    É verdade que a cidade vai ficar renovada e etc, mas estou a ver muita idiotice por aí­… os passeios rebaixados que estão a ser usados como rampas de estacionamento é uma delas.

  10. Nmerdas says:

    Então apresento as minhas desculpas ao sr.bintxo por o ter chamado suburbano dos suburbios e acima de de tudo, ramalhense!

  11. bintxo says:

    Pensem assim, como é que um indiví­duo faria tt ou tracking? Mesmo no centro de Almada? Só com o metro e as suas obras!!!

    E Portugal vai ser sempre Portugal com todo o pouco de bom que tem e o de muito mau que abunda. Senhor Nmerdas está perdoado, também é tí­pico do Português, tirar conclusões precipitadas e fazer juí­zos de valor sem conhecer nada da vida dos outros… no worries…

  12. Macaco says:

    Falam dois Almadenses orgulhosos que tenho o prazer de conhecer pessoalmente.

    A verdade é que Almada devia ser capital do paí­s e má nada!

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