Publicado em , por Pedro Couto e Santos
No passado dia 7 fez dois anos que tive o pior dia da minha vida. Fez dois anos que saí do carro do Fernando em Alcântara, a caminho do HGO e me atirei para o chão, porque não me parecia possível fazer fosse o que fosse mais.
Ainda não me tinham dito nada. Mas eu já sabia.
E mesmo sabendo, ainda subi ao serviço de obstetrícia, apoiado no meu pai, tentando vagamente convencer-me que ainda havia esperança.
E a Dalila saiu lá de dentro e abanou-me a cabeça, como naquelas cenas que nos parecem sempre chapa sete nos filmes. Fim.
Quando se sentirem cansados de vos perguntarem sempre as mesmas coisas sobre os vossos bebés, saibam que qualquer uma dessas perguntas tradicionais, repetidas ad nauseam são uma boa alternativa a “como é que querem fazer o funeral?”
E não consigo dizer mais nada.
lembro-me tantas vezes disto, e do setembro de 2005 em geral, uns dias depois suicidou-se um amigo de infancia e 3 dias antes o meu pai teve um ataque cardiaco. estas 3 coisas mudaram mta coisa na minha vida, e penso nelas quase todos os dias. e tb não consigo dizer mais nada.
Já escrevi e apaguei esta caixa muitas vezes. Nunca vou esquecer o vosso Alexandre e sinto um vazio imenso quando penso que ele não conheceu os seus pais. Sempre que penso nele, sinto-me como se tivesse acabado de ler o teu email … e não consigo dizer mais nada.
Dei pela falta deste post, no dia 7.
Recebe, uns dias mais tarde, o mesmo beijo na testa.
there are no words, only feelings…
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Um forte abraço!
Jbispo
Um grande abraço…
Sem palavras…