Depois de 150 mil pessoas a perguntarem se o Tiago já tinha ido í praia, como se esse fosse o mais importante acontecimento da sua vida de quatro meses e meio, com algumas pessoas a reagirem como se nós batessemos na criança por lhe negarmos esse infindável prazer, decidimos levar o Tiago í praia.
Esperámos pelo fim do dia, para evitar o calor e (pensávamos nós), o trânsito.
Estava Sol e céu azul e í s seis e meia começámos a preparar-nos para sair. Quando saímos com o carro da garagem estranhei estar tão escuro e pensei que os meus óculos escuros estavam mesmo escuros. Mas não, simplesmente todo o céu azul e Sol brilhante se tinham esfumado.
De repente, no preciso minuto em que saímos, o céu ficou completamente nublado. Aceitámos o desafio e avançámos na mesma!
Quase uma hora depois conseguimos finalmente chegar í praia da Rainha, na Costa da Caparica. As filas eram a perder de vista, mas não apenas para voltar, como seria de esperar: havia fila por todo o lado. Havia carros em todas as direcções e sentidos, em todas as bermas e passeios, em todas as ruas e estradas.
Tentámos entrar logo na praia da Riviera, mas era impossível, porque o trânsito apenas circulava no sentido oposto, visto que a largura do acesso estava completamente ocupada com carros de ambos os lados.
Bom, chegados í praia, as bandeiras nem mexiam, não estava vento e, apesar de termos perdido uma hora no trânsito e estar o céu nublado, achámos que podíamos ir até í beira-mar ver o pí´r-do-sol.
Mais ou menos nesta altura, apercebemo-nos que um carrossel infindável de automóveis dava várias voltas ao parque de estacionamento da praia. Era a fila para sair.
Lá fomos nós, o Tiago na boa, sentámo-nos í beira-mar, o Sol voltou, tirámos umas fotos. Ele não pareceu muito interessado…
Aliás… posso mesmo garantir, a toda a gente que achava que o Tiago precisava urgentemente de ir í praia que ele cagou completamente na puta da praia!
E não estou a ser literal, que a dodot dele estava limpinha. A única coisa que interessou ao Tiago o tempo todo em que estivemos no areal, foi o Winnie e o Tigger que tinha estampados na t-shirt.
Praticamente não desviou o olhar da sua própria camisola nos 30 minutos que ali esteve.
Isso mesmo: 30 minutos. Porque… olhar para uma t-shirt acaba por fartar e quando o Tiago se farta… o Tiago berra!
E como berrou o Tiago!
Pareceria a um observador que o tínhamos tentado afogar no Atlântico.
Metemo-nos no carro e fomos embora í oito. Demorámos vinte minutos, só a sair do parque de estacionamento, durante os quais o Tiago berrou com um desespero a roçar o preocupante e mais quarenta a chegar a Almada.
Basicamente, voltámos para casa com a sensação de que estivemos a torturar o miúdo, de tal maneira berrou ele.
A partir de agora, acabaram-se os conselhos e as dicas. O pai e mãe do Tiago logo vêem o que fazer com o Tiago e quando acharem que o Tiago mostrar interesse ou quando acharem que o Tiago já tem mais paciência, logo fazem, levam e mostram ao Tiago o que muito bem entenderem.
E quando o Tiago tiver idade para isso, o Tiago decidirá. Até lá, muito obrigado e gozem lá a vossa praia, porque de facto…
Vi recentemente um filme chamado “The god that wasn’t there“. É um documentário de um ex-cristão fundamentalista tornado ateu, Brian Flemming.
Eu não gosto muito destes ex-cristãos tornados ateus. São uns fracos. Mas o filme não deixa de ser interessante, embora não seja tão bom como a promoção leva a crer. O site compara o “The god that wasn’t there” ao “Bowling for Columbine” ou “Supersize me”, em termos de impacto nas respectivas áreas, mas este filme é bastante mais curto e menos profundo do que os outros dois.
Ou então é por não viver nos Estados Unidos que não senti o impacto do filme. Ao que parece, 44% dos americanos acreditam que Jesus Cristo voltará í Terra e que tal acontecerá no seu tempo de vida. Portanto, digamos, nos próximos 30 anos.
O que acabei por achar mais interessante ainda foi o facto de que o filme faz uma coisa que já é pouco comum, hoje em dia: levanta dúvidas sobre a existência de Jesus, de todo.
Quem é cristão, está convicto que Jesus Cristo existiu e foi o único filho de deus na terra. Quem não é cristão muitas vezes diz que se calhar Jesus Cristo existiu e foi assim uma espécie de agitador de massas, mas nenhum messias, nem figura divina.
Mas Jesus pode bem é nunca ter existido como ser humano, mas apenas como figura mítica para fazer passar determinadas histórias e valores morais.
É o que eu acho e gostei de ver essa ideia transmitida no documentário. Para mim, a cristandade encerra dois propósitos básicos: a transmissão de valores morais e espirituais (chamemos-lhes assim), e a imposição de regras sociais e hierárquicas.
Como se explica que hoje em dia, algum ser humano possa ler de forma literal as passagens da bíblia que falam do tratamento que os donos devem dar aos escravos? Ou dos deveres conjugais das esposas aos seus maridos?
As regras sociais referidas na bíblia são textos escritos por homens que viveram cerca de 70 a 100 anos depois de Cristo e não fazem qualquer sentido hoje em dia. Lucas fazia lá ideia do que é a internet, um telemóvel ou um V8 Kompressor da Mercedes-Benz.
Se os textos da bíblia são de facto divinos e inspirados pela graça do espírito santo, então não deviam ser tão específicos em certas áreas do seu conteúdo. Ou, em alternativa, deus já deveria ter revisto e aumentado o texto e enviado novas edições para a Terra.
Mas não.
Aparentemente, Lucas, Mateus, Marcos e mais um ou dois, foram inspirados pelo espírito santo há quase dois milénios e desde então nunca mais ninguém foi inspirado de forma idêntica! Não terá deus mais nada para dizer?
Quanto í transmissão dos tais valores morais e espirituais, como o amor ao próximo, a paz, a humildade e tudo isso, é um objectivo nobre. Mas porque precisa de ser acompanhado de misticismo? Ou será que sou só eu que acha que o céu, o inferno, a ressurreição, os anjos e os demónios é um monte de misticismo?
Não podemos amar-nos uns aos outros sem termos que acreditar na alma eterna? Sem precisarmos sequer de ter que alguma vez na nossa vida tentar conceber a ideia de uma alma eterna?
Nunca pensar nisso e fixarmo-nos apenas nas ideias de harmonia e paz? É que… para aprender a “dar a outra face”, não são precisas igrejas, capelas… e muito menos catedrais. Aliás, nem são precisos padres para nada. Basta ler um livro.
Por exemplo, na escola de artes marciais a que pertenço, a YMAA, aprendemos sobre a moralidade marcial. Basicamente, aspectos morais a que um indivíduo que estuda artes marciais tradicionais chinesas deve esforçar-se por aderir. É simples: humildade, respeito, rectidão, confiança, lealdade, vontade, resistência, perseverança, paciência e coragem.
São valores básicos sem qualquer esoterismo ou misticismo. Não é preciso acreditar em nenhum deus ou profeta para compreender estes valores, as ideias por trás deles e como podem ser aplicados na nossa vida. Simples. Humano. E sem qualquer necessidade de tanga religiosa.
Mas, ao que parece, a mortalidade continua a assolar os humanos e portanto, a necessidade de uma figura divina, sobre-humana e redentora é muito forte.
Curiosamente, acho que enquanto as pessoas não se abstraírem da morte e largarem o conforto aparente da divindade, não vão nunca conseguir focar-se em si próprias e umas nas outras e, no fundo, seguir os ensinamentos morais das várias religiões que por aí andam.
Voltando ao filme, este refere uma coisa que eu desconhecia, mas que encaixou nuns textos que andei a ler sobre Osíris e a similitude entre a história deste deus Egípcio e a de Cristo. São quase iguais. E a maioria das pessoas não tem noção.
É como os feriados religiosos. Dia 25 de Dezembro: Nascimento de Cristo ou Solistício de Inverno? Páscoa: Paixão de Cristo ou Equinócio de Primavera? Porque é que os acontecimentos maiores da religião cristã caem sobre antiquíssimas celebrações pagãs? Grande coincidência.
Ao que parece, Lord Raglan escreveu, em 1936, um livro entitulado «The Hero: A study in Tradition, Myth and Dreams», no qual estabelece uma espécie de scorecard para heróis míticos.
É uma colecção de 22 acontecimentos arquetípicos, baseados no mito de Édipo e que podem ser encontrados em maior ou menor quantidade, na vida da maioria dos grandes heróis míticos da nossa História.
São os seguintes:
A mãe do Herói é uma virgem real;
o Seu pai é um rei e
frequentemente parente próximo da sua mãe, mas
As circunstâncias da Sua concepção são pouco usuais e
Ele tem a reputação de ser filho de um deus.
À nascença é feito um atentado í sua vida, geralmente pelo pai ou aví´ maternal, mas
Ele é misteriosamente levado e
Criado por pais adoptivos num país distante.
Não sabemos nada da sua infância, mas
Ao atingir a idade adulta ele regressa ou vai para o seu futuro reino.
Após uma vitória sobre o rei e/ou um gigante, dragão ou animal selvagem,
Casa-se com uma princesa, muitas vezes filha do seu predecessor e
Torna-se rei.
Durante algum tempo, o Seu reinado é pacífico e
Ele faz leis, mas
mais tarde perde a aceitação dos deuses e/ou do seus súbditos e
É afastado do trono e expulso da cidade, após o que
enfrenta uma morte misteriosa,
frequentemente no topo de um monte,
Os Seus filhos, se sequer os há, não lhe sucedem.
O Seu corpo não é enterrado, mas ainda assim
Ele tem um ou mais santos sepulcros.
Édipo, em quem a escala é baseada, tem 21 dos 22 pontos. Jesus tem 18 ou 19, conforme as versões. Mas há mais… heróis míticos que partilham uma parte significativa desta história: Krishna, Moisés, Rómulo e o Rei Artur; Beowulf, Buda e Zeus; Dionísio, Gilgamesh e Jasão. E, claro, James T. Kirk.
Este link tem a lista de vários heróis e é possível ler uma explicação sobre cada um, escrita pelo Professor Thomas J. Sienkewicz, para as suas aulas de mitologia clássica. Infelizmente, Harry Potter está incluído, o que é lamentável.
Enfim, tudo isto para dizer o quê?
Que ali em baixo, em frente í defunta Lisnave existem três estabelecimentos: o Mona Lisa, “danceteria”, de um lado; o “Sereia”, strip-club, do outro e no meio, uma igreja cristã. Isto não é desperdício de um fantástico bar de alterne?
Já o Lennon dizia… “Imagine there’s no Heaven;it’s easy if you try;No hell below us;Above us only sky;Imagine all the people;Living for today”.
Está na altura de dizer adeus ao Mercedes e também ao Smart. Um porque já tem 200 mil km e merece outra manutenção e cuidado do que a que lhe posso dar. O outro porque está parado numa garagem há cinco meses.
Ainda não pensei em como vou vender os carros, nem por quanto. Mas se alguém quiser um Mercedes C180 Esprit de 93 preto e/ou um Smart Coupé (fortwo), Passion, de 2001, azul… digam qualquer coisa.
Entretanto andei a dar uma vista de olhos pelo que existe por aí em termos de carros novos e, sinceramente, o que mais me atrai dentro de um valor possivelmente aceitável para mim (a confirmar), é o novo Civic. O meu pai comprou um e o carro é o sonho de qualquer geek, só na instrumentação. Além disso gosto muito do aspecto dele por fora e da ousadia que a Honda teve em não fazer mais um bloco de chapa igual aos outros todos. E, claro… é um Honda.
Outras hipóteses são um Golf, mas a VW é verdadeiramente careira, com o modelo mais básico a custar mais do que modelos intermédios e í s vezes de topo, de outros carros; e eventualmente um Astra.
Claro que se as minhas opções de crédito não forem tão optimistas como gostava que fossem, sou capaz de ter que descer um pouco as minhas expectativas. :-)
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Na terça-feira fiz o percurso em 23’10”, hoje dei-lhe com mais força na etapa inicial e terminei em 22’54”. Ainda não consegui fazer a Manuel Febrero toda a correr, mas lá chegarei. :-) [tags]corrida,exercício[/tags]