Passeios no parque
Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Toda a gente, mais tarde ou mais cedo, pergunta se já levámos o Tiago í praia e ficam muito amofinados quando dizemos que não. Quase como se andássemos a bater na criança.
Tal é a religião nacional em torno de um bocado de areia í beira do mar.
Ainda não levámos o Tiago í praia, é verdade, mas lá chegaremos. Não temos pressa e preferimos ir medindo a adaptação dele a tempos cada vez mais longos fora de casa, antes de o levarmos até í praia, que logisticamente é um pouco mais complicado.
Eu sei que as pessoas gostam muito de ir í praia e acabam por ir mais por prazer próprio do que por qualquer razão que efectivamente envolva a criança. Aliás, como eu costumo dizer, as pessoas em Portugal não “vão” í praia… “fazem” praia. O que eleva a coisa a um estatuto verdadeiramente Hercúleo.
Tendo dito isto, temos levado o Tiago a passear até ao Parque da Paz, que é um sítio calmo, com montes de árvores e, por isso, bom ar, espaços com Sol, espaços com sombra e até um laguinho e alguns animais – patos, gansos, cisnes.
E ele tem estado cada vez mais atento e interessado. Hoje já ficámos uma hora, sem choro e até tivemos que lhe mudar uma fralda verdadeiramente monstruosa.
E o gajo só pensa em andar. Sentado na perna da mãe, com os pés no chão, estava constantemente a por-se de pé e depois a avançar com o corpo para ir “ali”.
Aliás, é o onde o Tiago quer ir. Ali.
Não interessa bem onde, desde que envolva algum tipo de deslocação, de preferência da sua própria autoria. Infelizmente, ainda vai demorar um bocadinho a aprender a andar, efectivamente, porque parece-me que por ele era já amanhã.
Enquanto estivemos ali deitados na relva, numa boa, estavam três malucos do kungfu a treinar debaixo de uma árvore e passado um bocado fui lá cumprimentá-los e apresentar-lhes o Tiago.
Eram o André, o Raul e o Ricardo, a aproveitar um belo fim de tarde de Julho para praticar. Fiquei com muitas saudades daqueles malucos todos e dos meus treinos de artes marciais.
Enfim, tudo isto para dizer que nem toda a gente é igual. Uns gostam da praia, outros do parqu. Há quem prefira o campo, tenho a certeza. E há os que gostam de treinar kung fu, em vez de ficar em casa a ver televisão, ou ir para o café beber imperiais. Não que haja algo de errado com beber imperiais no café. Cada um na sua.
E quando está calor… sabe mesmo bem uma cervejola.
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