Os portugueses, especialmente os que se sentem culpados, gostam da palavra “fundamentalismo”, também gostam de “extremismo”, mas preferem, decididamente, “fundamentalismo”.
Há temas quase mágicos que fazem despoletar esta palavra. Vegetarianismo, que até rima com fundamentalismo, é uma delas.
Os portugueses que não são vegetarianos, não concebem um vegetariano (novamente, generalizo, mas é para bem do tempo, que isto não é um ensaio, é só um blog idiota), pelo que, imeditamente, o rotulam de “fundamentalista”.
O mesmo se passa entre fumadores e não-fumadores, como já se viu. Um fumador, rotula o não-fumador que se queixa, de “fundamentalista”. Não que o não-fumador não chame coisas piores ao fumador, evidentemente.
A definição de fundamentalismo vem, mais do que obviamente, da palavra “fundamental” e tem raíz na religião. O fundamentalista é aquele que defende um determinado conjunto de crenças religiosas tidas como fundamentais para a sua religião.
Para um fundamentalista islâmico, é fundamental que a mulher cubra completamente o corpo e que o homem não beba álcool. Conversados.
Mas pode ser-se fundamentalista sem se ser extremista?
O que é afinal um extremista? É alguém que… bom, defende ideias extremas.
Suspeito, portanto que seja possível ser-se fundamentalista – acreditar que se deve jejuar na sexta-feira de páscoa – mas não andar com uma kalashnikov a obrigar todos a jejuar no dito dia. Aqui teríamos um fundamentalista não extremista.
O contrário seria um fundamentalista extremista.
O dicionário que consultei, é bem claro na ligação que faz entre fundamentalismo e religião e como ser vegetariano não é uma religião, fundamentalismo parece-me um termo desadequado para um vegetariano.
O vegetarianismo pode ser ditado pela doutrina de determinada religião, budismo, por exemplo. E aí, talvez possamos considerar uma pessoa vegetariana, fundamentalista… mas pela sua dedicação í s crenças ortodoxas budistas e não necessariamente pelo seu vegetarianismo.
Quanto a extremismo: como definir o que é extremo?
É extremo um fumador irritar-se com um não-fumador e chamar-lhe nomes em público? Ou será apenas extremo se o fumador puxar uma passa e seguidamente empurrar o não fumador para a linha do metro?
Será apenas extremo se o fumador urinar nos restos trucidados do não-fumador que lhe tinha mandado apagar a beata num tom pouco amigável?
O extremismo tem níveis, o que nos leva ao termo “extremismo radical”. O extremismo radical é o extremismo mais divertido de todos e não há nada melhor que um fundamentalista extremista radical.
Este é o cidadão modelo que está absolutamente convicto que Jesus morreu na cruz pelos nossos pecados (fundamentalismo), e que na sua interpretação mal-guiada acredita que todos devíamos ter o mesmo destino (extremismo), e que, portanto, anda de porta em porta a pregar os vizinhos a postes (radical).
Não sou extremista, nem radical. Sou amigo dos animais, mas não consigo tornar-me vegetariano. Enjoa-me o capitalismo desumanizante, mas gosto muito dos meus bens de consumo. Não gosto de cigarros, mas não me afasto dos amigos que fumam só por isso. Mas quanto a uma coisa sou fundamentalista: o Benfica é o maior!
E ficou absolutamente fantástico, partilho a receita para quem quiser experimentar:
Num almofariz pus 4 dentes de alho inteiros, um bocado de pasta de pimento doce, um bocado de pimenta preta moída na altura, um bocado de sal, umas folhas de louro partidas, umas sementes de cominhos e um fio de azeite.
Aproveitei que estavam todos distraídos no almofariz e esmigalhei-os implacavelmente!
Depois, peguei no lombo (meio kg. de lombo de porco sem osso), e fiz-lhe uma massagem com sal grosso e outra com os restos mortais dos tempêros anteriormente mencionados.
Barrei bem o lombinho, coloquei-o num tabuleiro mesmo í medida e reguei-o levemente com vinho branco e um pouco de azeite.
Pumba, pró forno.
Depois fui dando um olho, o que me custou porque só tenho dois.
Virei ocasionalmente e adicionei um pouco de água só naquela da amizade.
No fim, o mais importante: aproveito só a carne, o resto (sim, o molho), vai tudo fora. E o lombo vai para a fiambreira. Cortado o mais fino que a fiambreira permite, fiquei com duas caixas de lombo de porco saboroso, para refeições e sandes de carne assada daquelas de fazer o papa comer na sexta-feira santa… porco, ainda por cima!
Já só faltam mais quatro dias de trabalho e, na próxima sexta-feira, entro de férias. É só uma semana, mas já estou com síndrome de abstinência.
Preciso urgentemente de não fazer nenhum. Este fim de semana prolongado já foi jeitoso, acho que se o fim de semana passasse a ter três dias e a semana de trabalho apenas quatro, o pessoal andava mais calmo e contente.
Infelizmente, nos países menos desenvolvidos, confunde-se produtividade com carga horária. Na China, por exemplo, o horário médio de trabalho é de 37 horas por dia, todos os dias. Em Portugal já evoluímos um pouco, mas ainda estamos longe do fim de semana de três dias.
Talvez com uma semana de trabalho de apenas quatro dias, as pessoas trabalhassem com mais motivação.
Já eu, duvido. Eu cá, odeio trabalhar, ponto final.
Estava a estranhar, de entre 30 comentários ao post do tabaco, nenhum me chamar nomes. Ora agora finalmente chegou um e em vez de o publicar como comentário, vou publicá-lo aqui, como post.
E agora, que voltei do treino e enquanto o gelo me esfria as nódoas negras, vamos cá responder:
“Tens carro, mas decerto já andaste?
>> Já sim senhor e com muito orgulho. Andar é aquela coisa de por um pé í frente do outro, não é? Só para ter a certeza…
Sabias que um carro a gasoleo é mais poluente numa hora de funcionamento que um tabagista num ano?
>> Eh pá! Saber, não sabia, confesso… assim de cor. Mas pensando no assunto parece-me óbvio. Aliás, agora que penso nisso, também me parece que uma central eléctrica a carvão é ainda mais poluente numa hora de funcionamento que um carro a gasóleo num ano. Mas não sei… isto sou eu a falar…
no entanto não te vejo aí nas bombas de gasolina ou nos stands armado em bravo,
>> Armado em bravo, ou armado em parvo? Sejamos claros.
para mim não passas de mais um esperto parvo que precisava de um alvo para dar sentido í sua misera vida, e, agora como se pode provocar os tabagistas (quase todos, se algum dia desafinas comigo levas logo na tromba), não falta de aparecerem para aí cócós como tu.
>> Vejamos: sou esperto ou sou parvo. Desculpa, é claro… é possível ser-se ambos, senão, como existirias tu? Quanto í minha mísera vida é como a de toda a gente: umas vezes para cima e outras para baixo, mas para lhe dar sentido tenho outras coisas… sabes… amigos, família, trabalho, hobbies.
>> Quanto a eu levar na tromba, gosto. Confesso… eu gosto de apanhar pancada, acho que é uma coisa que eleva o espírito e desenvolve o corpo. Agora, não te garanto que não te parta os braços em resposta.
>> Quanto í palavra “cocó”, acho que podias ser mais criativo: “palhaço do caralho”, “filho da puta cobardolas” ou mesmo, a minha preferida: “cona de sabão”. Agora, sinceramente “cóco”, é um pouco infantil.
És capaz de passar horas dentro de uma discoteca a levar fumo suor e pó de talco, entre outras coisas e depois vens para aqui tipo Sr. Razão….
>> Fui uma vez a uma discoteca, sim… espera, estou a lembrar-me. Lembro-me que não gostei. E não voltei lá. Suor, gosto de algum, depende de quem és, o pó de talco tem um cheirinho bestial e fumo é que de facto, confesso, não gosto. Aliás, como não reparaste, sublinho: era mesmo sobre isso o meu post anterior, é que eu não gosto de fumo.
Não és nem original, nem inteligente, vai por mim e arranja uma vida própria, deixa os outros viverem as suas próprias vidas.
>> Original, de facto não sou. Mas também, ninguém é, hoje em dia. Original era o Leonardo daVinci e, tanto quanto sei, já morreu.
>> Quanto a inteligente, desculpa discordar, mas até sou um bocado e vida própria também tenho… não penso que esteja a viver a vida de outra pessoa – isso sim, seria realmente embaraçoso: afinal de quem será a mulher com que ando a dormir?
Pelos meus cálculos deverás ter para aí uns 13 anos….
>> Vês o que o tabaco faz? Obviamente a nicotina anda a atacar-te a parte do cérebro relacionada com o pensamento lógico e com a racionalização matemática. E isso faz-me pensar: se achas que eu tenho 13 anos como é que ousas oferecer-me porrada? Isso é mesmo falta de ética.
Porque é que não metes os filhos da puta dos escapes das viaturas a gasoleo na PEIDA e me DEIXAS NíƒO RESPIRAR À VONTADE QUANDO ANDO NA ESTRADA!
>> Mas eu não tenho uma viatura a gasóleo. Porquê tanto ódio? Eu não tenho um carro a gasóleo e aliás, nunca tive. Sinceramente acho os carros a gasóleo um bocado enfeminados. E além disso, nunca vi ninguém chegar com um carro – a gasóleo ou a benzina – a um restaurante, sentar-se a uma mesa e ligar o motor.
>> Mas agora que penso nisso, era capaz de ter piada! >> Obrigado!
Nem em primeira, nem em segunda ou terceira mão, nem em quarto pé, nem em décima-nona barbatana! No entanto, não tenho outra escolha: porque se quero estar com algumas pessoas, eles fumam e eu sou sempre o gajo que tem que ceder.
Sou eu que tenho que respirar o fumo para poder estar com as pessoas que fumam. Essas pessoas nunca fazem o sacrfício de não fumar o seu cigarro quando estão comigo.
Ainda se fosse alternado: este almoço eu fumo uns cigarros e no próximo não. Mas não é; nunca é. Porque os fumadores são uns fascistas do caralho. E depois, quando vem uma lei anti-tabaco, apelidam-na de fascista.
Fascistas, são vocês. Quando querem fumar e não há cinzeiro, vão a outro lado? Não, atiram a cinza e a beata pró chão, claro, porque é o regime do cigarro. General El Cigarillo é omnipotente nas vossas ideias.
E claro que não se pode ser contra o regime, senão é-se apanhado pela polícia militar e enxovalhado em público.
Esperam por sair do restaurante para fumar um cigarro? Nunca! Nem pensar. Quem manda é sempre o fumador e nunca o não fumador; quem dita as regras é sempre o fumador e nunca o não fumador.
E não vale a pena comparar o tabaco com outras coisas que fazem mal í saúde: mais nada vem para cima de mim. Estás a sorver banha de porco do fundo de um tigela? Não me afecta. Estás a absover cafeína pura por osmose? Não me toca. Estás a consumir álcool por via intravenosa? Não me chateia nada.
Mas FODA-SE! será tão complicado perceber que há cabrões como eu que não gostam dessa merda? Que sabe mal? Que cheira mal? Que chateia e irrita e incomoda?
Metam os filhos da puta dos cigarros na PEIDA e DEIXEM-ME NíƒO FUMAR À VONTADE!
Os portugueses, especialmente os que se sentem culpados, gostam da palavra “fundamentalismo”, também gostam de “extremismo”, mas preferem, decididamente, “fundamentalismo”. Há temas quase mágicos que fazem despoletar esta palavra. Vegetarianismo, que até rima com fundamentalismo, é uma delas. Os portugueses que não são vegetarianos, não concebem um vegetariano (novamente, generalizo, mas é para bem do […]
Hoje fiz um lombo. De porco, entenda-se. E ficou absolutamente fantástico, partilho a receita para quem quiser experimentar: Num almofariz pus 4 dentes de alho inteiros, um bocado de pasta de pimento doce, um bocado de pimenta preta moída na altura, um bocado de sal, umas folhas de louro partidas, umas sementes de cominhos e […]
Já só faltam mais quatro dias de trabalho e, na próxima sexta-feira, entro de férias. É só uma semana, mas já estou com síndrome de abstinência. Preciso urgentemente de não fazer nenhum. Este fim de semana prolongado já foi jeitoso, acho que se o fim de semana passasse a ter três dias e a semana […]
Estava a estranhar, de entre 30 comentários ao post do tabaco, nenhum me chamar nomes. Ora agora finalmente chegou um e em vez de o publicar como comentário, vou publicá-lo aqui, como post. E agora, que voltei do treino e enquanto o gelo me esfria as nódoas negras, vamos cá responder: “Tens carro, mas decerto […]
Eu não quero fumar. Nem em primeira, nem em segunda ou terceira mão, nem em quarto pé, nem em décima-nona barbatana! No entanto, não tenho outra escolha: porque se quero estar com algumas pessoas, eles fumam e eu sou sempre o gajo que tem que ceder. Sou eu que tenho que respirar o fumo para […]