O circo

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Saddam Hussein foi condenado í  morte por enforcamento, escassos dias antes das eleições para o Congresso americano.

É mais uma daquelas coincidências de sincronicidade que não tem absolutamente nada a ver com nada senão com acaso.

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Song to the Siren

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Era uma vez, há muitos anos atrás, um senhor chamado Tim Buckley, um belo dia, em 1968, sentou-se num estúdio com uma guitarra e uma letra escrita pelo amigo Larry Beckett e gravou uma das músicas mais fantásticas que conheço. Seis anos depois, morreu de overdose, com 28 anos. Muitos anos depois, o filho dele, Jeff Buckley, morreu afogado aos 30. Porque é que estes senhores morrem todos novos?

A quem só conhece a cover dos This Mortal Coil, aconselho o original, que ainda custa mais ouvir, a quem estiver desprevenido, sozinho um dia qualquer í s quatro da manhã e seja assaltado por tanta tristeza.

Song to the Siren – Tim Buckley, 1968

Long afloat on shipless oceans
I did all my best to smile
‘Til your singing eyes and fingers
Drew me loving to your isle
And you sang
Sail to me, sail to me, let me enfold you
Here I am, here I am, waiting to hold you

Did I dream you dreamed about me?
Were you hare when I was fox?
But now my foolish boat is leaning
Broken lovelorn on your rocks,
For you sing, touch me not, touch me not, come back tomorrow
O my heart, O my heart shies from the sorrow

But I’m as puzzled as the newborn child
I’m as riddled as the tide
Should I stand amid the breakers?
Or should I lie with Death my bride?
Hear me sing, swim to me, swim to me, let me enfold you
Here I am, here I am, waiting to hold you

Embora não seja a versão de álbum, que é muito mais esforçada vocalmente, aqui fica o Tim Buckley, por volta de 68 ou 69, no show dos Monkees, sozinho em palco com a sua twelve string:

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Black and blue and broken bones, you left me here, I’m all alone

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Esta semana começou com um momento de puro pânico, quando bebia o segundo café matinal e atendi o telefone. Era a Dee, com uma voz preocupada que me deu um gelo no estí´mago, que esfriou o café. Mas nada se passava com o bebé… foi apenas um segundo longo e extenuante.

O que se passava é que um gato preto estava esparramado no meio da avenida, uma pata para cada lado, miando a quem passava. E ela não sabia o que fazer. Sendo quem somos não conseguimos virar as costas a isto… é mais forte que nós. Tanto eu como ela temos um amor por estes animais que não conseguimos explicar.

Desde puto que tenho gatos e em casa dos meus pais havia sempre um gato ou dois… ou cinco e foi assim durante muitos anos: o Nuno, o Carlos Lopes, o Gin Tonic, a Panqueca, a Mascarilha, o Spock, a Pantufa e a Michelle. De todos, sobrevive a Michelle que vive connosco e com a Scully, a Buffy, o Jones e a Nikita. Por cá também já passaram a Branca, a Amarela, a Ripley, a Coffee, a Cream e a Ginger. São dezoito gatos que consigo lembrar-me assim de repente, sem puxar muito pela cabeça.

Muitos já morreram, infelizmente alguns tinham apenas dias de vida e outros não resistiram a doenças. Mas enquanto pudémos, fizemos tudo o que sabiamos pelos nossos gatos. Há alguma coisa nestes animais que nos fascina, desde sempre.

E foi mesmo por isso que não hesitei em dizer í  Dee que levasse o gato ao veterinário. Mesmo que não houvesse nada a fazer por ele, não me passaria pela cabeça sugerir que o deixasse para trás.

Depois de uma transferência para o hospital veterinário, radiografias e exames diversos, concluiu-se que o bicho tinha a bacia partida. A parte de trás do ilí­aco está separada da parte da frente, logo depois das patas traseiras. Como o osso está solto onde se insere a musculatura das patas de trás, o gato não consegue pí´r-se de pé e não anda muito bem.

Passou quatro dias no hospital, a soro e medicado e depois veio para casa connosco. Comprámos-lhe uma transportadora grande, para cães, onde vai passar as próximas semanas, na esperança de que a fractura cure e ele volte a andar normalmente.

Entretanto, porém, começou a urinar sangue, mas como todos os exames indicam que não tenha sofrido danos nos órgãos, é possí­vel que se trate de uma infecção urinária, causada por um coágulo na uretra. É possí­vel que tenha feito uma hemorragia na altura em que se feriu, o sangue coagulou e entupiu-lhe a uretra, depois a urina acumulou-se na bexiga e lá foram as bactérias alegremente fazer o seu trabalho.

O coágulo já saiu e ele já está a antibiótico. Nas mãos capazes da sua tratadora, este bicho tem todas as hipóteses de se safar. Em melhor cuidado não podia estar e fico orgulhoso de ver a minha mulher meter as mãos ao trabalho e fazer tudo o que pode para ajudar este ser vivo que caso contrário estaria provavelmente morto num canto.

O gato foi testado para as doenças mais graves dos gatos, imunodeficiências que não lhe dariam muitas hipóteses, mas estava tudo negativo e, como todo o cuidado é pouco, estamos também í  espera do resultado da análise da toxoplasmose.

É um gato lindo. Um macho adulto, completamente preto, de olhos verdes e que ronrona quando se lhe coça atrás da orelha. Alguém o magoou, provavelmente atropelaram-no e deixaram-no para trás, como um pedaço de lixo, com os ossos partidos, sem conseguir andar… mas teve sorte, cruzou-se com alguém que gosta mesmo de gatos.

…and then there were six.

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WordPress 2.0.5

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Getting with the program

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Algures a meio de Junho deste ano decidi que estava a ficar gordo demais. Nunca fui pesado, que é o mesmo dizer que durante muito tempo fui um magricela. Passei grande parte da minha juventude com 54 kg. com 1,76 m. Não sou nenhuma torre, mas não sou baixinho e portanto era magro.

Claro que os anos a comer pizzas diariamente não perdoam e um Verão, pouco antes de me casar, ganhei 10 kg. Mesmo assim, pesei 64 kg. durante mais uns anitos até passar para os 68 e passar os 30 a cortar a barreira dos 70.

Fiz trinta anos com barriguinha, o que devia ser obrigatório para todos os homens. Agora que a coisa está cumprida, não me apetecia engordar mais. Mas engordei e a meio de 2006 já estava com 75 kg. Foi então que tomei a tal decisão de queimar alguma gordura. Já tinha uma certa pança, a cara redonda e, para ser sincero, as mamas já me abanavam quando corria.

Melhorei a minha alimentação e comecei a fazer um pouco mais de exercí­cio regular. Dia 29 de Julho comecei a registar o meu peso, sempre que fazia um treino de cardio, musculação ou gongfu e tinha então 71,7 kg. Tinha já perdido pouco mais de 3 kg, em mês e meio, o que me motivou a continuar.
No dia 30 de Outubro fui ao ginásio e fiz a minha mais recente pesagem: 66,8 kg. Conclusão: já perdi mais de 8 kg, em quatro meses e meio.

É verdade que melhorei a minha alimentação, mas ainda hoje almocei uma francesinha seguida de uma fatia de brigadeiro. O mais importante, parece-me, é o esforço que faço, o resto do tempo, para equilibrar certas coisas: muití­ssimo menos chocolates (só o ocasional quando a fome é muita e a máquina da comida não tem mais nada), quase nenhumas batatas fritas, zero coca-cola e outros refrigerantes e muito menos manteiga.

Quando digo “muito menos”, quero dizer que era uma coisa que comia quase diariamente e que agora como ocasionalmente. Também cortei no açúcar, por exemplo o que ponho no café, que passou de um pacote para meio.

Tento beber, no mí­nimo, um litro e meio de água por dia e comer sem saltar refeições, para manter o corpo a trabalhar.

O simples facto de ter cortado radicalmente nos refrigerantes, creio que pode ter sido um dos principais factores da minha perda de peso inicial. Agora í s refeições, bebo sempre água.

E o mais importante é que nada disto é um esforço. Só faço o que gosto e estou a gostar de comer melhor. Uma coisa posso dizer com absoluta certeza: nunca mais tive cólicas nem diarreia.

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