Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Portas, chapéus de chuva, ruiquexós e louceiros. Greves e manifestações, golf, mosquitos e derrocadas. Calor, pregos ferrugentos, torradeiras, livros desmanchados, dentes podres e tosse. Camiões de areia, beatas de cigarro, poeira cósmica, lâmpadas de 40 watt e cantos de placas de alumínio. Cardos, tábuas soltas no chão, cadeiras desconfortáveis, salas de espera, folhetos, canivetes suíços e contentores de lixo. Pickup trucks, candelabros, pacotes de cimento, contra-placado e clips grandes demais. Gengivas ensanguentadas e dentes podres, órbitas geo-estacionárias, prefuradoras de petróleo, farinha de milho, xarope para a tosse que não saiba exclusivamente a xarope para a tosse, cascas de batata, esferográficas que não escrevem, pacotes de manteiga e pentes. Engarrafamentos, vómito (especialmente de vinho tinto), erros de ortografia, buzinas, espinhas de peixe, poças, cantos urinados, caixas de distribuição de sinal, igrejas montadas em centros comerciais e sirenes. Herpes, atropelamentos, enjí´os, boy bands, cola para madeira, molduras de talha dourada, cães muito feios, tâmaras, mãos sujas, cheiro a peixe frito, decoração excessiva, capachinhos e barulho. Câmaras de televisão, ruibarbo, castanholas, gritos, portões, alambiques, relógios de pêndulo, hospitais, acordar e deitar cedo, fome e unhas cortadas.