Pulsating

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Há 12 anos atrás, fui com o Artur ao estádio de Alvalade, ver os Pink Floyd ao vivo. Arranjei chatices com o meu chefe da altura, por sair mais cedo para ir ver o concerto e andei í  pancada com um tipo que me tentou empurrar da bancada abaixo porque eu estava de pé e ele pelos vistos achava que rock, só sentadinho.

O concerto foi monumental, mas a memória já se esvaí­a um pouco.

Segunda-feira passada, dia 10 de Julho, foi finalmente lançado o DVD do concerto desta tour no Earl’s Court, em Londres. A edição consta de dois DVDs com as duas partes do concerto, sendo o segundo completamente dedicado ao Dark side of the moon e ao encore com Wish you were here, Comfortably numb e Run like hell.

O som foi remisturado para 5.1, havendo a escolha entre dois bitrates e ainda o formato stereo original. A imagem, lamentavelmente, é 4:3, mas não se pode ter tudo.

Comparado com as pobres tentativas do Roger Waters, de fazer grandes concertos í  lá Pink Floyd, este Pulse é uma obra-prima que mostra a qualidade musical e cénica da banda.

Eu gosto muito de ver concertos em DVD e este foi um prazer especial, tendo em conta que “estive lá”, na versão Alvalade. Para ouver bem alto.

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23 comentários a “Pulsating”

  1. pachita says:

    Finalmente o Pulse saiu. Esteve para sair no final do ano passado e só saiu agora. Experimenta ver o DVD da tour In The Flesh do RW. Olha que os concertos dele também valem a pena ver. E o do Rock In Rio também foi bom.

    E uma notí­cia (caso não saibas): o Syd Barrett morreu há dias. Não gosto muito da fase dos PF na altura do SB, mas sempre foi considerado um elemento importante do grupo.

  2. Macaco says:

    Eu vi o concerto do Roger Waters no Rock in rio na TV e fiquei chocado com a voz (ou ausência), dele. Não consegui ainda descobrir se foi assim tão mau ou se foi simplesmente da transmissão da SIC.

    O The wall em Berlim, por exemplo, é um concerto que me aborrece.

    Sei que o Syd ‘Crazy Diamond’ Barrett morreu, sem ele não existiriam Pink Floyd.

  3. Alex says:

    Em Setembro de 73, com 11 anos (ia fazer 12 daí­ a uns dias), passei 15 dias numa colónia de férias para putos a ouvir o Dark Side of the Moon, durante as sestas. Era a música que os monitores ouviam.
    Na altura essa música não me dizia nada. Lembro-me que durante esses quinze dias andei atarefado a decorar os “20 Anos” do José Cid, que ainda consigo cantar.

    Mas a música ficou gravada cá dentro. Quando o meu primo comprou o álbum no ano seguinte, eu reconheci as músicas imediatamente: “Eu conheço isto, eu ouvia isto todos os dias”.

    Sobre o Dark Side of the Moon acho que não é preciso dizer mais nada: é incontornável. Mas sobre o Syd Barrett é. Para quem gosta de música muito certinha, pode parecer rubbish. Mas para quem aprecia a dissonância, a criatividade pura, como um diamante bruto antes de ser lapidado, o Syd Barrett a solo é o tipo certo.
    Mas é difí­cil: não esperem gostar í  primeira. Não digam que não avisei. Depois não me venham pedir para vos reembolsar do custo do CD.

  4. Macaco says:

    O Piper at the gates of dawn ainda é um dos meus álbuns preferidos.

    Eu em 73 estava a nascer, mas aos 11 anos já passava as tardes de headphones na cabeça a ouvir… O Dark side of the moon.

    José Cid? Quem é?

  5. Alex says:

    Ah! E sobre o Roger Waters no Rock in Rio: fez-me lembrar um velho amigo meu que está a definhar com esclerose múltipla.
    Prefiro um rancho folclórico!

  6. Macaco says:

    Sinceramente, fiquei chocado: mais valia o velhote ter ficado em casa.

    Ver o David Guilmour ao vivo, sozinho com uma guitarra acústica e a sua voz (ainda) fantástica a tocar o Shine on you crazy diamond (sim, sozinho com uma guitarra acústica), é algo de fantástico. Roger Waters no RiR – pelo menos a transmissão televisiva – foi grotesco.

  7. Alex says:

    Mas o Roger Waters merece mais um comentário. O Roger Waters tem a mesma idade do Mick Jagger e as diferenças estão í  vista.
    O Mick Jagger tem 63 anos e passa os concertos aos saltos sem parar de cantar. Provavelmente morrerá um dia no palco. Mas não é preciso ter medo da morte. Há é que saber morrer.

  8. Joe-Fagundes says:

    Ee já tinha o dvd do Pulse em versão Bootleg e é mesmo um concerto memorável. Macaco compraste o dvd numa loja nacional? é que na cdwow está 14 euros, metade do preço a que se encontra cá. Estou í  espera do meu, portes grátis.

    Tenta arranjar o Delicate Sound Of Thunder, em termos musicais não fica atrás do Pulse

  9. Isa says:

    O que eu não chateei o meu pai para que ele me levasse a ver esse concerto..não consegui porque ele não queria ver Pink Floyd sem o Waters…bah!

  10. Macaco says:

    Essas obsessões com o Roger Waters enjoam. O gajo saiu da banda, paciência, parem de chorar.

  11. artur says:

    A idade é um posto: aguardo que me emprestes o dvd!

  12. pachita says:

    Uma nota:

    Lá porque gosto do RW não quer dizer que tenha que impor esse gosto aos outros. É uma opinião sobre um músico e é tão válida quanto outra opinião.

    Como diria o outro: “Os guistos não se discótem.”

  13. Macaco says:

    Eu gosto do Roger Waters, só acho que os concertos dele post-Floyd são um bocado maus.

  14. Alex says:

    “I’ll always be a word man, better than a bird man” – Jim Morrison.

    Esta frase do Jim Morrison distingue duas vertentes de análise da música popular:
    – o texto, a ideia, mais cerebral
    – a música, o ambiente, mais emocional

    Os Pink Floyd podem ser olhados sob as duas perspectivas e, na minha opinião, o Roger Waters era o responsável pela primeira. Era o cérebro do grupo, o autor das letras, dos conceitos, foi ele que fez os Pink Floyd chegar onde chegaram. Actualmente, o David Gilmour e os outros limitam-se a manter a encenação: espectáculos de luzes, som e cenários.

    Mas não esperem que saia mais alguma ideia de jeito daquelas cabeças.

    É como o Uderzo e o Goscinny no Astérix.

  15. Macaco says:

    Isso seria verdade só se “A momentary lapse of reason” e “The division bell” fossem grandes porcarias de álbums, coisa que não é verdade.

    “High hopes” é, para mim, uma das melhores músicas dos Pink Floyd, ao ní­vel de “Money”, “Wish you were here” ou “Comfortably numb” e é post-Waters.

    Outro exemplo: “Fat old Sun”, outra das minhas faixas favoritas dos Floyd, do tempo do Waters, sim, mas escrita pelo Gilmour. Grande faixa.

    A fantástica “Us and them”, é da responsabilidade do Richard Wright e é uma música central ao “Dark side of the moon”.

    Isto não é uma minimização do papel do RW nos PF, mas mais uma “maximização” do papel dos “outros gajos”.

    Quando os Pink Floyd chegaram a um ponto em que o “Final cut” (grande álbum), saiu e dizia na contra-capa: Written by Roger Waters and performed by Pink Floyd, algo estava errado…

    Bom mesmo, foi ver a banda toda junta (minus Syd, claro), no Live 8. Foi basicamente a única razão pela qual quis o DVD desse concerto.

  16. Alex says:

    Não há dúvida de que grande parte do estilo do PF vem do D. Gilmour e há sons de teclas que são próprios do R. Wright. E sem eles não tí­nhamos muitos dos temas de que falas.
    Mas o meu álbum preferido dos PF é o Animals: um álbum polí­tico onde a letra é tudo. É um álbum raivoso (devias gostar!) mas cheio de esperança; o que já não acontece com o The Wall, que é profundamente depressivo, mas ainda bastante criativo.
    O The Final Cut desiludiu-me em termos de criatividade lí­rica e também musical e deixei de ouvir PF a partir daí­. Oiço esporadicamente umas coisas do Gilmour.

    Os artistas deviam parar quando se esgota a criatividade. Mas não param porque ganham imenso dinheiro (e as editoras também) a repetir a mesma fórmula, e os fãs gostam.

    Gostei imenso da forma como o Lou Reed ou a Laurie Anderson evoluí­ram. Continuam a criar coisas novas, mais simples mas genuí­nas.

  17. Alex says:

    Já agora uma correcção: no Animals, a música é tão boa como a letra e o DG é responsável por isso. O tema Dogs tem a melhor performance que eu conheço do Gilmour, e não são apenas aqueles solos í  Carlos Santana, são todos os 17 minutos do tema, do princí­pio ao fim.

  18. Macaco says:

    Gosto do Animals, sim senhor.

  19. Alex says:

    Sobre o José Cid…

    Há muitos anos atrás a Hermí­nia Silva, quando lhe perguntaram qualquer coisa sobre a Amália Rodrigues disse: “Amália? Não sei quem é essa senhora”. (Just in case, trata-se de duas grandes fadistas portuguesas do século passado.)

    Quando perguntaste quem era o José Cid, lembrei-me logo desta história.

    O José Cid, segundo as próprias palavras, é “a mãe do rock português”. Fundou o conjunto 1111, em 1967, uma banda tipo Beatles í  portuguesa. Depois, durante muitos anos, cantou canções de música ligeira e, durante o Mundial, vi-o a cantar com um angolano de uma banda hip hop portuguesa.

    O José Cid é um cantor absolutamente independente e livre, e não é carrancudo. Por isso terá sempre o meu apoio.

  20. Leandro says:

    O Roger Waters foi bom até apareçer o gilmour é tão simples quanto isso

  21. Macaco says:

    Portanto… o Roger Waters foi bom entre 1965 e 1967, já que o Gilmour se juntou aos Pink Floyd em 1968.

    É isso que queres dizer? Ou és simplesmente ignorante e não tens noção de que o David Gilmour é guitarrista e vocalista, bem como autor de várias músicas, dos Pink Floyd há 38 anos?

  22. Leandro says:

    É só a minha opinião, e chamas-te me ignorante porquê, isto são opiniões, nem toda a gente tem que pensar como tu, simplesmente gosto mais de ouvir cantar o gilmour do que o roger até porque para mim o roger já não tem voz enhuma de jeito

  23. Eu vi o concerto do Roger Waters no Rock in rio na TV e fiquei chocado com a voz (ou ausência), dele. Não consegui ainda descobrir se foi assim tão mau ou se foi simplesmente da transmissão da SIC.

    Tens a explicação aqui.

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