Whoa! São duas e meia da manhã e está a chover torrencialmente enquanto uma tempestade eléctrica ilumina o céu quase constantemente. Há muito tempo que não via tantos raios de seguida sem parar já há quase meia hora.
Alarmes de carros disparam ocasionalmente e o som de trovões é quase permanente, se bem que distante com apenas um ocasional mais próximo.
É uma bela capicua e – como toda a gente sabe – a idade do senhor. O que muita gente não se apercebe é que, há dois milénios atrás, ter 33 anos devia ser o mesmo que hoje em dia ter 99, ou coisa parecida.
Conclusão: Jesus era um velho.
Mas eu não. Em 2006, um gajo de 33 anos – com sorte (ou azar?) – vai a pouco mais de um terço da vida. Cá para mim, é-me indiferente: 28 ou 35, who cares.
O dia de anos começou apenas uns minutos depois da meia noite (na verdade só nasci 50 minutos depois da meia-noite, mas ok). Recebi um mms da Mana e companhia, desafiando-me para ir ter com eles a um bar.
Fomos.
Demos com uma bela figura. Um bar manhoso em Cacilhas, pronto, quando digo manhoso quero dizer “típico”. Bandeiras de Portugal por todo o lado, algumas de pernas para o ar e o símbolo de dois clubes de futebol: Benfica e Sporting, claro. No ar: música espanhola cantada em português.
Espaço suficiente para um balcão, com um casal por trás e vários bêbados pela frente.
Entre os bêbados contavam-se a minha irmã e o flip, o mário, a prima’nês e o gugas, nova aquisição familiar.
Já estavam, portanto, demolhados.
Para não me atrasar muito, pedi uma imperial e alguém se foi encarregando de pedir outras até começar a ter dificuldade a distinguir as três dimensões umas das outras.
Aí por volta das duas e tal, saímos e dirigimo-nos para casa. A Dee – a única pessoa sóbria ali – sempre dotada de grande paciência, ia dando conversa aos bêbados e tentando apaziguar as suas dúvidas emocionais.
Nesta altura e sem saber bem porquê, achei que era boa ideia trepar ao mastro de bandeira da Junta de Freguesia de Cacilhas. Pensei que não ia conseguir, mas dei por mim í altura do primeiro andar do prédio da Junta.
Como consegui descer sem partir as pernas, mas não tinham sido tiradas fotos, subi novamente. Entretanto, a prima lavava os pés na mangueira do funcionário da Câmara que lavava as ruas e pensava certamente para consigo: “maldito turno da noite”.
Chegámos a casa, sem mais incidentes e eu fui – claro – vomitar.
Deitei-me, pouco ciente da minha própria existência, convencido de que ia adormecer profundamente.
Errado.
Não consegui adormecer e sentia-me profundamente mal disposto.
Uma ou duas horas depois voltei a levantar-me. Tontíssimo da bebedeira, deitei-me no chão da casa de banho amaldiçoando o álcool e uns segundos depois lá vinha mais uma descarga de restos do jantar – fusili a la arabiatta.
Depois começaram as cólicas… e a diarreia.
Comecei a desconfiar que isto não era só de umas imperiais e uns shots manhosos em copos que não eram lavados há 20 anos.
A noite prosseguiu, sem sono e com viagens diversas í casa de banho até se me acabar o vómito e o imodium me parar o intestino.
Passei o dia todo mal disposto. Tive que cancelar o almoço de aniversário. E a meio da tarde comecei a ter febre.
Foi portanto um belo dia de anos. Uma combinação de restos de uma bebedeira, com uma directa, com uma ressaca, com um qualquer devaneio gastrenterológico.
Ao fim do dia recebi a visita dos meus pais, que me animou um bocado, como sempre. Depois vi Portugal a jogar mal í brava e a ganhar por pura sorte a Angola, por 1-0 e fui dormir, ainda bastante enjoado.
Atenção a toda a gente que jogou Half-life2: comprem já o HL2:Episode one! é simplesmente fantástico. Um pequeno episódio em que temos – como Gordon Freeman – algumas pessoas a evacuar City 17 antes que a cidadela vá pelos ares. Com ajuda da Alyx, esta é uma curta mas fantástica aventura que me deixou a babar-me pelo Episode 2.
A ideia de conteúdo episódico distribuído por Steam resultou em cheio: o jogo é muito mais barato, sendo também curto (não o tenho sequer há uma semana), mas de uma qualidade muito acima da média.
Atrevo-me a subscrever críticas que já li e que põem este Episode one acima da fasquia do próprio Half-Life 2.
– Qualquer homem que use calças por meio da canela. Isto é assim: até ao calcanhar são calças, de meio da coxa até ao joelho são calções. Menos que meio da coxa são ridículos e a meio da canela são idiotas. É fácil fixar.
– Rapazinhos todos bronzeados, de camisola de alças, boné e brincos de brilhantes nas orelhas. (Muitas vezes, com calças pelo meio da canela).
– Toda e qualquer pessoa que esteja a deixar crescer uma mullet ou já tenha deixado crescer uma mullet ou esteja a pensar num futuro próximo deixar crescer uma mullet. A mullet é o pior corte de cabelo de sempre e dá ar de atrasado mental a quem a usa. Tenho visto homens e mulheres com mullets. Não, não, não; mal, mal, mal; errado, errado, errado!
– Qualquer cidadão que coloque bandeiras nacionais no automóvel.
– Pela mesma medida, mas com mais veemência: todas as pessoas que vistam o colete de alta visibilidade nos bancos da frente dos seus veículos.
– Ainda na mesma categoria: pessoas que põem bandanas nos encostos de cabeça do carro. Aquilo é um encosto de cabeça, não é uma cabeça. Eu sei que para a população geral a diferença é pouca: ambos estão cheios de espuma.
– O sector da população que compra BMW M3 e depois lhes pendura um terço no retrovisor. Epá… se precisam da protecção do senhor, comprem um Aixam e deixem os carros desportivos para pessoas que não têm medo de morrer.
– Todas as pessoas que se metem no meu caminho e andam devagar; toda a gente que não consegue andar em linha recta; todas as senhoras que páram para conversar em locais de passagem difícil; todas as pessoas que cheiram mal logo de manhã; todos os gajos que nunca mudam de camisa (pelo menos usem uma discreta, pode ser que ninguém repare).
– Finalmente, todas as pessoas envolvidas em campanhas publicitárias, artigos jornalísticos ou outras formas de comunicação de massas que fantasiem sobre a selecção nacional ser campeã do mundo em 2006. O novo anúncio da Galp que mostra a celebração da selecção já como campeã é, no mínimo, obscena.
Os anúncios que descrevem a final de Portugal contra o Brasil, com Portugal a ganhar no último penalty, são bacocos. Só por isso, espero que a final seja Costa Rica vs. Namíbia e que o Togo fique em terceiro lugar.
Ah e… claro: que todos esses idiotas entrem em combustão espontânea.
Whoa! São duas e meia da manhã e está a chover torrencialmente enquanto uma tempestade eléctrica ilumina o céu quase constantemente. Há muito tempo que não via tantos raios de seguida sem parar já há quase meia hora. Alarmes de carros disparam ocasionalmente e o som de trovões é quase permanente, se bem que distante […]
Domingo fiz 33 anos. É uma bela capicua e – como toda a gente sabe – a idade do senhor. O que muita gente não se apercebe é que, há dois milénios atrás, ter 33 anos devia ser o mesmo que hoje em dia ter 99, ou coisa parecida. Conclusão: Jesus era um velho. Mas […]
Atenção a toda a gente que jogou Half-life2: comprem já o HL2:Episode one! é simplesmente fantástico. Um pequeno episódio em que temos – como Gordon Freeman – algumas pessoas a evacuar City 17 antes que a cidadela vá pelos ares. Com ajuda da Alyx, esta é uma curta mas fantástica aventura que me deixou a […]
– Qualquer homem que use calças por meio da canela. Isto é assim: até ao calcanhar são calças, de meio da coxa até ao joelho são calções. Menos que meio da coxa são ridículos e a meio da canela são idiotas. É fácil fixar. – Rapazinhos todos bronzeados, de camisola de alças, boné e brincos […]