Quest for Quake

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Já decidi mais ou menos duas compras importantes que quero fazer, com a ajuda de algumas prendas de anos monetárias, mas as coisas não estão a correr pelo melhor.

Há mais de uma semana que ando atrás duns Fostex PM0.4, mas a loja online de onde as quero comprar “recusa-se” a responder ao meu mail. Tenho algumas dúvidas que preciso de esclarecer antes de fazer a encomenda e até agora, nenhuma resposta.

Hoje decidi que a segunda compra seria um Rel Quake e que o levaria para casa no próprio dia. Claro que não consegui.

Sabia que havia um em exposição na Fnac de Almada, mas depois do plasma do meu pai vir sem colunas e ter que ser trocado, de dois telefones sem fios que comprámos lá, terem pifado (um nunca chegou a funcionar e teve que ser trocado), da máquina digital Olympus do meu pai ter avariado e ter que ir para reparar na garantia, do meu amplificador Denon ter explodido e ter que ser trocado, do nosso plasma Pioneer ter sido entregue sem sintonizador que eu tive que ir buscar í  loja, da máquina fotográfica digital e o iPod do Flip terem avariado pouco tempo depois de comprados – tudo isto na Fnac de Almada, decidi que esta não seria a minha melhor escolha.

Dirigi-me í  (aparentemente excelente), loja de HiFi do Saldanha Résidence e estava um Quake com acabamento em cerejeira, na montra. Eu quero um preto, não me parece que valha a pena pagar extra para ter um cubo de madeira em vez de um cubo preto e o preto é mais discreto. Não havia preto, claro. Seria preciso encomendar.

Não encomendei, porque o que eu queria era levar o Quake para casa no fim de semana. Fui í  Fnac do Chiado (confiante que o problema é com a de Almada e não com a Fnac ser uma aldrabice), mas nem ver Quakes. Aliás, a selecção de HiFi e home cinema da Fnac do Chiado é patética. O que é pena, porque a Fnac chega, acaba com todas as lojas num raio de 300 mil kilómetros e depois não oferece nem metade da variedade e qualidade de serviço das lojas que existiam antes.

Veja-se o caso da Valentim de Carvalho que tinha uma secção de instrumentos musicais e outra de música electrónica que eu visitava com regularidade e que desapareceu. Claro que a Fnac não vende instrumentos musicais e a selecção de música electrónica é básica. O mesmo se pode dizer da Virgin Megastore, que tinha uma secção de dança/trip-hop/electrónica/funk/etc, verdadeiramente fantástica (comprei lá muitos CDs depois de tardes passadas a ouvir música) e agora… kaput.

Lá está a Fnac, a liderar o seu império e a oferecer um serviço medí­ocre.

O rapaz da Fnac do Chiado disse-me que haviam dois Quakes noutras lojas. Onde? No Norte Shopping e… claro, em Almada.

Mesmo sabendo que não devia e lutando contra todos os meus instintos, decidi ir ao Almada Forum, quem sabe, desta vez não teria sorte? Decidi exigir que pusessem o Quake a tocar para me certificar que estava em condições e examiná-lo com cuidado para me certificar que estava tudo bem.

Cedo se desfizeram as minhas ilusões: o Quake continuava em exposição e tinha tantas pancadas e lascas arrancadas da sua magní­fica forma cúbica que mais parecia saí­do de um combate medieval.

Resolvi, já sem grande esperança, perguntar se tinham outro. Não.

Claro que não.

E insisti: “Mas já viu como isto está? Está todo estragado.”

Reacção do empregado da Fnac: molhou a unha do polegar em saliva e toca de raspar aquilo que eram, obviamente, lascas, mossas e não sujidade.

Wanker.

“Posso-lhe fazer 10% de desconto”. Certo. Dez porcento num item de 655 euros. E eu levo para casa um aparelho de alta precisão (os circuitos do Rel são de especificação militar, os gajos levam-se a sério), cheio de mossas e… sabe-se lá mais o quê, por 589 euros e meio. What a bargain!
“Não obrigado”.

A tática da Fnac é portanto: “há-de aparecer um tanso”. Um dia, talvez, alguém pague 589, (ou mesmo 655, porque ele só me ofereceu o desconto quando eu reclamei do estado do pobre animal), por um artigo que se quer de alta qualidade… defeituoso. Obviamente que não é o empregado que tem culpa. E eu cada vez gosto menos da Fnac.

Para a semana vou í  loja do Résidence encomendar o meu Quake. É que afinal, numa loja especializada, com sala de audição e empregados que percebem tanto de HiFi que chegam a ser aborrecidos e equipamentos de luxo em demonstração… o Rel custa apenas mais dois euros que na fnac.

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5 comentários a “Quest for Quake”

  1. Ao menos tens uma FNAC perto de casa, eu se quiser ir a uma FNAC tenho que fazer uma viagem de 100 km + portagens, o que não fica barato. Moro a 20 km de Braga e é incompreensivel como a FNAC não investe numa loja de grandes diemensões numa cidade com 140 000 habitantes, incluindo 15 000 estudantes universitários e mais 700 000 a 10/20 km de distancia. Abriu aqui uma MediaMarkt mas não aceitam cartão de crédito e o meu multibanco não é aceite lá. Por isso a tua situação neste aspecto podia ser bem pior.

  2. Dave says:

    Bem, de HIFI não percebo nada… mas de monição já percebo um cadito mais :P
    Escolheste essas Fostex porquê? Não que tenha algo contra essa marca, simplesmente estou mais habituado a vê-la em gravadores (DAT, HD, …) do que em caixas acústicas.

  3. Macaco says:

    Bom, escolhi as Fostex porque são baratas e pequenas. Tenho muito pouco espaço onde misturo e portanto estou muito limitado. Também li excelentes reviews das Fostex em vários sí­tios bem como que aparentemente a Fostex fabrica muitos dos drivers presentes em diversas marcas de monitores.

    Mas estou aberto a sugestões de quem perceba do assunto. :)

  4. Dave says:

    Só depois de ter escrito o comentário é que fui ver o preço. Na music store estão a 99€ cada (198 € o par). Parece-me bem :)
    Já ia lançado para ver a tabela de frequências mas parece que não a têm… só os modelos mais carotes. Se as PM0.5 MKII forem parecidas (o que duvido) posso-te dizer que a resposta é algo estranha…

    http://www.fostexinternational.com/docs/products/pm_series_mkII_spec.shtml#

    Realça os graves e corta nos médios altos. Pessoalmente prefiro respostas mais lineares, no entanto só ouvindo vários generos de música a sair dali é que se sabe. Especialmente com as caixas acústicas, o gosto individual é que manda.

    Assim na mesma gama de preço tens as Samson Resolv 50/65 (já ouvi ambas – as 50 faziam parte do kit 2.1 porreirí­ssimo – e não se envergonham ao lado de umas Genelec 1030) e acho que não há muito mais por onde escolher (até 200 euros o par).

    Em suma (que já me estiquei í  grande), tenta arranjar um sí­tio onde as possas ouvir ao vivo e boa sorte! :)

  5. Macaco says:

    A resposta das PM0.4 é 60Hz – 30kHz. Eu sei que é importante ouvir os monitores antes de os comprar, mas por 200 euros o par há de facto pouca escolha e não faço a mais pequena ideia de onde poderia ouvir as Fostex.

    Mas… tendo em conta que neste momento uso um Technics velhote que precisa que lhe esfreguem o knob de volume para dar som e umas colunas de hifi doméstico Sony com uns 15 anos… qualquer coisa vai ser uma melhoria considerável.

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