Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Quinta-feira, bem cedo, parti com a Dee, o Artur e a Mila, em direcção a Firenze.
Os meus pais, que são uns gajos porreiros cumó caraças, ofereceram-nos esta (mais esta, porque não é a primeira), viagem í cidade do Michelangelo, Dante, Machiavelli e outros mafiosos do estilo. E que bela cidade, de facto.
O ví´o não foi directo e parou em München que estava coberta de neve, com 3º centígrados. É um frio estimulante, que apenas senti por alguns minutos, na pista do aeroporto.
Aterrámos em Firenze por volta das quatro e meia e era praticamente de noite. Depois de uma paragem rápida no Palazzo Machiavelli, fomos dar a primeira volta pela cidade que se revelou imediatamente hospitaleira.
Uma típica cidade medieval europeia, com ruas estreitas e edifícios antigos um pouco por todo o lado. Passeámos junto ao rio, vimos a famosa ponte Vecchio e, no geral, passeámos.
Na sexta-feira apresentou-se-nos o principal desafio da visita: subir í cúpula da catedral de Santa Maria della Fiore, vulgo, o Duomo. São 463 degraus, mais degrau menos degrau, os últimos dos quais num plano curvo (isso é geometricamente possível?), mesmo sobre a parte interna da cúpula. A vista, como não podia deixar de ser, é fantástica, sem um único prédio manhoso e com a cidade rodeada de montanhas, algumas com os cumes cobertos de neve.
Depois passámos pela Piazza della Signoria, com as suas esculturas renascentistas, incluíndo uma réplica do David de Michelangelo Buonarroti, esse grande anti-fascista.
Seguiu-se mais uma subida, desta vez a um miradouro na piazza Michelangelo para mais uma magnífica vista da cidade e uma visita í Chiesa di Santa Croce, com túmulos de bacanos famosos, como Galileu e alguns amigos dele.
O Sábado serviu para visitar o Palazzo Pitti, antiga residência dos Medici e uma verdadeiramente monstruosidade. O palácio é tão grande que não cabe no campo de visão e custa acreditar que alguém vivia ali. Os membros da família Medici deviam passar semanas sem se cruzarem uns com os outros nos corredores.
Não visitámos, porém, o interior do palácio mas sim os jardins Boboli, que lhe pertencem. Se o palácio é grande, os jardins são absurdos. Muito dinheiro tinha aquele pessoal.
À tarde visitámos o Museo degli Uffizi, uma das melhores partes da viagem. Estar em frente a algumas daquelas obras de arte, sobretudo as pinturas, é uma experiência inspiradora. Não sei bem explicar porquê, mas aquilo de facto hipnotiza-me.
Não quero soar demasiado conservador, mas acho que se perdeu qualquer coisa na arte, desde aqueles tempos, sobretudo do renascimento.
A noite de sábado foi dedicada í bistecca alla fiorentina, prato recomendado como típico da zona, pelo guia que o meu pai tinha. É de facto algo a não perder! Um bife de meio quilo, mal passado e simplesmente delicioso. No final, o simpático empregado do restaurante fez mal as contas e acabámos por praticamente não pagar os bifes.
Domingo de manhã pretendíamos ver a igreja de Santa Maria Novella, mas pelos vistos estavam para lá a fazer uma missa, o que me parece completamente inaceitável, mas ok. Optámos por passear pela cidade até ser hora de regressar.
O regresso foi um bocado moroso, sobretudo com o A320 de München para Lisboa a demorar mais de uma hora a descolar por excesso de tráfego no aeroporto e a necessidade de de-gelar as asas.
Chegámos a Portugal por volta das dez da noite, um bocado cansados, mas muito satisfeitos. Firenze é uma cidade bonita e razoavelmente pequena, que se vê bem em dois ou três dias. Também é um excelente sítio para comer e onde não se devem perder os gelados, mesmo estando quase zero graus.
Nós também somos fãs.
É uma das cidades mais bonitas que conheci.
Quanto ao Pitti, não perdeste muito, é só enorme e, qdo lá fomos, não estava bem tratado. Tinha era um tunel que atravessa a Ponte Vechio que era por onde os tipos passavam sem correr o risco de serem apunhalados por algum fanático.
O jardim das amoreiras ( Bobboli), é lindo.
Quanto aos gelados, foi o único sítio em que vi o Hagen Dazs í s moscas. Cedo percebi porquê…
Só confirmas a minha enorme vontade de realizar o périplo por Itália.
Tenho que me encher de coragem!