Quando era adolescente e saía um novo LP do Mike Oldfield ia comprá-lo e ficava a noite toda a ouvir a música. Quando decidia ir-me deitar um bocadinho, os meus pais estavam a levantar-se para ir trabalhar.
Já tive fases melhores e piores. Há uns anos atrás, passei por uma altura em que dormia 4 horas por semana, uma hora num dia, nada no outro, talvez duas no seguinte… nunca prefazendo mais do que 6 ou 7 horas numa semana inteira, sendo o meu record 4.
Depois melhorei um bocado, também com alguma ajuda química e com o meu novo horário mais rotinado a dar uma mão. Mas não se pode dizer que tenha o meu sono regulado.
Durante esta última semana, não tenho dormido mais que quatro horas por noite e estou completamente de rastos. Agora, são dez para as três da manhã, daqui a pouco mais de quatro horas e meia tenho que me levantar para ir trabalhar e embora o Victan que tomei já me tenha acalmado bastante a ansiedade cavalgante com que estava há bocado, deitado na cama, a tentar lutar, ainda não me sinto confiante em voltar a tentar adormecer.
Quantas horas serão hoje? Três? Não sei… mas sei que vou tentar dormir no fim de semana, ou que pelo menos o vou passar a dormir em pé. Mas não vai chegar, são precisas muitas horas de sono para recuperar as perdidas e portanto, segunda-feira, recomeça o ciclo.
Sabem do que eu preciso? De me reformar milionário numa casa í beira mar. Isso sim, era de homem.
Há cerca de um ano que ando a tomar paroxetina e quando estava na sala de espera do HGO a tentar perceber que combóio me tinha passado por cima, decidi que era um idiota por andar a tomar um anti-depressivo.
Para quê? Para me ajudar a dormir? Para me acalmar e me fazer sentir mais contente? Que grande besta… como é que podia achar que tinha problemas ou razões para andar deprimido antes?
Achei que não fazia sentido nenhum andar a tomar comprimidos, já que, de repente, toda a noção que tinha de desorientação mental tinha sido violentamente re-definida.
Então comecei a fazer desmame da paroxetina, convencido que fazia sentido.
Nos últimos dias, com a redução já bastante radical da dose diária, tenho-me sentido cada vez pior. Confuso, desorientado, triste como o caraças e sobretudo com ataques de raiva quase incontroláveis.
Zango-me, irrito-me, a minha paciência é quase nula, sinto-me frustrado e segue-se um frenesim mais ou menos sonoro de redistribuição de objectos por via aérea.
Hoje ao fim do dia passei-me quase completamente. Se razão nenhuma, estava a discursar quase aos berros sobre tudo e nada, zangadíssimo com toda a gente. Senti-me na obrigação de pedir desculpa í s pessoas pelo meu comportamento irracional e explicar que não me andava a sentir bem.
Se calhar, não é a melhor altura de parar com a medicação.
O clima dos últimos dois ou três anos tem-se caracterizado pelo desaparecimento das estações intermédias. A Primavera e o Outono com o clima intermédio, a Primavera morna, em vez de quente, o Outono fresco em vez de frio, praticamente não se distinguiam do Verão e do Inverno.
Este ano, porém, parece que temos Outono: a temperatura desceu dos 30 para os 20, faz algum vento e tem chovido um bocadinho dia sim, dia não. É agradável poder sair í rua e sentir o ar fresco na cara, sem gelar. É bom poder andar de t-shirt e sentir o vento e a chuva, sem ter que amontoar casacos.
E é bom ver-me livre do calor do Verão e poder andar na rua í vontade sem ficar imediatamente encharcado em suor.
Continuando assim, o Outono poderá fazer o seu trabalho e dar lugar a um Inverno frio, como deve ser. E pode ser que finalmente eu consiga estrear os três casacos que comprei e nunca usei.
Estavamos em casa, com a família toda, para o ver. Ele tinha longos cabelos pretos, ondulados e olhos castanhos e eu estava ajoelhado ao lado da cama a falar com ele. Já não era um bebé recém-nascido, tinha sete ou oito meses, talvez.
Todas as pessoas falavam umas com as outras e comentavam o Alex e eu estava perto e quase senti o calor da pele dele.
Depois acordei e tive mais um dia idiota, numa série de dias idiotas que se prevê infinita.
Tenho insónias desde que me lembro… Quando era adolescente e saía um novo LP do Mike Oldfield ia comprá-lo e ficava a noite toda a ouvir a música. Quando decidia ir-me deitar um bocadinho, os meus pais estavam a levantar-se para ir trabalhar. Já tive fases melhores e piores. Há uns anos atrás, passei por […]
Agradeço a boa vontade de todas as pessoas que me têm aconselhado a dar passeios e coisas assim. Nada disso faz qualquer espécie de sentido. Tentem compreender… nada distrai, nada compensa e essa coisa de que o tempo cura, é tanga. Gostava que compreendessem isso. Nem sei explicar por palavras o quão inadequado tudo isso […]
Há cerca de um ano que ando a tomar paroxetina e quando estava na sala de espera do HGO a tentar perceber que combóio me tinha passado por cima, decidi que era um idiota por andar a tomar um anti-depressivo. Para quê? Para me ajudar a dormir? Para me acalmar e me fazer sentir mais […]
O clima dos últimos dois ou três anos tem-se caracterizado pelo desaparecimento das estações intermédias. A Primavera e o Outono com o clima intermédio, a Primavera morna, em vez de quente, o Outono fresco em vez de frio, praticamente não se distinguiam do Verão e do Inverno. Este ano, porém, parece que temos Outono: a […]
Hoje sonhei com o Alexandre. Estavamos em casa, com a família toda, para o ver. Ele tinha longos cabelos pretos, ondulados e olhos castanhos e eu estava ajoelhado ao lado da cama a falar com ele. Já não era um bebé recém-nascido, tinha sete ou oito meses, talvez. Todas as pessoas falavam umas com as […]