Aqui vai um esclarecimento sobre a minha filosofia sobre o direito de voto.
Eu vivi 10 meses em ditadura, não tenho a mínima noção de como é a vida sob um ditador. No entanto, conheço na teoria o que é uma ditadura e pelos dados que me estão disponíveis e uma experiência de dez meses em que não podia mijar a fralda sem ter a PIDE í perna, posso dizer que ditadura igual a mau.
Portanto dou muito valor í democracia que, como alguém dizia, é o pior sistema que conheço, mas infelizmente, é o único.
Votar é importante. E eu voto. Mas no meu ponto de vista, o voto branco e/ou nulo é tão ou mais importante que o voto num partido ou candidato.
Tenho ouvido pessoas perguntar-me porque desperdiço um voto, votando nulo. Eu não desperdiço voto nenhum, aí é que está. Eu voto contra todos os candidatos que me são apresentados. Quando voto nulo, estou a dizer que, por mim, podem ir todos para a polinésia esculpir pirogas que nós por cá, ficamos melhor.
Pensando melhor, preferia ir eu para a Polinésia viver da construção de pirogas…
Mas divago… o importante a ter em conta aqui é que o voto nulo é uma forma de votar como qualquer outra. Não me revejo em nenhuma candidatura nem manifesto eleitoral. Quando concordo com ideias expressas em programas eleitorais imediatamente a seguir penso que não passam de teorias que nunca serão postas em prática.
E invariavelmente é assim: quando um partido chega ao governo, de repente, as promessas eleitorais tornam-se coisas complicadas e que não podem ser bem assim e não foi bem isso que nós dissemos. E toda a gente sabe isto.
Então pergunto-me: porque é que toda a gente continua a votar nos mesmos partidos e nas mesmas pessoas?
Imaginam o que seria se todo o país votasse nulo nas próximas eleições?
Existem cinco candidatos í presidência da república. O Cavaco Silva parece estar destacado para ganhar em todas as sondagens que eu vi até agora. Mas porquê?
Não consigo compreender porque é que os portugueses votariam em massa no homem que foi primeiro-ministro nos 10 anos em que Portugal foi inundado de fundos comunitários ficando precisamente na mesma, enquanto outros países em situação idêntica, como a Irlanda, aproveitaram para “nos passar í frente”. Um tipo seco e sem ideias, que acabou na rua depois de mandar a polícia carregar sobre os manifestantes que bloquearam a ponte 25 de Abril em protesto contra ao aumento da portagem da mesma.
Não me lembro de uma única coisa positiva da administração do Cavaco, pelo que fico realmente curioso em saber o que levaria as pessoas a elegê-lo agora para Presidente.
Outro candidato é o Soares, que tem 802 anos… perdão, 82. Lembro-me do Soares ser Presidente, mas não me lembro de ter sido Primeiro Ministro. Nessa altura interessava-me mais saber se os índios ganhavam aos cowboys ou qual dos meus carrinhos de brincar era mais rápido. Esperaria que o Soares recebesse simpatias, sobretudo da terceira idade, e estivesse í frente na corrida, mas assim não é e, sinceramente, não me faz diferença: o Soares não me preocupa já que, pelo menos, sabe falar português, coisa que o Cavaco não sabe.
Segue-se o Manuel Alegre. O político poeta, ou será o político pateta? Bom… patetas são todos, portanto o Manel limita-se a ser Alegre. Não sei o que ele representa… talvez a esquerda dos bons velhos tempos. Sinceramente não faço ideia qual seja a sua plataforma eleitoral, mas também – sejamos sinceros – não faço a mínima ideia qual seja a plataforma eleitoral de seja quem for.
Se escreve poemas, depreendo que o Manel saiba falar português, pelo que também passa í frente do Cavaco… o que não significa que sequer me passe pela cabeça votar nele, claro.
Quem mais? O Jernónimo! Jerónimo de Sousa, operário, diz ele. Imagino que não veja um fato de macaco há 50 anos, mas isso não faz dele menos operário. O Jerónimo e do PCP e, historicamente, os candidatos do PCP desistem em favor dos do PS… pelo que não espero outra coisa do Jerónimo. Tirando isso, valeu a pena toda a sua candidatura a Presidente da Republica apenas para o ver dançar num bailarico qualquer. Que coisa verdadeiramente fantástica de se ver.
Por fim temos o Francisco Louçã que acha que só porque foi finalmente eleito deputado, pode logo concorrer a Presidente. O que eu não consigo imaginar é o que faria o Francisco Louçã na Presidência da Republica. Parece-me uma candidatura errada. Tal como Cavaco Silva, Francisco Louçã quer é ser Primeiro-Ministro e está na candidatura errada. O problema é que ele sabe perfeitamente que o BE muito dificilmente chegará í posição de ser um dia Governo do nosso país.
Em suma, apresenta-se-me novamente uma difícil decisão para mais uma complicada eleição. Como voto eu: branco, nulo, ou abstido?
Finalmente está a começar a ficar frio de manhã e de noite. Falta o resto do dia, mas eu sou paciente.
De manhã cedo, já quase me doem as orelhas ao atravessar Cacilhas para chegar aos barcos e í noite, a temperatura desce aos 10 graus, fazendo do edredon um bom amigo. Durante o dia, porém ainda tenho calor, tendo que passar o tempo de t-shirt. A coisa é piorada pelos psicóticos que, ao mínimo sinal de descida da temperatura, ligam os aquecimentos nos edifícios.
O tempo está simpático e tenho tido sorte de conseguir ver chuva apenas pela janela (which is very nice) e poder dar uns passeios a pé, de Picoas ao Parque, para apanhar a linha azul, com calma e o vento fresco na cara.
Parece que duas pessoas se vão voltar a juntar. Fico feliz por eles. Sobra uma máquina de lavar que não se importa nada de ser espectadora dos tropeções da vida.
Aqui vai um esclarecimento sobre a minha filosofia sobre o direito de voto. Eu vivi 10 meses em ditadura, não tenho a mínima noção de como é a vida sob um ditador. No entanto, conheço na teoria o que é uma ditadura e pelos dados que me estão disponíveis e uma experiência de dez meses […]
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