Nos tempos modernos, as corporações estão viradas para a produtividade. Os departamentos são geridos na ponta da buzz word e os profissionais são activos e não só trabalham dia e noite, como ainda praticam exercício físico regular.
Então e nós, pessoas normais? Os leitores interrogar-se-ão, e com razão: “como posso combater este malvado sono que tenho o dia inteiro?”. Agora, deixou de ser preciso aumentar o seu nível de stress com um cansaço insuportável, porque chegou este magnífico manual de técnicas avançadas para dormir na casa de banho do seu escritório, o mais confortavelmente possível.
Atenção: estas técnicas não foram testadas noutras casas de banho públicas, como as de cafés, restaurantes e repartições, pelo que desaconselhamos a sua prática nestas instalações.
Técnica 1: Assentamento simples com flexão dorsal invertida
Leve para a casa de banho um casaco que use normalmente pelo escritório. Escolha um compartimento em que possa, obviamente, trancar a porta e que tenha uma sanita com uma tampa rígida para que não se deforme e/ou parta, dando lugar a acidentes bastante desagradáveis.
Sente-se sobre a tampa da sanita fechada, como se sentaria normalmente, embrulhe o casaco por forma a moldá-lo qual almofada e coloque-o atrás de si, sobre o tanque do autoclismo.
Encoste-se para trás, deixando-se afundar ligeiramente na sua posição sentada, e colocando os seus ombros sobre o casaco enrolado. Se tiver sorte, conseguirá apoiar a cabeça. Apague a luz, ou aguarde que esta se apague, caso seja temporizada. Bons sonhos.
Técnica 2: Assentamento simples com flexão abdominal e apoio braçal duplo.
Esta técnica é um pouco mais avançada que a anterior. Requer mais concentração, treino e flexibilidade.
Aconselhamos que alterne o seu programa de sestas, por forma a ir treinando técnicas mais avançadas. Poderá, por exemplo, praticar a Técnica 1 todos os dias, excepto í quarta-feira, dia em que deverá praticar uma das técnicas mais avançadas. Ao fim de dois meses de treino, poderá passar a ter dois dias não consecutivos de prática de técnicas mais complexas na sua semana.
Mas passemos ao importante: sente-se sobre a tampa de sanita (leia a indispensável Técnica 1 para saber quais as características ideais do local a desenvolver o seu trabalho), dobre o seu corpo para a frente, enrolando-se ao nível do abdómen, quase como se quisesse olhar para a sua própria barriga.
Apoie ambos os cotovelos nos joelhos e coloque as mãos cobrindo a cabeça. Com a pressão dos braços nas têmporas, cria-se um apoio para a sua cabeça.
Deixe-se levar nos braços de Morfeu.
Técnica 3: Assentamento perpendicular com apoio simples ou duplo
A Técnica 3 apenas deve ser praticada em compartimentos sanitários com um máximo de 150 cm. de largura. Não arrisque esta Técnica em compartimentos mais largos a menos que tenha já treinado bastante e apresente, de facto, uma compleição física e capacidade de flexão verdadeiramente acima da média.
Sente-se perpendicularmente ao eixo da sanita, sobre a tampa fechada (nunca é demais lembrar). Encoste-se para trás, colocando as costas contra a parede e os pés contra a parede oposta.
É aqui que a meditação se torna essencial. Primeiro que tudo você terá que eliminar da sua mente a ideia de que as paredes da casa de banho mais não são que um antro de bactérias e germes diversos, caso contrário, não conseguirá nunca dominar esta técnica. Em segundo lugar, vai ter que aguentar a sensação do azulejo frio contra as suas costas durante dois a três minutos, altura em que os ditos aquecem com a sua temperatura corporal.
Se conseguir dominar o aspecto mental desta Técnica, descobrirá que se trata, provavelmente, da mais confortável. Deixe descair ligeiramente a cabeça para um dos lados e convide o João Pestana a entrar na sua vida.
Técnica 4: Assentamento oblíquo com colocação craniana protegida
Esta técnica parte do princípio que, perto da sanita no compartimento sanitário que escolheu para dormir, existe uma caixa de plástico razoavelmente grande, contendo um rolo de papel higiénico de tamanho industrial
Se não for o caso, não poderá praticar esta Técnica. Sublinhamos, porém, que esta técnica não é necessariamente a melhor, mas como por vezes nenhuma das outras três é possível, decidimos incluí-la para que tenha mais hipóteses de escolha na sua prática e também para tornar este artigo mais completo.
Sente-se num ângulo oblíquo em relação ao eixo normal da sanita (já sabe: tampa fechada), por forma a posicionar o seu corpo na chamada posição frontal ao rolo de papel higiénico.
Retire papel higiénico suficiente para que, através da dobragem, possa obter uma liliputiana almofada. Deixe então o seu tronco relaxar, dobrando-se ventralmente em direcção ao dispensador de papel. Antes que a sua testa toque o plástico, coloque entre ela e este último a almofadinha de papel.
Como vê, não é uma Técnica muito promissora, pelo menos na teoria…. mas experimente e poderá surpreender-se com os resultados! Apoie os braços cruzados sobre os joelhos, relaxe e deixe que um Oneiroi o possua.
Durante muitos anos, a grandiosa troca de prendas teve lugar na noite de 24 para 25, começando-se í meia-noite e terminando sempre perto das duas ou três da manhã. Com os anos, o volume de prendas foi aumentando de tal forma que a troca teve mesmo que deixar de começar tão tarde e, mesmo assim, durava noite dentro.
De há algum tempo para cá, com outras famílias a visitar no natal, a grandiosa troca foi mudada para dia 25 í tarde. E assim foi, este ano, mais uma vez.
Tudo correu razoavelmente bem. No final do almoço bebi dois penalties de James Martin’s (de penalty, mesmo), o que me amaciou para a troca de prendas e me ajudou a descontrair.
A noite tinha sido mal passada, com sonhos estranhos e inquietação. Mas depois de um bom almoço, uma visita í renovada casa da minha irmã, muitas fotos e uma bebedeira rápida, senti-me mais ou menos normal.
A troca de prendas correu bem, parece-me. Recebi várias coisas fantásticas, como um Black & Dekker DustBuster (o nosso ex-mini-aspirador tinha sido oferecido pelo Tritão no casamento, mas já se avariou há uns tempos), um bestial grelhador Krups, montanhas de DVDs (deu para construir uma torre na nossa mesa de café) e, claro, os inevitáveis macacos.
Este ano senti-me muito desinspirado para o natal. Na verdade só queria que passasse depressa e tive um bocado a sensação de que isso se reflectiu em prendas meio ranhosas para a maioria das pessoas. Não é que fossem más em si, mas gostava que tivessem sido mais especiais. A que melhor cumpriu esse objectivo, penso, foi a pintura do Gandalf que fiz para a Marta e o Filipe, ao estilo das que já fiz para várias pessoas ao longo dos anos. Penso que ficou bastante boa e pus bastante de mim nela.
Tudo correu muito bem e eu e o Fernando fazíamos um duelo de doenças ao bom velho estilo do sketch do gato em que duas velhas participam num concurso para ver quem tem mais doenças: tenho varizes! Tenho uma azia que não me deixa dormir! Tenho enxaquecas terríveis! Tenho problemas de fígado!
Foi nessa altura, entre risos e uns snacks de fim de tarde, que apareceram uns amigos com a sua bebé que já começa a andar. Foi o fim.
Fiz um grande esforço para me comportar normalmente. Tentei convencer-me de diversas coisas lógicas e óbvias em relação í criança, enquanto ela se tornava o centro das atenções. Mas não consegui. Não quero ser egoísta, nem insensível, não acho que ninguém deva sofrer por mim, mas tive que sair da sala e pouco depois tive que me ir embora de casa dos meus pais.
Hoje, pela primeira vez em 32 anos, não passámos véspera de natal com a família.
O ambiente não anda grande coisa por aqui. Tenho-me sentido muito triste e só. Mesmo rodeado de gente, não consigo evitar este sentimento.
Almoçámos com os meus sogros, cunhados e a avó Luísa em casa dos primeiros. Demorei um bocadinho a sentir-me í vontade e, de início, só me queria ir embora, meter-me na cama e acordar em Janeiro. Quando o Cunhado chegou e esteve a ver a D50 e a mostrar as sua já fantástica colecção de objectivas da Canon, a coisa aliviou um bocado, depois de comermos e conversarmos um bocado, trocámos prendas e senti-me mais í vontade.
Um pouco mais tarde chegaram duas primas da minha sogra, que eu não conhecia e tanto eu como a Dee começámos a sentir-nos cada vez menos í vontade. É a velha história do elefante no meio da sala de quem toda a gente está a tentar evitar falar. Claro que as pessoas não têm culpa de nada. Mas nós não conseguimos deixar de nos sentir mal e acabámos por nos ir embora o mais rapidamente possível.
Em casa, no escuro, deixamos-nos afundar na nossa tristeza.
Acabámos por reagir e lançámo-nos no nosso projecto para a noite de natal: ver os três “Lord of the rings”, back-to-back. Enchemos tijelas com M&Ms, maltesers e cheetos, a Dee fez um fantástico pâté de delícias do mar com queijo-creme, azeitonas, pickles e ovo cozido e abrimos uma garrafa de coca-cola.
Confesso que não conseguimos. Vimos o “Fellowship of the ring” e o “Two towers”, mas estávamos já demasiado cansados í uma e meia da manhã para começar a ver as quatro horas do “Return of the King”. Em vez disso, trocámos umas prendinhas e eu recebi um fantástico livro sobre a arte de Alex Ross para a DC, que ataquei imediatamente.
O FvG é baixista dos [f.e.v.e.r.] e ainda por cima trabalha comigo no SAPO. Além disso, pode dizer-se que provavelmente vai odiar o facto de eu ter revelado tantos pormenores sobre ele online.
Os textos dele são extremamente interessantes, sobretudo os que versam a física nuclear aplicada.
Já ouvi dizer várias vezes que estamos em período de pré-campanha eleitoral para as Presidenciais de Janeiro.
Pré campanha? O que é que isso quer dizer? Pelo que tenho visto, os candidatos andam pelo país a beijar criancinhas, a fazer comícios, a participar em debates. Isso não se chama “campanha eleitoral”? O que raio é uma pré-campanha?
Ah, já sei, deve ser mais uma daquelas coisas para vender tele-jornais.
Nos tempos modernos, as corporações estão viradas para a produtividade. Os departamentos são geridos na ponta da buzz word e os profissionais são activos e não só trabalham dia e noite, como ainda praticam exercício físico regular. Então e nós, pessoas normais? Os leitores interrogar-se-ão, e com razão: “como posso combater este malvado sono que […]
Hoje foi o dia da grandiosa troca de prendas. Durante muitos anos, a grandiosa troca de prendas teve lugar na noite de 24 para 25, começando-se í meia-noite e terminando sempre perto das duas ou três da manhã. Com os anos, o volume de prendas foi aumentando de tal forma que a troca teve mesmo […]
Hoje, pela primeira vez em 32 anos, não passámos véspera de natal com a família. O ambiente não anda grande coisa por aqui. Tenho-me sentido muito triste e só. Mesmo rodeado de gente, não consigo evitar este sentimento. Almoçámos com os meus sogros, cunhados e a avó Luísa em casa dos primeiros. Demorei um bocadinho […]
Mais um gajo porreiro com um blog prometedor. O FvG é baixista dos [f.e.v.e.r.] e ainda por cima trabalha comigo no SAPO. Além disso, pode dizer-se que provavelmente vai odiar o facto de eu ter revelado tantos pormenores sobre ele online. Os textos dele são extremamente interessantes, sobretudo os que versam a física nuclear aplicada. […]
Já ouvi dizer várias vezes que estamos em período de pré-campanha eleitoral para as Presidenciais de Janeiro. Pré campanha? O que é que isso quer dizer? Pelo que tenho visto, os candidatos andam pelo país a beijar criancinhas, a fazer comícios, a participar em debates. Isso não se chama “campanha eleitoral”? O que raio é […]