Não tenho muito tempo, mas vou tentar escrever um pouco sobre a dificuldade que as pessoas têm demonstrado recentemente em compreender-me, especialmente no que toca ao “caso” Santana Lopes e aos repetidos comentários que aqui têm vindo a ser colocados, como se isto fosse um forum público e eu quisesse saber.
Existe uma grande tendência para ver a política como se de futebol se tratasse. Isto é, eu sou do PSD, tu dizes mal do PSD, deves ser do PS. Leia-se, eu sou do Sporting, tu dizes mal do Sporting, deves ser do Benfica.
O vice-versa aplica-se a 100%, evidentemente.
Se não és do PS, então, muito mais grave, deves ser comunista. Ou… não és do Benfica, então, muito mais grave, deves ser do Porto.
Isto é para mim absolutamente claro, tanto mais que as vitórias eleitorais e as vitórias futebolísticas se comemoram exactamente da mesma forma: as pessoas do partido/clube vencedor, saem às ruas nos seus carros e desfilam pelas cidades, de bandeiras ao vento, buzinando.
As televisões entrevistam os secretários gerais/treinadores sobre a vitória e exibem-se as cores do partido/clube.
É exactamente igual.
Assim como é igual o sentido de rivalidade… uma vez do PSD, para sempre do PSD, uma vez do Benfica, para sempre do Benfica. Evidentemente, isto trás problemas, porque o futebol é só futebol e a política, bom, é a actividade que determina a gestão do país.
A verdade é que existe uma certa quantidade de pessoas que não votam em políticas ou projectos, mas sim, no seu clube de futebol… perdão, partido político.
Uma vez do PS, para sempre do PS. Independentemente do programa proposto, do líder, da lista de deputados: vota-se porque se veste a camisola e se usa a cor.
E é esse princípio que orienta as principais discussões políticas: eu sou do PSD vou defender o PSD e atacar o PS até ao fim. E vice-versa, mais uma vez.
Assim se vê que os próprios partidos afirmam categoricamente, quando perdem eleições, que vão ser uma feroz oposição. Porquê? Porque são inimigos mortais uns dos outros, claro.
Quanto a mim, a lógica ditaria que todos os partidos da assembleia, tendo sido eleitos pelo povo e tendo obrigação de o representar, deveriam trabalhar em conjunto para implementar políticas que permitissem melhorar a vida do país e potenciassem a sua evolução social, tecnológica, económica e etc.
Em vez disso, divide-se a política entre esquerdas e direitas, em que uns são contra os outros e vice versa e passamos a vida em discussões sobre se foi ou não penalty. É futebol. É a mesma coisa.
Temos assim um país que é gerido, à vez, pelos corruptos do PS e pelos corruptos do PSD. O que muda é para que bolsos vai o dinheiro, para que mão vai a influência. O Governo português, é um poleiro que permite a colocação de directores e administradores e a movimentação de dinheiro e influência e portanto os dois principais partidos nacionais, que tinham obrigação de representar a população, passam o tempo a lutar um contra o outro, para ver quem tem o poleiro a seguir e quem consegue ter o poleiro mais tempo.
Parece-me a mim que, nas últimas eleições legislativas, o povo, elegeu o PS e o PSD. O povo disse nas urnas: olhem… nós estamos fartos de vocês todos, portanto aqui têm uma votação insípida… coliguem-se e talvez em conjunto consigam fazer alguma coisa com isto.
Mas o que se passou foi que o PSD preferiu aliar-se ao CDS (porque também é de direita, do mesmo clube, portanto) e ignorar completamente o facto de a voltação indicar uma excelente possibilidade de aliança entre o PSD e o PS para criar um governo de grande maioria e consenso.
É o clube que interessa. E o meu clube… é o Benfica. Não preciso de mais nenhum. É por isso que não sou do PSD, nem do CDS, não sou do PS, nem do PCP, não sou do Bloco de Esquerda, nem do MRPP, nem dos Verdes, nem do POUS, do Movimento da Terra nem de porra nenhuma.
Não tenho partido. E assim, quando voto, voto no que eu acho melhor, no que me parece adequado. Posso não estar certo, mas pelo menos sei que não tenho os olhos vendados pela bandeira de um partido.
Há um prazer especial quando somos analfabetos e conseguimos escrever o nosso nome pela primeira vez. A maioria de nós não se lembra desse momento, porque éramos crianças. Se formos o Santana Lopes, não nos lembramos desse momento, porque ele ainda não chegou.
Mas esse momento, revivi-o agora mesmo… e que prazer! Não imaginava que pudesse saber tão bem. Ontem decidi ir a um FTP sacar uma iso do Gentoo. Para quem não sabe e não se quer dar ao trabalho de seguir o link, Gentoo é uma distribuição de Linux. Saquei a coisa e gravei um CD.
Hoje peguei no Frankenstein, um computador que tinha construído de bocados de outros computadores, já há uns tempos, mas que nunca tinha usado para nada. e depois de umas voltas, lá animei o gajo… it’s alive!
Bootei-o com o live CD de Gentoo que ontem tinha cuidadosamente preparado para o evento. Tudo bem… mas nada de placa de rede. Frustração.
Frustração esta que apenas veio contribuir para o prazer que se seguiu. Depois de algum tempo, mas ajudado pela documentação do Gentoo que é verdadeiramente excelente, consegui ir ao Google. De: nada de detecção de placa de rede para ir ao Google… em Linux, sem perceber grande coisa daquilo, foi para mim como escrever o meu nome pela primeira vez na vida.
modprobe sis900 (placa ranhosa encontrada no fundo de uma caixa ao sol na varanda), para carregar a driver da placa de rede.
vi /etc/resolv.conf para adicionar os nameservers da netvisão.
ifconfig eth0 192.168.0.6 broadcast 192.168.0.255 netmask 255.255.255.0 up, para dar um ip, broadcast address e netmask ao interface ethernet 0
route add 192.168.0.6 gw 192.168.0.1, para configurar o meu router como gateway e… bingo!
Funcionou! Que gozo me deu! Mas também fiquei impressionado com a documentação fornecida, é verdadeiramente clara e exaustiva… eles começam com o mais simples… faz assim: é a maneira automática, mas se não der, podes fazer assim ou assim, ou assim… e se ainda não der, senta-te aàque a gente explica-te o que é um ip, um broadcast e um netmask, a gente explica-te o que é um gateway, como funciona o ifconfig e o route e no fim, tu configuras isso tudo à mão. Brilhante.
Bom, o passo seguinte é preparar o disco para a instalação e em vez de estar chateado e frustrado (como é habitual quando se tenta instalar o software de raiz em qualquer computador), estou entusiasmado com o passo seguinte.
Bom… o Frankenstein só tem 32, dos 64 Mb de RAM que o Gentoo precisa para correr, mas por agora, vou fingir que não li essa parte ;)
Hoje fiz chili e ficou excelente. Nunca tniha feito antes, mas pelos vistos saiu-me bem í primeira. Aqui vai a receita para quem gosta de cozinhar:
2 colheres de sopa de azeite
5 dentes de alho picados
2 cebolas picadas
800 grs. de carne de vaca picada
1/2 colher de chá de sal
1 colher de chá de pimenta preta moída
1 lata de tomate pelado (ou tomates frescos se estiverem para isso, uns 4)
1 Guinness
2 colheres de sopa de vinagre
3/4 de colher de chá de cominhos moídos
2 colheres de chá de óregãos picados
1 chávena de salsa picada
1/2 kg. de feijão encarnado cozido (lata grande da compal 860g.)
1 pimento vermelho
Piri-piri a gosto
É mais ou menos isso, agora faz-se assim:
Deitam-se as duas colheres de azeite no fundo de uma panela grande e aquece-se um bocadinho.
Juntam-se os 5 dentes de alho e depois as cebolas picadas e cozinha-se uns 5 minutos.
Junta-se a carne picada e vai-se mexendo e deixando cozinhar uns 8 minutos, pelo menos até toda a carne ficar castanha.
Junta-se o sal e a pimenta preta e mexe-se bem para temperar.
Junta-se o tomate (atenção, se usarem tomates frescos deve ser conveniente juntar polpa de tomate, se usarem tomate de lata, já vem com polpa) e mistura-se bem.
Juntam-se os cominhos bem moídos (um almofariz dá muito jeito), os óregãos, o vinagre e salsa e mistura-se bem.
Agora é uma parte complicada: deita-se uma chávena de Guinness e mexe-se para envolver… e depois é imprescindível beber o resto que sobra da Guinness!
Depois de tudo bem misturado, deve-se tapar a panela, baixar o lume e deixar cozinhar 45 minutos. Convém ir verificando que tudo está a correr bem e ir mexendo.
No fim dos 45 minutos, juntam-se os feijões, bem escorridos e lavados (porque na lata vêm com conservantes e convém lavar bem) e o pimento e deixa-se cozinhar, tapado, mais 15 minutos.
Eu fiz mais uma coisa: antes dos tomates e companhia, juntei uma colher de sopa de piri-piri em pó. O Chili é suposto ser picante (aliás, é suposto ser feito com malaguetas, mas eu inventei), mas 1 colher de sopa de piri-piri foi demais. Está excelente, mas está demasiado picante para mim, portanto é assim: quem gostar de picante í brava, pode por 2 colheres de sopa de piri piri (estou a falar de pó, não de óleo), quem gostar muito, uma colher de sopa, quem gostar um bocadinho, meia colher de sopa e por aí fora.
Se não gostarem de picante, saltem esta parte que o Chili fica excelente na mesma, desde que sigam o resto desta receita.
Pode-se comer com nachos por exemplo, ou com um bocado de arroz branco, que também ajuda depois í digestão.
Não tenho muito tempo, mas vou tentar escrever um pouco sobre a dificuldade que as pessoas têm demonstrado recentemente em compreender-me, especialmente no que toca ao “caso” Santana Lopes e aos repetidos comentários que aqui têm vindo a ser colocados, como se isto fosse um forum público e eu quisesse saber. Existe uma grande tendência […]
Sei que já o disse vezes sem conta, neste e noutros sites… mas nunca é demais sublinhá-lo. Odeio palhaços! E aqui fica um link para uma tira do Life is simple precisamente sobre esse ódio.
Há um prazer especial quando somos analfabetos e conseguimos escrever o nosso nome pela primeira vez. A maioria de nós não se lembra desse momento, porque éramos crianças. Se formos o Santana Lopes, não nos lembramos desse momento, porque ele ainda não chegou. Mas esse momento, revivi-o agora mesmo… e que prazer! Não imaginava que […]
Hoje fiz chili e ficou excelente. Nunca tniha feito antes, mas pelos vistos saiu-me bem í primeira. Aqui vai a receita para quem gosta de cozinhar: 2 colheres de sopa de azeite 5 dentes de alho picados 2 cebolas picadas 800 grs. de carne de vaca picada 1/2 colher de chá de sal 1 colher […]