Publicado em , por macaco
Nunca tinha ido a Tomar. Já há algum tempo que andava com vontade de fazer one-day trips e Tomar foi escolhido para a primeira.
Metemo-nos no carro ao início da tarde e com um percurso tirado da sempre útil Via Michellin, seguimos caminho. Infelizmente, não existe, ou eu não conheço, maneira de chegar à A1 sem passar por Lisboa… portanto lá ficámos nós encravados na segunda circular que, para variar, tinha “trânsito lento devivo a um acidenete”.
O resto da viagem foi relativamente pacífica e umas duas horas depois de termos saído de casa estavamos a chegar a Tomar. Teria sido menos tempo se não tivessemos apanhado novamente o trânsito parado, já perto de Tomar, numa estrada em obras com circulação alternada e uma dezena de camiões pelo caminho.
As portagens em Portugal devem ser tão castigadoras que basta saírmos da auto-estrada para encontrarmos 5 vezes mais camiões a circular.
Atravessámos a parte mais nova de Tomar que parecia um qualquer bairro da Amadora, depois entrámos numa parte um pouco mais antiga que fazia lembrar uma das ruas aborrecidas de Setúbal e depois, finalmente, chegámos ao centro histórico da cidade, com a pontezinha sobre o rio e as pequenas cascatas, as floreiras nos candeeiros de rua e todo aquele aspecto de vilazinha medieval.
Seguiu-se uma frustração comum: Tomar está a abarrotar de carros. Há carros por todo o lado. Encontrámos um parque de estacionamento, mas estava a abarrotar de carros. Resultado: não conhecendo bem a cidade, demos uma ou duas voltas e não conseguimos estacionar. Em mais uma passagem, acabámos por começar a subir em direcção ao Castelo dos Templários e ao Convento de Cristo.
Acabámos por parar o carro junto ao convento e aàpassar a tarde.
O Castelo dos Templários data de 1160. Foi fundado por Gualdim Pais, o Mestre Templário cá da zona. São 844 anos.
Está bem que o castelo não está intacto e que o Convento de Cristo foi construído no seu interior durante uns séculos, mas ainda assim há que ter respeitinho por uma construção com 844 anos de idade.
História. É aquela coisa que temos cá na Europa.
Depois de uma volta pelo castelo, entrámos no Convento, que é absolutamente fantástico. Tem partes românicas, partes góticas e a famosa janela Manuelina, que me pareceu estar a precisar de um restauro mais ou menos urgente.
A coisa é gigantesca. Não cheguei a perceber quantos frades viviam ali, mas deviam ser muitos. Há corredores imensos com celas de um lado e de outro, um refeitório enorme e vários claustros, de épocas diferentes.
Foi uma visita que compensou inteiramente.
Saímos do Convento já quase na hora de fecho e descemos à cidade novamente. Desta vez arranjámos um lugarzinho para estacionar o carro e dar uma voltinha a pé. Fomos ver o rio, a nora romana, a ponte, o jardim e depois dar uma volta pelas ruas que têm o trânsito cortado (a melhor invenção de sempre: cortar o trânsito automóvel em determinadas ruas… devia ser era em toda a baixa da cidade). Fomos até à praça da República (que aposto que não se chamou sempre assim), onde está a igreja e a estátua do Gualdim Pais. Depois parámos no café paraíso para comer uma sandes muito ranhosa e um bolo duvidoso, o que foi pena, porque o café é muito giro, daqueles cafés antigos, com balcão de madeira, tectos altos com ventoínhas e uma montra enorme.
Seguiu-se a viagem de regresso, um pouco mais rápida, porque me aventurei um bocadinho mais com o acelerador do Merc (embora ainda não tenha puxado verdadeiramente por ele). Infelizmente a coisa estagnou novamente… em Lisboa.
Como não podia deixar de ser, apanhámos trânsito lento na segunda circular e depois parado no eixo norte-sul até à maldita ponte.
Quando foi construída a ponte Vasco da Gama e a passagem ferroviária na ponte 25 de Abril fiquei com a convicção que o impacto nas longas e torturantes filas da 25 de Abril seria mínimo. E foi mesmo. Nem se nota.
Saímos da ponte e rumámos ao Forum, onde fomos revelar as fotos. Ficámos um bocado desiludidos… as fotos da nossa magnífica Nikon F80 estavam muito mazinhas. Se tivessemos levado a Canon compacta APS teríamos fotos melhores de Tomar. Tecemos algumas considerações sobre o nosso desconhecimento da Nikon que ainda temos há pouco tempo, mas em conclusão, se comparássemos as duas máquinas frente a frente, ambas completamente no automático, a Nikon tinha obrigação de fazer fotos pelo menos tão boas como as da Canon, e não faz.
É um assunto a estudar.
Em conclusão, gostei muito de Tomar e gostei muito de fazer esta viagenzinha curta. Foi o meu melhor dia de umas férias chatas com coisas para fazer, incluíndo reuinões desagradáveis com clientes. Agora, naquela zona, temos ainda Batalha, Alcobaça ou o parque natural e as grutas da Serra de Aire e Candeeiros, por exemplo. Sítios a revisitar, sítios a visitar pela primeira vez.
Já que temos tantas auto-estradas, mais vale aproveitar.