Há uma canção, chamda “Old McDonald”, cuja letra é qualquer coisa como “Old McDonald had a farm, hee-ay hee-ay ho!”. A canção vai dando conta dos vários animais que o Old McDonald tinha na sua quinta e que sons eles faziam.
Em português, esta mesma canção é cantada, tanto quanto sei como “Tio Magalhães tinha uma quinta”. Pelo menos foi assim que a aprendi e só muitos anos depois vim a conhecer o sacana do Old McDonald.
Anyway, ontem, no banho, por qualquer razão que me trasncende, pus-me a pensar qual seria o título desta música para cada um dos partidos políticos portugueses. E saí-me então com a seguinte lista:
PCP: “Tio Magalhães era latifundiário, í-ai í-ai ôu! E no seu latinfundio explorava camponeses, í-ai í-ai ôu!”
Os Verdes “Tio Magalhães tinha uma paisagem protegida, í-ai í-ai ôu! E nessa paisagem procedia regularmente à limpeza de detritos e produção de alimentos biológicos, í-ai í-ai ôu!”
PSD: “Tio Magalhães tinha um plano de negócio, í-ai í-ai ôu! E o seu EBIDTA era superior ao break-even, í-ai í-ai ôu!”
PS: “Tio Magalhães tinha pedido um empréstimo para comprar um terreno, í-ai í-ai ôu! E nesse terreno ia, talvez, montar uma banquinha de bifanas, í-ai í-ai ôu!”
BE “Camarada Magalhães tinha um baldio, í-ai í-ai ôu! E nesse baldio construiu um centro de recuperação de prostitutos, homossexuais viciados em heroína e seropostivos, í-ai í-ai ôu!”
PP “Tia Magalhães tinha um iate, í-ai í-ai ôu! E nesse iate fazia grandes parties onde vendia armas e traficava segredos de estado, í-ai í-ai ôu!”
Como se organiza uma existência? Nada de existencialismos, atenção. Sejamos apenas práticos.
É difícil, a menos que se viva apenas para uma coisa. Eu estou sempre a dizer que não sou missionário. Não tenho nenhuma missão. A empresa onde trabalho, ao que parece, tem; não uma, mas várias missões. Cada departamento tem uma missão.
Eu não tenho missão e portanto não tenho como me organizar. Ou talvez seja simplesmente desorganizado por natureza. Sei que, de uma maneira geral, sou.
Mas a verdade é que não consigo sequer imaginar – ou seja, já nem digo por em prática, nenhum sistema de relações entre eventos no meu dia-a-dia.
Acho que já sofro desta confusão mental há muito tempo… e se já foi pior, confesso que também já foi melhor. Senão vejamos: consegui finalmente arranjar uma oficina onde por o Mercedes a arranjar. Porém, precisei de duas tentativas para que eles se dessem efectivamente ao trabalho de verificar as três avarias de que me queixei. Agora as três avarias parecem reparadas, mas o que dizer do alarme, que estava bom e voltou avariado? E que relação tem isso com o Far Cry? Nada. Mas há uma coisa que tem a ver com o Far Cry: a nova nVidia GeForce 6800. Porque a minha boa, mas velha, GeForce 2 GTS já só dá para o básico e um jogo como o Far Cry não é para se jogar com os settings no mínimo. Isso lembra-me que estou a começar a ficar desiludido com a id, que, depois de um grande furor, nunca mais deu quaisquer novidades de jeito sobre o Doom III.
Mas como é que eu encaixo isso com o Gongfu? Não tem qualquer relação. Existe uma relação, de facto, entre as artes marciais e a empresa onde estou a trabalhar. Mas não é uma relação positiva. Antes pelo contrário, desde que, além dessa empresa, trabalho ainda na de sempre, nunca mais pus um pé num treino regular. Isso lembra-me que é Domingo à noite e que não tarda tenho que estar na cama para amanhã me levantar cedo. E lembra-me o trabalho para o cliente que estive a fazer o dia todo, em vez de me entreter com outras coisas. Mas também me deu algum gozo…
Enfim, meio confuso, vou deslizando pelo dia, sem nunca ter a sensação que estou a fazer o que devia. Estou a trabalhar, devia estar a verificar o alarme do carro? Estou a lavar o carro, devia estar a limpar a cozinha? Estou a arrumar loiça, devia estar a ver um filminho? Estou sentado em frente à tv, devia estar a treinar bases de espada? Estou a fazer uns exercícios, devia estar a desenhar um Life is simple?
E é assim que acabo por nunca apreciar ou estar verdadeiramente concentrado naquilo que estou a fazer e que nunca sinto satisfação em conseguir finalmente passar à tarefa seguinte porque, no fundo, começo imediatamente a pensar que devia estar a fazer outra coisa.
Preciso de fazer uns upgrades ao meu computador, tenho que tirar umas fotos com a nova Nikon, apetece-me ir dar umas voltas, quero dormir mais, dava-me jeito ir a um ortopedista por causa do pescoço, quero ver se arranjo energia para voltar ao treino, quero encomendar uns livros da Amazon, dava-me jeito por o Merc na revisão, queria ver se comprava alguma roupa nova, ainda não decidi se quero uns Reeboks, preciso de gravar uns CDs no escritório, era conveniente arrumar a minha secretária aqui em casa, tenho três ou quatro tiras do LIS para desenhar, gostava de mandar uma prenda de casamento ao Tritão e à Cat, mas não sei o quê, um dia destes tenho que ver se acabo de pintar o tecto da casa de banho, apetecia-me continuar a aprender a tocar o “For the love of god” do Steve Vai, era porreiro gravar mais uma dezenazinha de CDs para o iPod, tenho uma ideia para fazer um poster com piada e etc.
Hoje apetece-me dar-vos uma palavra e essa palavra é AWOL.
AWOL significa ausente do seu posto sem permissão. Por exemplo, se um belo dia decidirem não ir trabalhar, passar o dia na praia e não dizer nada a ninguém, poderá dizer-se que estão AWOL.
O termo é mais comum entre os militares: aquilo a que também se chama deserção. Mas não é bem exactamente deserção, porque da deserção não se volta, está subentendido que se fugiu de vez, ou mesmo que se passou para o lado do inimigo. A ausência do posto sem autorização pode ter uma explicação qualquer (como, ter-se levado uma valente coronhada e estar-se amarrado na traseira de um Chaimite) e o soldado em questão pode ainda regressar ao seu posto, teoricamente.
AWOL é, então – adivinharam – uma sigla, daàescrever-se sempre em maiúsculas. E como manda a lógica, significa Absent Without Official Leave. Portanto, como eu já tinha dito, ausente sem ordem de saída oficial.
Termino então com uma sugestão, quando tiverem oportunidade, de preferência num bom dia de sol, daqueles com uma ligeira brisa primaveril e passarinhos a cantar, ponham-se AWOL ASAP!
Durante o dia fui tendo ocasionalmente aquele warm fuzzy feeling e dizia para comigo em voz alta: “hoje é sexta-feira!”.
De facto foi sexta-feira e eu estava em casa, ou melhor, não necessariamente em casa.
Acordei tarde, comi uma sandes do pão que tinha feito ontem, dei comida aos gatos, peguei na chave do carro e na Nikon e saí. O Merc ainda pegava, fruto de ter andado com ele frequentemente nos últimos dias. O plano era: acabar o rolo da Nikon para ver as primeiras fotos da máquina e verificar que tudo funciona bem e fazer andar o Merc para carregar a bateria até ser dia de o deixar na oficina.
Fui em direcção ao centro de Almada, estacionei para ir à Farmácia Central que estava de serviço para poder fazer uma coisa vital: comprar Nasorhinatiol. Comprei duas embalagens à cautela e segui em direcção aos Capuchos. Fui até ao miradouro, de onde se vê a Costa da Caparica toda. Tirei umas fotos.
Desci até ao convento, passeei um bocado pelo jardim, tirei mais umas fotos.
Depois fui até ao Inatel, em S. João da Caparica… espreitei para dentro do parque de campismo onde passei vários Verões em miúdo e achei aquilo tudo bestialmente deprimente. Estará em decadência, ou será que sempre foi assim e eu, quando era puto, achava piada porque não tinha sentido crítico?
Fui até à praia onde já estava muita gente de fato de banho, mas não fiquei muito tempo e não, não tirei fotos. À saída tive um pequeno susto com o carro, a passar numa estrada com muita areia solta, mas em primeira e devagarinho, consegui sair dali. É que aquele carro gosta é de asfalto.
Seguiu-se uma viagem até à base militar da Fonte da Telha e um passeio pela escarpa da arriba fóssil e sim, umas fotos, até acabar o rolo.
Fiz o caminho de regresso pela Charneca da Caparica e parei no Almada Forum, pus as fotos a revelar e dei uma volta. Comprei papel autocolante para imprimir os meus stickers (eu explico um dia destes), uma caneta Rotring Core, que é linda e me estava atravessada desde que vi o ADSS com uma. Aproveito para dizer que o site da Rotring é uma vergonha!
Ainda comprei uma t-shirt e um livro do Baby Blues novo.
As fotos ficaram porreiras, provando que a mánica funciona sim senhor. Há uma porreira do Master Yang, daquelas em que ele está sentado, rodeado de meninos e meninas a ouvi-lo atentamente, o que é giro. Também tenho uma da minha sogra a conversar com ele à lá groupie, como sugeriu o Cunhado.
Bom, depois da minha volta de quatro horas, vi uns episódios do Angel, tomei banho, cantei o “Somebody to love” dos Queen, para mal dos meus vizinhos (solo de guitarra e tudo) e depois, lá teve que ser: sentei-me a trabalhar.
E foi até às três e meia da manhã, com a garrafa de Absolut a fazer companhia. Pelo menos consegui fazer metade do trabalho e fica a outra metade para amanhã.
Espero também ainda ter tempo para fazer umas tiras do Life is simple que já tenho escritas e que nunca mais tive tempo de desenhar.
Depois de ter ficado a trabalhar até às dez da noite ontem para conseguir terminar trabalho para hoje ter direito à tarde, foi por pouco que o consegui.
Normalmente, quando fazemos um esforço por sermos rápidos, ou ficamos mais tempo para terminar um trabalho, esperamos algo deste género: “obrigado! foi mesmo a tempo”. Mas a verdade é que o que se passa é mais: “Ah fizeste isto tudo? Então agora ainda tens tempo para alterar 25 coisas e acrescentar outras 25”.
Passei a manhã a 200 à hora, entre alterações e adições, a tentar terminar o trabalho, para ter direito à tão desejada tarde.
Não que fosse fazer uma grande festa ou passear, mas queria ver se conseguia marcação para o carro, numa oficina.
Acabei por chegar a casa já quase às quatro da tarde. Combinei com o Artur irmos até ao Laranjeiro ver se uma oficina que lá abriu recentemente trabalha com Mercedes, mas antes disso íamos ver uma casa para os meus avós, já que, da última vez, a casa que eles sinalizaram já estava vendida.
Fomos ver a casa, que fica no mesmo prédio onde vivem os meus sogros e que está excelente, com obras acabadas há coisa de um mês e – aquilo que me deliciou mais – uma vista estupenda. A Sul vê-se o estuário do Tejo em toda a sua magnificência, o Barreiro e o Montijo e do lado Norte vê-se lisboa de uma ponta à outra.
O entusiasmo foi tal que os meus pais foram para Queluz buscar os meus avós para verem a casa e eu acabei por ir para o Laranjeiro sozinho, o que não fez mal nenhum, porque o Merc ainda tinha bateria e andou bem.
A tal oficina não só trabalha com Mercs como é especialista. Descrevi o meu problema e fiquei de lá ir deixar o carro para a semana, para ver se, finalmente, alguém resolve de facto o problema, seja lá ele qual for.
Quando voltei, fui novamente ver a casa, desta vez já com os meus avós, que ficaram apaixonados quase imediatamente. De facto a casa é porreira.
Ao fim do dia, tinham fechado negócio e portanto, parece ser oficial, se não acontecer nenhum imprevisto como da última vez: os meus avós juntam-se ao resto da família na Avenida 25 de Abril em Almada. Passaremos então a ter, do início da Avenida para o fim: os pais do Cunhas e sogros da Mana, os meus pais, eu e a Dee, a Mana e o Cunhas, os meus Sogros e os meus Avós (no mesmo prédio!). Ainda em Almada, mas noutra parte, vive o Cunhado e ainda uma das avós da Dee.
Se mais uma parte da família vier para av. 25 de Abril, isto é para a Freguesia de Cacilhas, começa a valer a pena pensar em candidatar-me a Perezidente da Junta.
À noite fui jantar com os meus pais ao Chinês e depois fui para casa vegetar e acabei por me deitar relativamente cedo, porque estava estoirado.
A Dee continua em Milão e a divertir-se ao que parece. Missing you, babe.
Há uma canção, chamda “Old McDonald”, cuja letra é qualquer coisa como “Old McDonald had a farm, hee-ay hee-ay ho!”. A canção vai dando conta dos vários animais que o Old McDonald tinha na sua quinta e que sons eles faziam. Em português, esta mesma canção é cantada, tanto quanto sei como “Tio Magalhães tinha […]
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