Leram o microserfs? Não faz mal… viveram nos anos oitenta? Já ajuda.
format c: Tubular Bells Graphical User Interface intel inside loading please wait calvin and hobbes Jimi Hendrix ESBAL SoundBlaster “may the force be with you” móveis baratos “pulp fiction” joysticks sinclair zx spectrum gravadores de cassettes com botões “save” e “load” em vez de “rec” e “play” “CorelDRAW!” “reservoir dogs” o que é que significa pi? “doom” colecções de cromos de animais cartão da Biblioteca Nacional Autodesk “3D Studio” Sega Mega Drive mouse click CTRL+ALT+DEL “wish you were here” dos pink floyd e “stairway to heaven” dos led zeppelin guerra do golfo em directo relógios digitais í prova de água cassettes de audio sonovox Betamax gangs Fiat Uno revivalismo do revivalismo dos anos 60 linguas de gato e bolvitas pacotes de papel das antigas mercearias a revista “photo” com mulheres nuas teclados HCESAR teclas dos jogos do spectrum: q-a-o-p-m, respectivamente, cima-baixo-esquerda-direita-disparar fonts bitmap com 8X8 pixels andar de baloiço os tubos de plástico para transportar desenhos afinal não servem para nada “worms” aparos de desenho e tinta da china beavis and butt-head software pirateado os troubleshooters só resolvem problemas que não nos acontecem os que nos acontecem temos que ser nós a resolver Coca-Cola favas com sal e tremoços herpes nasal “Generation X” Indiana Jones James T. Kirk, Spock, Bones, Scotty, Sulu, Checkov e Uhura lápis de cor viarco James Bond 007 supino plano union jack Cindy Crawford orgãos Hammond 16 Mb de RAM vomitar durante a noite halls mentho-lyptus grandes lojas de discos em Londres bolachas belgas com leite condensado vaca frita com cebola e arroz chao-chao preservativos rebentados ren and stimpy aparelhagens hi-fi de 43 cm. John, Paul, George e Ringo auscultadores com múscia em altos berros até í s quatro da manhã o McDonald’s foi a única coisa que me maravilhou em Paris tudo me maravilhou em Londres sandes de atum do subway, com cebola, alface, pimento e mayonnaise “the crow” comics do batman, “dark knight” compras de natal sintetizador Roland D-50 calças Levi’s 501 azuis parques de campismo atulhados de gente concertos no estádio de alvalade world wide web o apple macintosh não é assim tão bom imagens pornográficas no computador rock sinfónico dos anos 70 Lamborghini Countach SONY tablatura para guitarra MTV o dinheiro é que traz a felicidade som dolby stereo surround no cine-teatro monumental LA lakers e Chicago bulls/Magic Johnson e Michael Jordan “battlestar galactica” filmes pornográficos com a Traci Lords, menor de idade “Monty Python’s Flying Circus” Asterix, o gavlês e Obelix Ciclopedix, a hiena e Ogordix aulas de Geometria Descritiva í s oito da manhã caças F-14 TomCat da McDonnel Douglas telefones de botões quando achamos que está tudo bem, é porque provavelmente nos esquecemos de alguma coisa cartão multibanco InterCapping Adobe “PhotoShop” renovar o computador de seis em seis meses aguarela líquida ecoline romano, plaeo-cristão, românico, gótico, barroco, maneirista, neoclássico e romântico o design existe? pedais de efeitos para guitarra passear o cão í s três da manhã .ZIP files o que é arte? X-Wings e TIE Fighters televisores nokia 9X16 snoopy e garfield desenhos animados da warner brothers D. Afonso Henriques canetas bic cristal para escrita normal, bic laranja para escrita fina o que é o belo? “The Twilight Zone” e “The X Files” Freddie Mercury TV por cabo “twenty first century schizoid man” viver num quarto com 3 por 5 metros é um convite í bagunça tostas mistas com laranjina “c” “com capota, sem capota, ele é jipe e camião” “message in a bottle” dos police fazer a cama cansa mais do que correr a maratona colunas de som enormes com quatro speakers aquilo que nos parece mau é normalmente bom, se observarmos melhor adaptabilidade ao som de despertadores para não acordar de manhã o sonic tem muito mais graça que os super mario brothers jogos role-play point-and-click da LucasArts point-and-click, drag-and-drop, look-and-feel user friendly floppy disk, compact disc, mini disc e digital versatile disc o VHS é provavelmente um dos piores sistemas caseiros já inventados máquinas de calcular com células foto voltaicas walkman botas de basketball Freddy Krueger “I’ll be back” 16.777.216 cores máquinas de pinball espanholas a uma peseta cada jogo 1ª classe em Moimenta da Beira, 2ª classe em Mourão e Queluz, 3ª classe em Queluz e Mem-Martins, 4ª classe em Mem-Martins e Almada riffs de heavy metal, palm muting e power chords dormir até ao meio-dia não é tanto como parece
“Eu não sou supersticioso, mas o pai dela dá-me azar”
Depois deste pequeno momento de nostalgia do rock português, passemos à história. E parece história de facto, algo inventado, mas não é. Trata-se da mais pura verdade.
Quando voltei de Londres, a bateria do Merc estava a zeros. Népias de pegar, nem tão pouco acender a luz do habitáculo ou do painel.
To cut a long story short, fui levar o carro à oficina, onde mandaram a bateria à Autosil, para verificar que estava de facto boa, mas descarregada. Fui hoje buscar o carrinho, com a bateria carregadinha.
De seguida parti para Palmela, com a Dee, visitar os avós e os tios dela e falar sobre um trabalho. Na A2, um objecto estranho surgiu de lado nenhum e embateu no vidro do meu lado. Assustei-me, como é natural, abrandei um bocado, olhei pelo espelho e vi o que me pareceu um pedaço de cartão… ou melhor, o que eu deduzi ser um pedaço de cartão, daqueles que por vezes caem dos camiões de mudanças.
Não era um pedaço de cartão, posso-vos já dizer.
Quando cheguei a Palmela, pus o pisca para a esquerda, porque ia virar à esquerda, coisas que acontecem. Mas o raio do pisca da esquerda piscava furiosamente, no mínimo, ao dobro da velocidade do pisca para a direita.
Depois de estacionar, saàe fui com o meu ar interessado, de conhecedor/ignorante, olhar para os farolins, convencido que não ia deslindar o caso, mas enfim, pelo menos olhava.
Olhei e vi que me faltava o pisca do lado esquerdo, à frente. Não o plástico da óptica, mas tudo. O bloco inteiro do pisca, óptica, lampada, tudo. No seu lugar, um modesto fiozinho eléctrico. Foi portanto o pisca que saltou e embateu no meu vidro quando seguia na A2.
Como é possível saltar assim, de uma só vez, um farol? Não sei. Mas o que eu já me fartei de rir!
Esta era uma viagem que já queriamos fazer há muito tempo e por diversas razões acabámos por só fazer agora. And there was much rejoicing.
A viagem começou com um mau presságio. Como saberão, os aviões costumam ter todos uma matrícula, enfim, não conheço as regras, mas a matrícula do A320 onde viajámos para o UK era G-BUSH. :P
Mais tarde percebi que isto era mesmo uma coincidencia, quando vi outros Airbuses em Heathrow com matrículas como G-ASHD, G-SFDH ou G-JUUE. Portanto G-BUSH, não era uma referência ao cowboy-palhaço, mas antes, uma combinação de letras randómicas de resultado infeliz.
Evidentemente a viagem correu bem e ofereceu-me uma ideia que podia ser posta a uso pelos EUA, para poupar dinheiro: aviões comerciais de guerra.
O comandante podia dizer qualquer coisa como “ladies and gentlemen welcome to flight 504 from Lisbon to London, we’ll be passing shortly over Northern Iraq to bomb some terrorist training camps before resuming our intended course. We ask you please remain seated and keep your seatbelts securely fastened.”
Assim, certos vôos podiam bombardear o Iraque, o Afeganistão, ou mesmo outros países só para os manter atentos, antes de seguirem o seu rumo original.
A visita a Londres consistiu em andar e depois andar mais um bocado. Parar. Entrar em choque ao ver o preço das coisas, sobretudo culpa do valor ridículo da Libra. Andar mais.
Faz logo impressão ao chegar a Londres, a maneira como as pessoas que trabalham nos serviços públicos e nas lojas são simpáticas e prestáveis. É algo a que não estamos habituados. Provavelmente também há ingleses bem antipáticos, mas não encontrámos nenhuns. Aliás, para ser franco encontrámos poucos ingleses.
Encontrámos muitos asiáticos e brasileiros. A maioria dos turistas com que nos cruzámos eram italianos. Alguns eram espanhóis. Portugueses: muito poucos. Felizmente! :)
A última coisa que eu quero é viajar para um país estrangeiro e passar os dias rodeado de portugueses.
Na segunda noite, fomos acordados às cinco da manhã pelo alarme de incêndio do hotel que tocou talvez durante dois segundos, parando de seguida.
Ficámos com a sensação que aquilo era um engano qualquer, mas não foi nada agradável… É que o hotel tem 1700 quartos… são muitos quartos, a vista de um corredor é quase ridícula de longo que o dito é.
Com um alarme por quarto, isto implica que soaram, de uma só vez, 1700 alarmes de incêndio, fora os que estão colocados nos corredores a intervalos regulares. Isto, não é uma maneira agradável de acordar.
Como sou um paranóico, vesti-me e saàpara o corredor. Parecia-me ouvir um alarme ao longe e comecei a dirigir-me lentamente na direcção do som, que já não sabia bem se era real, se eram só os meus ouvidos a tinir. Foi nesta altura que os tais mais de 1700 alarmes começaram novamente a tocar e desta vez não pararam.
Voltei rapidamente ao quarto para buscar a Dee, que já se estava a vestir. Metemos o que pudemos nos bolsos e saímos porta fora.
Claro que era um falso alarme.
Com quatro horas de sono nos cornos, porque obviamente não voltei a pregar olho essa noite, o dia seguinte foi difícil e acabou por ajudar a ditar a nossa desistência da viagem de combóio a Cambridge.
Isso e, claro, as dores insuportáveis que sentia no calcanhar esquerdo cada vez que dava um passo. Uma lesãozinha de há dois anos, no gongfu, que eu pensava que já tinha ultrapassado, mas ao fim de apenas dois dias a andar por Londres, ei-la.
É sempre bom. Mas a viagem não ficou estragada, decidi fazer como os ingleses: stiff upper lip e para a frente. Claro que custa um bocado ter a sensação que nos estão a cortar o tendão de aquiles com um alicate de arame a cada passo que damos, mas é um bom exercício mental, ignorar este tipo de coisas e continuar a andar.
Mas calma lá, não pensem que não me queixei como uma menina! Um gajo, no mínimo, tem o direito de gemer e dizer asneiras cada vez que dói um bocado mais.
A viagem teve, portanto só dois azares: o incidente do alarme de incêndio e o meu tendão.
Mas em contrapartida teve montes de coisas boas, como o frio que nos acorda e nos dá energia; o “biggest ever sale”, na HMV, que ainda permitiu comprar uns CDzinhos a preços simpáticos (a única coisa barata em Londres); o “A woman of no importance”, do Oscar Wilde, no Royal Theatre Haymarket com actores tão bons que nos esquecemos que o são; passear à noite no west end; ver coisas que nunca tinha visto em Londres, apesar de já lá ter estado duas vezes e mesmo assim não ter ido rever o Big Ben, nem Westminster, nem St. Paul, nem Buckingham e sem sequer ter visto o Thames nem qualquer das suas pontes; parar e olhar para as coisas só porque sim; ter um esquilo no joelho, em Russel Square; dezenas de pubs sensacionais por fora e proibitivamente caros por dentro; o cuidado com a caligrafia e a composição gráfica dos quadros pretos à entrada dos pubs, aquilo que em Lisboa são pedaços de carolina amarela a dizer “à caracóeis e tramoces” a marcador preto, com as últimas três letras enganchadas umas nas outras porque não cabiam; falar inglês com ingleses; falar português just because I can; ligar a tv à noite no hotel e ver comédias em em vez de telenovelas; comer um whopper com Leicester Square à frente; dormir por pura exaustão; ver Londres do ar, à noite, quando o avião se inclinou para rumar a Sul, milhões de luzinhas até perder de vista e voltar para casa quando começavamos a ter saudades.
Conclusão: não seria de espantar que voltássemos…
No vôo de volta tive outra ideia genial, que acho que devia ser posta em prática desde já em todas as companhias aéreas! A apresentação de segurança devia passar a ser sempre acompanhada do “Baby love”, da Diana Ross and the Supremes. Assim, as hospedeiras podiam fazer a dança das saídas de emergência enquanto tocava a música e os passageiros todos cantavam em coro:
Ooh baby love, my baby love I need you, oh how I need you But all you do is treat me bad Break my heart and leave me sad Tell me, what did I do wrong To make you stay away so long
Podia mesmo passar o karaoke nos monitores. Acho que tenho um brilhante futuro no marketing para companhias aéreas!
Meti-me num barco hoje de manhã e resolvi ir descobrir qualquer coisa. Sempre foi assim e não sei porque é que isso teve que acabar!
Os descobrimentos foram uma moda que passou e agora já ninguém quer descobrir nada, o que é bastante desanimador.
Então meti-me no meu barco, icei as velas e fiz-me ao mar, numa direcção qualquer, porque estas coisas são mesmo assim.
Por volta das onze e meia descobri um novo continente, como não podia deixar de ser. Desembarquei e chamei-lhe Rudolfo. O nome é temporário, mas por agora serve.
Aspirei os ares marinhos de Rudolfo e passeei um pouco nas suas praias, antes de voltar a meter-me no barco para regressar e escrever a fabulosa crónica da minha nova descoberta.
Já vinha a meio caminho quando reparei que me tinha esquecido do padrão. Que chatice! Tinha-me eu metido no barco, logo de manhã e navegado aquilo tudo e depois não tinha espetado um padrão na minha nova descoberta.
Não tarda muito está Rudolfo cheio de espanhóis a chacinar a população local.
Mas pronto, como sou português já estou habituado a esta coisa de fazer tudo bem na primeira parte e deitar tudo a perder na segunda.
Leram o microserfs? Não faz mal… viveram nos anos oitenta? Já ajuda. format c: Tubular Bells Graphical User Interface intel inside loading please wait calvin and hobbes Jimi Hendrix ESBAL SoundBlaster “may the force be with you” móveis baratos “pulp fiction” joysticks sinclair zx spectrum gravadores de cassettes com botões “save” e “load” em vez […]
“Eu não sou supersticioso, mas o pai dela dá-me azar” Depois deste pequeno momento de nostalgia do rock português, passemos à história. E parece história de facto, algo inventado, mas não é. Trata-se da mais pura verdade. Quando voltei de Londres, a bateria do Merc estava a zeros. Népias de pegar, nem tão pouco acender […]
Estive em Londres. Esta era uma viagem que já queriamos fazer há muito tempo e por diversas razões acabámos por só fazer agora. And there was much rejoicing. A viagem começou com um mau presságio. Como saberão, os aviões costumam ter todos uma matrícula, enfim, não conheço as regras, mas a matrícula do A320 onde […]
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