Get me out of this air-conditioned nightmare

Publicado em , por macaco

Estou aqui a olhar para o ecran há uns minutos a pensar o que escrever.

Por um lado não quero fazer um grande rant por não ter ar condicionado, parece-me whining desnecessário. Por outro lado estão permanentemente 30 graus dentro de minha casa. Isto é, excepto quando estão 31 ou 32, claro.

Tinha a instalação marcada para segunda feira, mas o banco atrasou os papéis do crédito, portanto nada feito. Esperei que hoje, os papéis do crédito chegassem, mas depois do meu telefonema para a empresa de ac às 3 da tarde, altura em que ficaram de me ligar logo de seguida, nunca mais ouvi falar deles.

Claro que se não me ligaram, não fizeram qualquer marcação e, sendo sexta-feira feriado e não tendo havido qualquer marcação para amanhã, já só me resta a esperança de quinta-feira, para ter ar condicionado cá em casa ainda esta semana.

Depois, o instalador está booked, a próxima semana inteira… o que provavelmente significa que vai perder outra venda. Isto porque o Cunhado, também enredado na brutal estupidez do BCP nestes processos de crédito da Daikin, já desisitiu da compra, não de uma, mas de três máquinas de ar condicionado.

É o que se chama “mais um cliente insatisfeito”.

E a grande justificação para isto é só uma: “é Agosto”.

Agosto, o mês em que Portugal deixa de existir.

Melhor seria se fossem decretadas férias obrigatórias em Agosto, em Portugal, mas adicionais aos 22 dias legais a que os trabalhadores têm direito. Assim, toda a gente teria direito aos seus 22 dias de férias e além disso, seriam proíbidos de trabalhar OU de tentar obter serviços, durante o mês de Agosto.

Quanto mais me entusiasmo a escrever, mais o suor me escorre pelo pescoço, em cascata. Vejo-me obrigado a fazer uma pausa Kleenex.

Hoje fui com a Dee até LX, numa daquelas de “se nós formos, eles telefonam”, o que não funcionou.

Mas divertimo-nos um bocado, chegámos à Praça de Alvalade por volta das 16 horas (37 graus) e demos uma volta pela Dimensão, onde simplesmente apetece comprar tudo. É horrível… sobretudo porque tudo é caríssimo.

Esta pequena viagem à Dimensão, onde não ia desde os tempos da faculdade, fez-me pensar em porque é que foi mesmo que eu que estava quase decidido estudar design de equipamento, acabei na comunicação. Bom, provavelmente deve ser a minha velha capacidade de discernimento que me faz tão feliz todos os dias quando acordo.

Seguiu-se uma estranha refeição num McDonalds, onde, para não nos sentarmos na secção de fumadores, acabámos na secção de asilo mental da terceira idade.

Um pequeno conjunto de idosos estranhíssimos, pelos vistos passa os dias deles ali. Uns falavam altíssimo em frases estranhas, um outro abanava-se de um lado para o outro com um ar de quem está prestes a começar a babar-se.

Saímos mais ou menos depressa dali, apenas para constatar que estavam agora 39 graus na rua.

Ainda demos um salto à Tom-Tom, mas a caminhada do Chiado à Rua do Século foi uma verdadeira tortura. Comprámos mais umas mariquices para a nossa casinha e rumámos a casa, destruídos.

E quanto mais tempo se prolonga o calor, mais cresce a minha impaciência com toda esta situação do ar condicionado… chamem-me comodista, mas eu continuo a achar que o ar condicionado é uma marca da civilização e devia ser distribuído gratuitamente.

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