Publicado em , por macaco
Vivo em Almada há vinte anos e nunca tinha ido ao Parque da Paz. Pura e simplesmente nunca lá tinha posto os pés, por várias razões, mas talvez sobretudo por imaginar tratar-se de um reles relvado com uma escultura feiosa no meio.
O problema também foi sempre o acesso. O parque não fica propriamente à mão de semear e o caminho para lá é mais facilmente feito de carro do que a pé. Hoje, finalmente, fui ao Parque da Paz. Tirei as dúvidas. Fui com a Dee dar uma volta pelo sítio e verificar que, de facto, é um excelente parque.
Não sei há quanto tempo está assim, porque muito do que vimos parece muito recente e a maioria da plantação é muito nova e ainda está agarradinha à estaca, a ver se pega. Existe um lago, meio-vazio e com uma construção que parece indiciar uma futura queda de água, ainda por terminar.
Mas mesmo assim o parque é bastante mais agradável do que eu imaginava (apesar da escultura feiosa). O espaço é muito maior do que eu pensava e tem inúmeros caminhos por onde as pessoas correm e andam de bicicleta, ou simplesmente passeiam. Tem algumas water features ainda por funcionar e três ou quatro relvados amplos onde, como não podia deixar de ser, muita gente joga à bola.
Claro que, sendo portugueses, jogam à bola, não por divertimento, mas A SÉRIO. Estão todos chateadíssimos, zangam-se, gritam e discutem, chamando constantemente nomes uns aos outros. Assim se percebe que o futebol jogado entre amigos num sábado de manhã no parque não é uma diversão, não é sequer um desporto: é um combate de vida ou de morte.
Ao ver um destes grupos de futebolistas de fim de semana, percebi porque é que, apesar de me atrair, sempre joguei tão pouco à bola quando era puto. É porque era sempre assim. Nunca se podia falhar uma bola, um passe, uma finta, nunca se podia falhar um golo, um canto ou um livre. E mesmo quando se acerta, rara é a vez que não há alguém furioso com a forma como os outros jogam.
Demos uma grande volta de reconhecimento de todo o parque e acabámos num carreiro inacabado de lama seca… ou pelo menos nós pensávamos que sim. Chegámos a um certo ponto em que a lama já não estava tão firme e em poucos segundos vimo-nos enterrados, quase até aos joelhos, em lama.
Não deixou de ser divertido, apesar de tudo. Voltámos para casa com os sapatos cobertos de lama.
Pouco depois fomos até ao Blockbuster novo que abriu aqui perto, abrir uma conta e alugar um filme. Trouxemos um chamado “The 51st state”, com o Samuel L. Jackson e o Robert Carlyle, um bocado a tentar ser um filme do Guy Ritchie, mas profundamente desinteressante. Uma seca. Infelizmente.
Entretanto o Jones completou hoje seis meses e decidiu escolher precisamente o dia do seu aniversário para começar a marcar território pela nossa casa. Já o fez duas vezes hoje. O vet disse que só o podíamos”tratar”, a partir dos seis meses, mas preferencialmente antes dele começar a marcar território… então e se os dois eventos coincidirem? Estamos lixados, talvez seja de termos três gatas cá em casa…
Como foi um eventful day, a tarde não terminou sem a Dee descobrir que tinha novamente lavado as minhas calças com o comando do carro no bolso. O problema é que o último comando que foi para lavar, teve que ir para o lixo e este era o único que tínhamos.
Felizmente, funcionou ainda o suficiente para desligar o alarme e ir até ao Fórum comprar uma pilha nova, mas, mesmo com esta já instalada, não funcionou mais. Como tenho que ir levar o carro à inspecção, vou ver se na oficina conseguirão arranjar aquilo.
Já que estávamos no Fórum, aproveitámos e fomos comprar uns ténis. É que a ideia de visitar finalmente o famoso Parque da paz surgiu-me porque ando cheio de vontade de encontrar um bom sítio para correr um bocado e melhorar a minha resistência, sobretudo respiratória.
Como o parque nos pareceu excelente, restava-nos comprar uns bons ténis de corrida. E foi o que fizemos.. com a promessa de tentarmos, pelo menos uma vez, dar uma corrida no parque.
Estamos a ficar velhos, ou quê…