Longo dia com massa no fim

Publicado em , por macaco

Hoje o dia começou cedo, bom, pelo menos cedo para mim. E terminou com uma nova experiência culinária. Which was nice.

Levantei-me às oito, rotina do costume: banho, vestir, casa de banho, pequeno almoço, casa de banho, sair.

Acontecem-me sempre duas coisas quando tenho estes dias a começar cedo. Por um lado tenho uma fome devoradora e por outro cólicas insuportáveis.

É incompreensível para mim, talvez porque me falhem os conhecimentos fisiológicos necessários, mas posso levantar-me ao meio-dia, sentar-me ao computador, ou a ver televisão na sala e só me lembrar de comer qualquer coisa quase às três da tarde, mas se acordar às oito da manhã, alguns minutos depois de me levantar da cama, tenho uma fome perfeitamente avassaladora, começo a ficar com dores de estômago e mesmo, por vezes, alguma tontura.

Não compreendo.

Enfim, parti para Lisboa com o Tritão, para uma reunião com um cliente na Rua dos Bacalhoeiros, ali ao Campo das Cebolas… isto sim, são nomes de ruas! Juntou-se-nos um dos comerciais da Ciberguia, para apresentar a plataforma.

A reunião correu bastante bem. Almoçámos um lombinho de porco assado, uma comidinha portuguesa, bem confeccionada e provavelmente, por ser aquela zona, perto do rio e da Casa dos Bicos etc., paga ao dobro do preço.

Mas ok.

À tarde tivemos nova reunião, desta feita na Travessa da Espera, no Bairro Alto, que agora é bem chamar-se apenas “O Bairro”, de preferência com uma voz nasalada.

O Bairro Alto é só putas e paneleiros, pardon my french, mas esta era a regra e toda a gente sabia, mesmo quando não se sabiam bem o que eram putas e muito menos paneleiros.

Hoje em dia, o Bairro Alto é in.

Acho muito bem, desde que não tenham estragado o negócio às putas, que são um dos pilares da civilização moderna.

Pode ser que um dia seja super-bem ir curtir a night para Chelas.

Entre-reuniões, nos tempos em que nos deslocámos daqui para ali a butes, como é nosso apanágio, andámos a fugir à chuva que ameaçou o dia todo, mas que, felizmente, já só caiu cerca de 30 segundos antes de eu entrar em casa.

Which is nice.

Cheguei a casa e fui seguir um conselho da Dee, resolvi cozinhar. Eu gosto de cozinhar e cozinho pouco (não, os trocadilhos com cuzinho não têm piada nenhuma). Inventei uma receita e fui para o Jumbo comprar ingredientes.

Fiz uma massa no forno, com carne e molho de natas com queijo que ficou excelente, se bem que um pouco ensonsa.

Não é nada difícil de fazer, é preciso:

– 1 cebola média
– dentes de alho à brava
– 3 tomates-em-rama (ou 3 tomates quaisquer, mas pequenos)
– 500 gr de carne de vaca picada
– óregãos secos
– um bocado de polpa de tomate (guloso ou coisa parecida)
– 2 embalagens pequenas de natas pasteurizadas
– um pedaço de manteiga
– uma colher de chá de maizena dissolvida em água
– 350 gr. de Tagliatelle (por exemplo), ou outra massa, suponho
– Queijo mozzarella dinamarquês em barra e em fios
– Sal e pimenta
– Azeite
– Mostarda

Depois, como diria o Jamie Oliver é easy peasy:

Azeite no fundo de um tacho e cebola e o alho, picados, lá para dentro para refogar.

Juntar a carne, ir virando até ficar castanha, juntar os tomates (aos pedacinhos) e um bocado de polpa de tomate (só para humedecer toda a carne). Temperar com sal e pimenta e os óregãos.

Por a massa a cozer, leva 10 minutos a massa, leva 10 minutos a carne a apurar um bocadinho, em lume brando. Agora é uma boa altura para acender o forno, 200 graus chegam.

Escorre-se a massa e reserva-se (convém deixar um bocadinho de água para não colar).

Num tachinho derrete-se a manteiga, juntam-se as natas, mexe-se bem, junta-se mostarda, mexe-se bem novamente, junta-se a maizena dissolvida, volta-se a mexer. Deixa-se engrossar um bocadinho em lume muito brando. Estamos a falar de um ou dois minutos. Convém salgar. Foi aqui que falhei, esqueci-me de salgar as natas. Pimenta também é bom. Noz moscada, opcional.

E agora a parte divertida: pega-se num pyrex e oleia-se com azeite; depois, no fundo, coloca-se um bocadinho menos de metade da massa (tagliatelle, foi o que eu usei, é parecido com fetuccine), depois cobre-se com a carne, toda, seguido de uma generosa camada de Mozzarella em fatias finas (cortadas da barra) e uma parte das natas (menos de metade).

Tapa-se tudo com o resto da massa, seguido do resto das natas e, finalmente, um pacote inteiro de fiozinhos de queijo mozzarella. Há uns excelentes e caros (ramazotti) e uns que não deixam de ser bons e são mais baratos. Estes últimos não são bem em fios, são mais cubinhos pequenos e dizem geralmente qq coisa como “especial para pizza” ou “especial para gratinar”. Serve.

Vai ao forno, 20 a 30 minutos, até o topo estar a começar a ficar castanho nalguns pontos.

Há mais duas coisas que eu acrescentaria a isto, se a Dee gostasse: cogumelos, junto com a carne e pimento, junto com o refogado. Talvez numa próxima oportunidade.

Claro, resta lembrar que isto dá, à vontade para quatro pessoas… pelo menos.

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