Desilusões curadas a Mário Henrique

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Há dias maus, muito maus, em que há problemas, discussões, zangas, acidentes, dores, doenças. Depois há dias vulgares, como o de hoje, mas que parecem profundamente errados.

Não estamos preparados para nada. Hoje tive uma desilusão, achava que já a esperava, já tinha delineado todas as estratégias para lidar com a situação, para que deixasse de ser uma desilusão. Mas não consegui. Há coisas mais fortes. As situações rodeiam-nos e atacam-nos exactamente pelo ponto por onde não esperavamos.

Não foi grave. Não foi fatal. Se calhar vai passar, mas foi o suficiente para me estragar o dia. E não, não vou explicar o que foi, é pessoal.

Bom, a manhã começou cedo, í s oito e meia. Levantei-me e fiz um pequeno almoço para duas pessoas… Pela primeira vez em anos, eu e a Dee levantámo-nos ao mesmo tempo para irmos os dois trabalhar para o mesmo sí­tio. Fomos para Setúbal, com o meu Sony G500 (chuif, já não o tenho em casa, sinto-lhe a falta).

Tivémos um dia de trabalho um bocado seca, com uma reunião da nitro pelo meio, mais discussão de novos projectos que foi gira, mas de resto um bocado aborrecido.

Viemos embora relativamente cedo, por volta das cinco, para a Dee ir í  consulta da mãe, por causa dos olhos. Aproveitei para vir procurar todas os meus cartoons do sapo, os especialistas, mexicano, macacos dos pântanos e capitão snot, fora todos os esboços e até mesmo histórias completas que nunca chegaram a ser publicadas e meter tudo numa pasta para poder começar a ser tudo re-digitalizado. Sim, isto tem algo a ver com um dos nossos novos projectos.

Encontrei muuuuuuuuita coisa. Ainda me fartei de rir com algumas das mais violentas histórias do Capitão Snot, daquelas que nunca publiquei, nunca se chegando realmente a conhecer o verdadeiro core sádico-catastrófico do Snot.

O Tritão chegou í s sete e meia e fomos para o Gongfu. Que aula…!

Por acaso, estupidamente, senti-me um bocado mal, com tosse e pieria no meio. Estupidamente porque a culpa foi minha que não fiz o Oxis hoje, para não falar de ontem, ou seja, saltei três inalações. Mas passou e continuei a aula.

A quinze minutos do fim é que fomos correr, fazer flexões, abdominais e lunges. Fiquei completamente podre.

Cheguei a casa e a Dee estava já na cama, praticamente a dormir (ainda a devo ter acordado, porque toquei í  campainha). Tomei um grande banho de imersão enquanto lia os “Novos Contos do Gin”, do Mário-Henrique Leiria, para me lembrar o quanto gosto das histórias dele.

E pronto, depois de escrito o diário, vou provavelmente dormir. Anseio pelo fim de semana, que acho que vou usar inteiramente para descansar.

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Asmático

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Ontem estava numa daquelas noites em que se via logo que não ia dormir… Antes que fosse tarde demais, tomei meio Dormonoct, o que ajudou, embora tenha tido um sono agitado. Acordei í s 8, completamente podre.

Levantei-me e tomei o pequeno almoço, ainda bastante desconfiado do meu estí´mago, depois da minha aventura de segunda-feira.

Saí­ para Lisboa í s 9 e consegui demorar apenas 15 minutos a arranjar lugar para estacionar em Cacilhas. No caminho para o barco encontrei a minha irmã, o que tornou a viagem para a Praça do Comércio bastante mais agradavel.

Separei-me da Marta, que foi trabalhar, e fui até í  estação da Baixa, apanhar o metro para Entre Campos. Fui o caminho todo a fazer centro, consegui manter o equilibrio mesmo quando o condutor travou a fundo numa das estações. :)

Saí­ do lado errado do Campo Grande, como seria de esperar, mas encontrei rapidamente a Clí­nica de Doentes Pulmonares. Fui rapidamente atendido e em poucos minutos estava numa cabine de vidro, com um tubo na boca. No iní­cio foi fácil: respirar depressa, respirar fundo, respirar com resistência de uma tampinha que se fechava.

Depois fiz um aerossol e a coisa piorou, comecei a ficar com pieira e já não conseguia fazer as inspirações mais profundas sem desatar a tossir, pelo que foram precisas várias tentativas para fazer o teste de respiração post-aerossol.

No final, a senhora deu-me uma bomba tipo Combivent ou Ventilan, não reparei, e melhorei rapidamente.

Apanhei o metro de regresso e parei num balcão da Sical, no Marquês, para um cafézinho que me soube bem como há muito não me sabia um café.

Passei ainda na Fnac e comprei uma nova caixa protectora para o meu Palm, que vai finalmente deixar de se ligar sozinho no bolso. Acho que foi cara demais, mas pronto. Ainda trouxe o “Novos Contos do Gin”, do Mário-Henrique Leiria. Para quem já leu e gostou das minhas histórias, este livro, juntamente com o primeiro, “Contos do Gin Tónico”, são essenciais, porque são a minha principal inspiração. Comprem e leiam, vão ver que vale a pena. São baratos, ainda por cima.

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Chestburster much?

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Saí­ ao princí­pio da tarde para uma reunião, sobre um site para uma sociedade de advogados. ADSS, acho que vamos fazer uns sites para uns colegas teus ainda antes do teu, por este andar ;)

Depois passei no Chiado, com o Tritão e comi a habitual sandes de bacon com ovo, passei depois na Fnac e trouxe o Rainbow Six, agora que finalmente está a preço amigável. Já é um bocado antiquado, mas é um que sempre quis jogar.

Cheguei a casa um bocado enjoado, fiz um bife para a Dee e depois de andar aqui e ali, a ver um pouco de tv e a passear pela casa, resolvi sentar-me a jogar um pouco de Rainbow Six, para experimentar. Confirmei que é de facto um pouco antiquado em vários aspectos, como o som e os gráficos, mas também que é um bom desafio e um bom jogo de estratégia realista, como eu gosto.

Foi nesta altura que me começou a doer o estí´mago. Já estava um bocado enjoado, portanto resolvi levantar-me e ir í  casa de banho, just in case. As dores começaram a aumentar e eram muito estranhas, não me lembro de ter sentido aquilo antes.

Bom, alguns minutos depois estava a vomitar, com umas dores de estí´mago excruciantes. A Dee ligou aos meus pais que se puseram a caminho, entretanto vomitei mais umas vezes, no total de cinco. Já não vomitava nada há muito tempo. O pior é que as dores não passaram.

Os meus pais chegaram e trouxeram-me alguns medicamentos, a Dee fez-me um chá e eu continuei durante um bocado, numa cena algo Pedro Almodóvar, agarrado í  sanita a gritar, cada vez que parecia que me ia saltar um alien pela barriga fora, toda a gente a olhar para mim a ver o que acontecia a seguir. A coisa acabou por melhorar um bocado, deitei-me com um saco de água quente no estí´mago, para ajudar a relaxar e pronto, fiquei assim.

Voltei ainda a ter mais dores uma ou duas vezes, mas já não tão violentas. Por volta das três e tal da manhã tirei o saco, despi-me e consegui dormir.

E pronto, uma noite agradável. Acho que nunca mais volto a comer sandes daquelas, independentemente de ter sido disso ou não.

 

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Placebo no Coliseu

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Hoje passei um domingo relativamente calmo, í  espera que fosse altura de ir para Lisboa. Saí­, com a Dee, por volta das sete e meia, deixámos o carro na rua onde mora o ADSS e fomos a pé para o Coliseu, que é ali perto, para assistirmos ao concerto dos Placebo.

Entrámos e sentámo-nos no chão, como habitualmente e tive quase de imediato um desconforto brutal, sentado no chão, rodeado de dezenas de putos de 16 anos a enrolar charros.

Não se vale a pena iniciar um grande discurso sobre este assunto. A verdade é que nunca gostei de adolescentes, mesmo quando era adolescente. Odiava os meus colegas de escola e as suas atitudes padronizadas que cabiam tão bem nas descrições dos livros de psicologia. Estar ali no meio daquela putalhada toda fez-me sentir mal.

Há coisas para as quais já não tenho paciência.

O concerto começou com os Sneaker Pimps, que conhecia apenas por alto, sabia que costumavam ter uma tipa a cantar que entretanto tinha saí­do da banda, tornando-a um pouco menos interessante. Mas por acaso até gostei, teve a sua piada.

Por esta altura já umas miúdas faziam cornos com os dedos de ambas as mãos, cruzando os pulsos acima da cabeça, provavelmente aquilo terá alguma espécie de efeito.

Já para o fim da actuação dos Sneaker Pimps, comecei a compreender porque é tão importante ensinar que as artes marciais devem ser usadas para defesa. O potencial malévolo de um qin na ou de uma garra de tigre í  garganta, ou de uma garra de grou aos rins é fenomenal. Todo o tempo tive que tentar não pensar muito nisso, imaginar a alhada que seria se tivesse mesmo resolvido desancar o tipo que a meio do concerto resolveu meter-se í  minha frente, não parando, ainda assim, de olhar para as bancadas em vez de para o palco. Se estava interessado na bancada, porque raio é que não se pirava para lá?

Passou. O concerto dos Pimps acabou e tivemos um intervalo. Um intervalo tão grande que se estava a tornar insuportável. Entretanto as pessoas iam falando sobre os concertos dos “Smashing”, dos “Guano” e mesmo dos “Sneaker”, mantendo viva a antiga tradição nacional de abreviar o nome das bandas usando sempre o adjectivo e não o substantivo, como seria mais lógico, portanto os “Pumpkins”, os “Apes” e os “Pimps”. Eu compreendo a facilidade, eu próprio por vezes digo os “Red Hot” enquanto logicamente, deveria usar os “Chilli Peppers”, mais uma vez, o adjectivo usado em vez do substantivo. Mas em determinados settings as coisas soam sempre pior.

Já estava quase a espumar enquanto um idiota tentava impressionar a namorada explicando que o Brian Molko usava uma rack, que era um conjunto de pedais. Uma rack não é um conjunto de pedais, aliás, uma rack, é apenas isso mesmo, rack, prateleira, estante… serve para montar os aparelhos, nomeadamente as “rack-mounted units”, podem ser servidores, ou processadores de efeitos de instrumentos musicais, que podem ser controlados por pedaleiras.

Será que isto interessa minimamente? Provavelmente não.

Começou finalmente o concerto dos Placebo. Eles entraram a abrir e eu nem ouvi sequer as três primeiras músicas. Não faço ideia quais foram. Toda a gente começou a saltar e de repente estava no meio de um mosh gigantesco, quase que fui ao chão duas ou três vezes, enquanto tentava manter-me de pé e impedir que algumas miúdas pequeninas fossem completamente esmagadas. Nesta altura já nem fazia ideia onde estava a Dee.

Foram as Doc Martens que me ajudaram um bocado, primeiro porque não senti nem uma pisadela, depois porque fiquei a dada altura com o pé preso e só não torceu completamente graças ao cano da bota (que me tinha lembrado de apertar até acima, felizmente) e depois porque quando me passei com aquela história toda, o efeito biqueirada com ponta de aço foi bastante eficaz. Deixaram-me mais ou menos em paz e cnoseguir avançar até chegar í  Dee, que tentava, sem sucesso, fotografar a banda.

Ela acabou por decidir sair dali, afasta-mo-nos para um dos lados da sala, completamente encharcados em suor.

Acabámos por ver o concerto bastante bem, sem nos chatearmos demasiado. No entanto não posso dizer que tenha gostado. Peço desculpa, se pareço um secas, velho, mas não fiquei com vontade nenhuma de voltar a um concerto de rock outra vez. O público a gritar mais alto que os músicos conseguem tocar, não é a minha ideia de um bom concerto, quando não consigo perceber que música está a ser tocada porque o som dos pés a saltar sobre a madeira do chão do coliseu é mais alto, então sinceramente prefiro ir para casa e por um CD a tocar.

Nem todos os concertos são como os do Jethro Tull, em que estive sentado duas horas a ver e ouvir uma das minhas bandas preferidas a tocar. Mas também não acho que os concertos tenham que ser como este. As pessoas adoraram. Os jornais adoraram. Aliás, adoraram ser adorados. À saí­da, os comentários eram “eles curtiram-nos bué”, que é como quem diz, eles vêm cá dar show para nós e nós estamos aqui para dar show para eles. Os jornais todos referem como o público foi magní­fico.

Deu para perceber: o importante é ser um bom público, não interessa se ninguém está ali para ver um concerto, mas apenas para suar, levar pontapés e gritar o mais alto possí­vel para que não se oiçam quaisquer pensamentos, o que interessa é que a banda diga “you’re a great audience!”.

Sabem que mais? Bah.

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Crouching Tiger, Hidden Dragon

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Depois de vacilar um pouco, ontem, acabei por decidir ir ao Gongfu. Deitei-me razoavelmente cedo e deixei o saco preparado. Às cinco da manhã a Amarela pí´s-se í  porta do nosso quarto a miar feita parva. É insopurtável, anda a fazer isto todos os dias, não se consegue descansar. Fiquei tão chateado que não voltei a dormir.

Adormeci já depois das oito e meia, graças í  Dee que é especialista em acalmar-me e acabei por ficar em casa a dormir. Acordei depois do meio-dia com dores de cabeça. Que simpático.

O Cunhado veio para o gongfu e depois do fim da aula veio cá ter a casa. Estava completamente podre da aula, que foi das violentas… corrida, saltos, cambalhotas, posições, etc, etc.

Saí­mos e fomos almoçar ao Nevada. Não estava mau, mas fiquei bastante maldisposto, não sei porquê. Enfim, acabou por passar.

Partimos para Lisboa, no carro do Cunhado, e depois de termos que evitar uma estúpida manif da CGTP que lixou completamente o trânsito no Marquês e na Avenida, estacionamos perto da Máquina e metemo-nos no metro para o Saldanha.

Comprámos bilhetes, bebemos um café e depois fomos ver o “Crouching Tiger, Hidden Dragon”, gostava de saber como se chama em chinês, mas não sei. O filme é muito giro. As cenas de gongfu são lindas e as paisagens são absolutamente fantásticas. As partes em que eles voam pareceram-me bastante forçadas e o facto de ter que ler as legendas estragou um bocado o ambiente do filme.

Ainda me pareceu que as legendas eram já tradução da tradução para inglês, o que me distraiu ainda mais. Fiquei a adorar ainda mais a lingua chinesa (mandarim, neste caso). Será que há algum sí­tio onde se possa aprender chinês por cá?

Apanhámos o metro, deixámos o Cunhado na Praça da Alegria e fomos até í  Hí¤ggen Dí¤zs para a Dee comprar dois baldes de Strawberry Cheesecake. Passámos também na Fnac e eu comprei o DVD do “Seven”, special edition com dois discos, um só de extras. Fiquei um bocado preocupado, um dos extras é o final original do filme que depois foi susbtituí­do pelo final que vimos no cinema e que, para quem se lembra, é um final sensacional… nem imagino o que seria o final original, se calhar uma bela tanga. Vou ver quando puder meter o DVD e passar umas horinhas a vegetar em frente í  TV. A Dee trouxe um CD e fomos para casa.

Vegetámos em frente í  TV, mas não a ver o Seven… vimos o Big Train, o Stand up Show e provavelmente mais umas coisas que já nem me lembro.

Depois, camex. Certifiquei-me que fechava o estore até abaixo para não sermos acordados pelo sol e fechámos as gatas na cozinha… :)

 

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Desilusões curadas a Mário Henrique

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Há dias maus, muito maus, em que há problemas, discussões, zangas, acidentes, dores, doenças. Depois há dias vulgares, como o de hoje, mas que parecem profundamente errados. Não estamos preparados para nada. Hoje tive uma desilusão, achava que já a esperava, já tinha delineado todas as estratégias para lidar com a situação, para que deixasse […]

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