Estágio de Meditação e Qigong 1

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Primeiro dia do estágio, ou seminário, como lhe quisermos chamar, sobre Meditação e Taiji Qigong, com o Mestre Yang, Jwing-Ming, fundador da Yang’s Martial Arts Association, a escola internacional de artes marciais chinesas que frequento.

Depois da festa de ontem, foi um pouco complicado levantar í s sete da manhã hoje. A manhã constou de três horas de teoria sobre meditação. Começámos í s nove.

As coisas que ouvimos foram todas um pouco incrí­veis. No entanto, a maneira como o Mestre Yang expõe as teorias antigas, juntamente com factos cientí­ficos modernos ou com as suas próprias teorias, faz com que nunca seja completamente possí­vel pensarmos que estamos a ouvir um qualquer hocus pocus esotérico sem sentido.

Não, as coisas fazem sentido. E bastante. A aula deu-nos, no mí­nimo, muito em que pensar.

Saí­mos por volta do meio-dia e fomos acordar a Dee, que ficou com ar de muito poucos amigos, porque não estava nada í  espera que nós aparecessemos. Saí­mos rapidamente para almoçar no chinês (que apropriado) e depois voltámos e jogámos um bocado de Team Arena. Isto porque o seminário só recomeçava í s quatro da tarde.

Partimos novamente para o Feijó, onde fica o complexo municipal dos desportos. A segunda parte constou de mais três horas de teoria. Desta vez sobre a pequena circulação. Esitvemos a aprender como podemos circular o nosso Qi pelo vaso da concepção (pela frente do corpo) e pelo vaso da governação (pelas costas), de maneira a aumentar a largura de banda desses dois vasos para podermos circular mais Qi. Melhor, como podemos circular o Qi mais depressa, para que um ciclo da pequena circulação, que acontece normalmente a cada 24 horas, aconteça apenas num ciclo de inspiração/expiração. Confusos? Nós também.

A certa altura começa a ser cada vez mais complicado seguir as teorias do Qigong. Bom, se o nosso corpo funciona a electricidade, então essa electricidade tem que circular. Chamamos qi a essa electricidade (lê-se tchi) e basicamente o que estamos a tentar compreender é que é possí­vel saber por onde está a circular e alterar essa circulação, através da regulação. Regular a respiração, regular o corpo, regular a mente, regular o qi, regular o espí­rito.

Isto é muito complicado de explicar. Por isso alguns são Mestres e outros, como eu, estão sentados a tentar perceber e encaixar todas estas ideias. Aliás, nem me sinto muito í  vontade a falar do assunto, ou a escrever sobre o assunto, porque já sei o que parece a pessoas de fora… parece que a seguir vou sacar dos cristais mágicos ou da bola de cristal e começar a recitar cânticos a esfregar ervas na cabeça para que o meu magnetismo entre em sintonia com o Universo… enfim, gostava de conseguir explicar que não tem nada a ver com isso.

Nada disto é esotérico, mágico ou oculto.

No fim, percebemos que ninguém vai sair dali para ir meditar. Antes de mais tem que se passar por uma fase de regulação. Temos que aprender a regular a respiração, até não ser preciso regular. A chamada “regulation of no regulation”. São seis meses de treino diário de 30 minutos, de respiração. Começa-se com a respiração Budista, ou Respiração Abdominal Normal. Consiste em inspirar fundo, deixando que o abdomen se expanda e expirar fundo, deixando que o abdomen se retraia. Parece fácil, mas não é. Aliás, tem mais pormenores, mas isto é um diário, não um site sobre qigong. :)

No fim do dia estávamos todos muito podres, fomos para casa. Dormi cedo.

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