Publicado em , por Pedro Couto e Santos
Três e tal da manhã e ainda estou por aqui. Esta semana não ando com o sono nada certo.
Mas desta vez valeu a pena, estive a rever as minhas histórias e a acabar de escrever uma.
Ultimamente tenho recebido bastantes mensagens sobre as histórias e a Tat@s tem insistido para que coloque mais online para ela ler. Obrigado, fico muito satisfeito que gostem das minhas histórias e também que me achem maluco perto do ponto de internamento por as escrever.
Têm-me perguntado como é que me ocorrem as ideias para as histórias e qual é a minha inspiração. Bom, antes de mais nada, há um autor que devem ir já procurar na livraria mais próxima. Um homem que ainda faz parte de algumas das minhas difusas recordações de infância. Careca, de bigode, lá em casa í conversa com os meus pais, ou em casa dele, em Carcavelos, se não me engano, um revólver pendurado na parede junto com outros artefactos de que não me recordo e um cão chamado Vodka a arrastar-se pela casa. Era o Mário Henrique Leiria. Artista surrealista, sobretudo escritor. Podem procurar dois livros: “Os Contos do Gin Tónico” e “Os Novos Contos do Gin Tónico”. Há outros livros, mas esta é a bibliografia absolutamente essencial. Leiam. Vão ver imediatamente de onde me vem a inspiração.
Depois… bom, não é fácil crescer na mesma casa com dois dos autores do Pão Comanteiga e não ficar ligeiramente afectado, sobretudo quando um deles é o nosso pai. Para quem não sabe, o Pão Comanteiga era um programa de rádio, da Rádio Comercial, apresentado pelo Carlos Cruz, na altura em que ele não era o mesmo homem que agora apresenta as “Noites Marcianas” (vómito!) e que constava de montes de música bestial (o tema de abertura era o “Head Hunters” do Herbie Hancock, um disco que aconselho vivamente), acompanhada ou intervalada de textos, diálogos, histórias e aforismos escritos pelo meu pai, Artur Couto e Santos, pelo José Duarte, José António Pinheiro, Mário Zambujal e mais uma série de tipos que se me pedirem agora, não consigo lembrar dos nomes. Havia também uma revista e foram editados dois livros.
Portanto aí têm, as minhas ideias, inspiração e afins vêm do meu pai, daquela altura (para conhecerem algumas coisas do Pão Comanteiga, podem sempre consultar o site dele) e dos livros do Mário Henrique Leiria… e provavelmente de outras coisas que nunca me dei ao trabalho de analisar :)
Disse que tinha estado a acabar de escrever uma história. Tratata-se de mais um dos “Sem Contos”.
Quando andava na Faculdade, comecei a escrever uma série de histórias, que entitulei de “Sem Contos”. A ideia era, obviamente, escrever 100 histórias, sem história. Já tenho 22 escritas, das quais 6 estão online.
Hoje terminei, precisamente, a 22ª, que é também a 6ª que coloco online. Chama-se “Corn Flakes”. Já há muito, mas muito tempo, que não escrevia nenhuma história. Já nem faço ideia há quantos anos terei escrito a última e esta, “Corn Flakes”, estava começada desde o ano passado. Hoje terminei-a, í s 3 da manhã, espero que gostem.
A meu ver, este é também um post importante. Descobri há pouco tempo o “About” aqui do teu site, e já nem me recordo muito bem se falavas por lá acerca da tua forma de te inspirares para as histórias, mas aqui explica.