República Monárquica

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

Esta é uma daquelas semanas em que segunda-feira é dia dois e depois todos os dias batem certo com o nome do dia da semana, o que facilita um pouco a vida de quem normalmente não sabe que dia é.

Hoje é dia da Implantação da República. Somos uma República desde 1910, há portanto 90 anos. O que é miseravelmente pouco em termos históricos. Neste dia “celebrativo”, terei que deixar algumas notas essenciais sobre a minha visão de regimes de governos.

Ora vejamos…

Somos uma República, temos um governo republicano, um Presidente da República e o nosso nome oficial é “República Portuguesa” ou “República de Portugal”, não sei ao certo. Então vamos analisar uma pergunta muito simples: “Como é possí­vel ainda existirem tí­tulos nobiliárquicos no nosso paí­s?”.

Pensemos nisto. Temos um D. Duarte, Duque de Bragança, Herdeiro do Trono. Ora… correct me if I’m wrong… eu tinha ficado com a sensação que não há trono nenhum.

OK, eu compreendo… se algum dia voltarmos a ser uma Monarquia, há que manter a linhagem para sabermos afinal quem vai ser o filho da mãe absolutista que se vai sentar na cadeira, o que eu não compreendo é como é que numa República essas pessoas são apresentadas pelo tí­tulo. Isto não me parece congruente.

Se encontro o cidadão Jorge Sampaio na rua, posso dirigir-me a ele como “caro concidadão”, embora provavelmente “Sí´ p’res’dente” seja mais comum. Agora nunca me passaria pela cabeça encontrar o chamado D. Duarte e trata-lo por “Dom” ou por “Senhor Duque”. Para mim não existem Duques… sobretudo porque sinceramente nunca aprendi que o paí­s seja dividido em Ducados.

E se esse senhor é o suposto herdeiro do eventual trono, ainda podemos condescender í  sua Real Pesporrância, mas outros senhores existem que são apenas conhecidos pelos seus tí­tulos falsos, como o Marquês disto e daquilo ou o Conde de não sei onde.

O povo gosta disto. Não sei porquê, mas gosta. Toda a gente adora a monarquia, é uma espécie de passatempo nacional. Ainda mais incrí­vel são os putos do Duarte, que todos chamam de “infantes”. Ora porra, vão-se mas é lixar! Recuso-me a aceitar que vivamos numa República que se dobra e baixa as calças í  Monarquia. É como que um medo latente… se um dia os sacanas dos monárquicos tomam o poder, é melhor que demonstremos a necessária subserviência, tratando os miúdos de 2 anos por Dom Isto e Dom Aquilo, para ver se não vamos parar í  forca.

Não compreendo como é que nesta altura ainda se considera apelativa a ideia de totalitarismo polí­tico… E sinceramente acho ainda mais degradante para a Monarquia, continuar a aceitar ser um espectáculo público de paí­ses que são, essencialmente, Republicanos, mas que mantêm os seus prí­ncipes e reis como fantoches ridí­culos a viver de amplas fortunas e a produzir o ocasional escândalo para vender Holas.

Obviamente que a humanidade ainda está muito longe de estar preparada para a Anarquia, um modelo de governo verdadeiramente utópico. Sobretudo quando falamos de uma humanidade que liga anarquia e caos na mesma frase e que se recusa a compreender a anarquia como um sistema harmonioso e equilibrado de verdadeira cooperação humana.

Nada esteve tão perto deste conceito como a Internet e embora isto pareça ter pouco a ver com o meu discurso í cerca da monarquia, eis a ligação: a mente monárquica representa o exacto oposto da mente “internética”. A monarquia está marcada por todos os erros governativos da humanidade, desde o absolutismo polí­tico até í  união de religião com estado e a Internet no seu todo, com todas as possibilidades que integra é provavelmente o topo da liberdade individual.

Venham dizer-me que hoje em dia a Monarquia já não é absolutista, opressiva, religiosa… então não é Monarquia, é palhaçada… mas lá que vende Holas…

E agora, permitam-se um rude exagero estilí­stico:

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5 comentários a “República Monárquica”

  1. Maria says:

    Depois de ter lido o seu post, ainda me sinto mais monárquica!
    Em pleno séc.XXI com tantas Monarquias Europeias ainda se dizem disparates desses.
    Fique sabendo que faz todo o sentido comparar o progresso das Monarquias Europeias de hoje, com o nosso atraso por sermos uma república!
    E já falta pouco para Portugal bater no fundo! Os republicanos merecem e cá se fazem, cá se pagam e a hora vai chegar dentro em breve de vermos os céus de Portugal com as verdadeiras bandeiras nacionais porque a vossa é terrorista porque foi inspirada na bandeira da carbonária.
    VIVA A MONARQUIA!
    VIVA DOM DUARTE PIO DE BRAGANí‡A!
    VIVA A FAMíLIA REAL PORTUGUESA!
    VIVA PORTUGAL!

  2. Maria says:

    Pobre é o sr. mas pobre de espí­rito que ainda é pior!!! Em pleno séc. XXI ainda acredita em repúblicas que só desgraçam o povo!
    Eu não digo, que o mal de Portugal é o povo? Não prestam mesmo!
    VIVA A MONARQUIA!

    • Oh Maria, rica, que obsessão, hem? Admiro esse seu amor por ser dominada pela famí­lia real e tratada como plebeia… bom, espere lá, se calhar a questão é que a menina acha-se nobre, aí­ a coisa já lhe cheira bem, não é?

      Tal é a dedicação í  causa, que vem comentar um post com DEZ ANOS! Isto é digno de nota. Viva o Rei! Seja lá quem for…

  3. Marcus says:

    Aqui se fala em restaurar a monarquia também, 120 anos após a proclamação da república de bananas. Viva a monarquia, viva o Duque de Bragança, D. Luiz e a famí­lia Orleãs e Bragança! Saudações do Brasil. Para a Maria, pois de pessoas que padecem de esquerdopatia já bastam os que tem aqui em terras tupiniquins.

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