Publicado em , por macaco
A pé às 5 da manhã para terminar o tratamento. Saàde casa já quase às 8 o que já tornou algo difícil arranjar lugar no parque enorme do Hospital… deixem-me explicar mais esta saloíce (isto é palavra?) portuguesa… é que há dezenas de pessoas que, preparem-se para o choque, usam o parque do Hospital como parque privativo.
Acreditem. Como se pode entrar à vontade no recinto do Hospital, cada vez são mais os tipos que deixam o carrinho ali e depois, das duas uma, vão apanhar o combóio que é um pouco mais à frente, ou descem calmamente a escadinha da ponte do Pragal e vão apanhar a camioneta para Lisboa no garrafão das portagens da ponte… portanto, das 7-8 da manhã, até à hora que o pessoal volta do trabalho, é praticamente impossível para uma pessoa que vá fazer uma consulta, um tratamento ou um exame ou seja o que for, estacionar o seu carro no parque do hospital.
Acho que os portugueses são muitas coisas, assim como todos os outros povos são tantas outras coisas igualmente más…. mas o que me irrita a mim mais é a total e completa falta de respeito do nosso povinho. Mete impressão.
E foi bem demonstrada, mais uma vez, minutos depois de ter saído do carro e ter ido para a imagiologia do Hospital, esperar a minha vez no secretariado… houve uma puta duma velha (perdoem o meu francês), que conseguiu ir saído da fila até passar à frente de uma 6 pessoas, eu incluído e ser atendida mais depressa… tinha cara de besta quadrada e nem a porra do nome sabia escrever, claro… nunca tinha visto ninguém demorar tanto tempo a desenhar um “m”. Quase que me apeteceu dizer: “a senhora até analfabeta é, mas de estúpida tem muito pouco…”, mas fiz um pacto comigo mesmo há muito tempo para nunca me meter em assuntos destes, não vale a pena.
Bom, esperei um bocado na sala de espera (how convenient) e depois fui chamado, desta vez era uma sala diferente. Deitadinho na mesa de aço (alumínio?) começaram as chapas iniciais… desta vez foi um sucesso, a preparação estava bem feita, podia avançar-se com as radiografias.
Primeiro que tudo foi preciso injectar-me o líquido de contraste, que foi muito giro, porque assim que começaram a injectar deu uma sensação de calor, tinha as extremidades a arder, sobretudo as orelhas e *ahem* enfim… as jóias de família. A sensação passou relativamente depressa e não houve outras reacções, pelo que se pôde continuar o exame: eu não era alérgico ao produto.
De quanto em vez lá me gritavam: “não respira!” e eu quietinho, via a câmara de raio-x (não se deve chamar assim, mas pronto), a sobrevoar-me para tirar mais uma chapa.
Depois veio a parte má. Não vi bem o objecto, mas imagino algo em forma de ponte, com dois pilares e um tabuleiro entre os dois, de pequenas dimensões, um pouco maior que as peças de ponte do lego duplo, digamos. Foi-me colocada a peça sobre a barriga e depois puseram-me um plástico transparente por cima, tipo cling film, que prenderam dos dois lados da mesa e apertaram… apertaram e votaram a apertar até eu ficar azul. Foi mesmo a parte pior, quase que tive vómitos e comecei a suar abundantemente, embora me tentasse concentrar no detector de fumos que tinham no tecto para descontrair, a verdade é que aquela porcaria apertava MESMO. Bom, foram 5 minutos apertado, depois chapa, depois desapertado e outra chapa. Não sei quantas chapas foram ao todo, mas finalmente acabou.
Ainda houve uma parte chata: a minha veia começou a sangrar quando me tiraram a agulha do braço e não parava. Tenho um penso enorme no braço e suspeito que vou encontrar um grande hematoma quando o tirar amanhã.
A seguir vinha a fase 2, ou seja: tinha que encher a bexiga e voltar lá para fazer mais duas chapas. Boas notícias: podia comer.
Fui ao (excelente) bar do Hospital, que tem sempre coisas óptimas e devorei um croissant com manteiga e fiambre e uma bica. Nem senti o croissant passar pela partida e receber os 2000… Comprei uma garrafa de 1,5 l de água e fui para o carro ouvir música e beber.
Não é fácil beber litro e meio de água em pouco tempo, mas consegui, sem ficar muito mal disposto. A seguir foi passear por ali à espera que a agua chegasse à bexiga. Chegou. Voltei à imagiologia e ainda esperei um bocadão, havia uma confusão qualquer na sala onde eu tinha estado e já tinham à porta o equipamento de reanimação… confesso que me senti muito tentado em pegar nos eléctrodos e gritar “CLEAR!!!” e depois dar um valente choque ao coitado que estivesse mais próximo… hehe, aquilo dá vontade de brincar… depois de meia hora a ler os comandos e avisos doa aparelhagem de reanimação, lá apareceu um tipo que me levou para a sala onde tinha estado na primeira vez, há duas semanas. Chapa com a bexiga cheia, chapa com a bexiga vazia and go home.
Volto daqui a dez dias para sacar os resultados. Depois logo se vê.
Vim para casa e encomendei uma pizza familiar com ananás, pimento e fiambre, o que até nem foi boa ideia porque fiquei um bocado mal disposto… para quem não come desde segunda-feira, acho que não foi a melhor opção.
Passaram por cá os meus pais, estiveram um bocadinho e depois fui continuar a tarefa… ah… sim, a tarefa: é que o windows foi ao ar outra vez… e por muito que eu odeie o windows, devo dizer que tenho impressão que é capaz de ser altura de mudar de disco.
Bom, pus o windows 98 antigo (não o second edition) a instalar e fui-me deitar… acordei 5 horas depois… O Quake III continua a não funcionar, portanto não tinha nada a ver com o Second Edition… estou a ficar farto disto, confesso…