Publicado em , por macaco
Domingos são dias seca normalmente, hoje teve a particularidade de estar “doente”. Ponho entre aspas porque não estou doente, claro, mas acho que apanhei uma constipação ontem à noite, na rua em Lisboa, estava um frio de rachar. A Dalila também está um bocado mal… dá logo aquela moleza, peso na cabeça, dores no corpo (fora as que já tenho provenientes do Kung Fu). Eu ODEIO estar doente, estar num estado debilitado com cara de atrasado mental e sem força para fazer nada.
Bom, o dia foi do mais básico, incluiu cozinhar um bocado e lavar e estender alguma roupa. A Dalila fartou-se de trabalhar para as aulas dela da próxima semana, que lhe estão mesmo a dar que fazer. Voltou a estudar História de Arte e tudo, para poder dar aulas.
Eu ia-me agora deitar sem escrever grande coisa, mas apeteceu-me escrever, porque estive a ver um bocado de MTV (eu sei, não devia…) e vi… o mais recente vídeo do Will Smith, do seu novo álbum, muito originalmente intitulado “Willennium”. A música era inteiramente cuspida em cima do ritmo e refrão do “Rock The Casbah” dos Clash. Imagine-se: um rapper a “cantar” por cima de uma música punk. No entanto era isso mesmo… pareceu-me logo familiar, demorei um bocadinho, mas o refrão é mesmo identificável e a partir daàpercebe-se que a música está lá, inteira, por baixo dos “huh, huh” constantes, típicos desde rap exibicionista e multimilionário que caracteriza esta década.
Logo imediatamente de seguida a MTV apresenta as Salt’n’Peppa… or so they say, porque o que eu comecei a ouvir foi o “Another Brick in the Wall part 2”, mais vulgarmente conhecido pelo público geral por “we don’t need no education”, dos Pink Floyd… o riff de guitarra, a linha de baixo TAL E QUAL raspada de uma música e enfiada ali, com esses supostos grandes artistas do rap falando coisas imbecis e gemendo por cima, exibindo roupas luxuosas e mulheres seminuas… no fundo o Dave Gilmour e o Roger Waters continuavam a dar o seu contributo…
Não compreendo quem permite isto. Eu não tenho nada contra o uso de samples… aliás, gosto muito, por exemplo, dos Portishead, que usam samples com grande frequência… no entanto nos seus discos vem bem referido de quem é a sample, aliás, os autores da música de onde são retiradas as samples são creditados como co-autores da nova música que os Portishead compuseram sobre essa sample… Neste caso apenas vemos uma série de pop stars multimilionárias americanas a abanar o rabo, aproveitando-se de uma música, escrita e tocada por músicos a sério, grunhindo uns “huh, huh!” e uns “in da house” por cima para ganharem ainda mais milhões de dólares.
Deviam, claro, ser presos.