Jantar de aniversário do Paco

Publicado em , por Pedro Couto e Santos

17:10

Estou a apanhar uma seca monumental hoje… Bolas, que já não apanhava uma seca assim há muito tempo…

Fui ao ginásio de manhã com a Dee, depois ela pirou-se para Lisboa, para, mais uma vez, dar uma ajudinha í  Carla que se está a instalar na sua nova casa na Graça.

Depois passei o dia todo aqui a fazer de parvo. Que SECA!

Ainda tentei jogar um bocado de Quake II mais o Nelson, mas não só somos os dois uns nabos naquilo, como as nossas ligações são uma porcaria como o meu computador crashou a meio.

Depois fui tocar um bocado, mas com a falta de prática que tenho, já não me sai uma única música de jeito, já não dá gozo.

Depois fui ver TV: seca. Foi giro ver mesmo o fim da final de Rugby entre a Austrália e a França, que a Austrália ganhou. Mas eu até nem gosto muito de Rugby…

Agora acabei de tentar um teamplay de Quake III no server da Telepac e, claro, fiquei na equipa que estava a perder por 28 a 2… Seca, pirei-me…. ainda por cima era o “The Longest Yard”, aquele ní­vel que eles dizem para nem tentares jogar se não tens uma T1…

Daqui a bocado vou para Lisboa, comprar uma prenda ao Paco e ter com a Dalila para irmos ao tal jantar… acho bem que isso não seja uma seca, porque já não estou para aturar muito mais.

Tenho fome, apercebi-me agora que hoje ainda só comi duas torradas, í s nove da manhã.

17:33

Estou mesmo completamente enfarilhado… até estou a ouvir as Spice Girls, uns MP3 que só Odin sabe porque aqui tenho (se calhar porque í s vezes ouço)… incrí­vel, que bosta de música esta, porque raio estou a ouvir isto?

Pus o subwoofer no máximo, a minha vizinha de baixo já me devia odiar muito antes disso, mas pronto, ela não diz nada, eu não pergunto.

Merda, acho que já devia ter ido para Lisboa ao tempo… vou chegar atrasado de certeza e ainda não comi.

J toda a gente ouviu muitas vezes a expressão que “a vida precisa de um botão de rewind/erase” (aliás, os Cardigans têm uma música chamada “Erase and Rewind”, o que suponho que queira dizer: apaga e rebobina para começar a gravar de novo e não o habitual, rebobina e apaga)… anyway… Acho que faziam falta outras funções í  vida, como por exemplo: um skip track dava-me um jeito do caraças agora mesmo, saltava já para amanhã, porque hoje, “hoje” em si, não me está a apetecer.

Um botãozinho de quick-review para reviver os, digamos, últimos 30 segundos da vida í s vezes fazia imensa falta… por exemplo, quando temos aquelas sensações estupidamente boas, como, quando recebemos o cheque de um trabalho complicado, ou quando o Benfica marca um golo (esta é só para irritar os anti-futebolí­sticos aí­ fora). ‘Blip’: carregava-se no botão e vivia-se outra vez aquele bocadinho… aliás, há bocadinhos que me ocorrem que não me importava de reviver umas três ou quatro vezes de seguida.

De certeza que o paco usaria o tal botão para ouvir a Cat dizer coisas perfeitamente normais, mas que o deixam babado (é o dever dele), vezes e vezes sem conta.

Também gosto do botão de alta temperatura das máquinas de lavar pratos… 70 graus centí­grados… raios! quente! Aquilo escalda mesmo a louça… as pessoas também deviam ter um botão parecido, tipo… hum… ser mesmo bom durante um bocado. Por exemplo, carregar no botão de “super-lavagem”, entrar numa arena de Quake 3 e limpar tudo em 5 segundos, sem hipóteses para os 45 adversários.

Claro que um reset “goes without saying”. Por exemplo, o meu cérebro precisava de um reboot agora mesmo… tenho impressão que estou prestes a crashar. Bem, acho que vou para Lisboa chatear-me mais um bocado.

fim da noite

Não há dúvida que o dia melhorou um bocado.

Primeiro fui í  vadeca do Chiado comprar o “Boys for Pele” da Tori Amos que resolvemos oferecer ao Paco, para ver se ele gosta. Não havia. Dos cinco albums tinham apenas o mais recente. Tudo bem, abriram í  pressa, aina não têm o stock como deve ser.

Alguém devia, porém dizer-lhes (e insisto), que deviam ordenar os artistas pelo apelido (Amos, Tori, em “A” e não Tori Amos, em “T”) e não pelo primeiro nome que fica reservado í s bandas (Pink Floyd e não Floyd, Pink)… basta darem um salto í  Virgin ali nos Restauradores, para verem como se faz. Basta irem a qualquer loja de discos em Londres para verem como está feito… Já nas bibliotecas é a mesma coisa, procuramos Fernando Pessoa em “Pessoa, Fernando”… senão que quantidade de “Fernandos” terí­amos que percorrer em busca do “Pessoa”?

Adiante. Comprei o disco da Virgin. O Paco pareceu interessado, o que já não é mau… não sabemos se vai gostar.

Depois começaram a chegar mais pessoas, nomeadamente o Cunhado e a Ana Lúcia de quem eu já tinha lido coisas mas nunca tinha conhecido (ou tinha?)… ela pareceu-me familiar. Gostei dela embora não tenha percebido (ninguém me explicou) onde encaixa no esquema universal das coisas.

Fomos para o restaurante onde chegaram mais pessoas. Umas conhecí­amos, outras não. O Paco não nos apresentou a ninguém, o que é uma falta de etiqueta monumental e deve vir já amanhã na Caras no artigo: “Advogado de Semi-Sucesso dá Festa. Esquece-se de apresentar pessoas umas í s outras”.

Enfim, o jantar foi giro e no fim houve um bolo de chocolate excepcional.

Voltámos para casa do Paco mais um bocado, mas o pessoal já estava cansado e comçou a debandar. Nós, que nos tí­nhamos levantado cedo e estado no ginásio e tal, aproveitámos a boleia do Cunhado, provavelmente numa das suas últimas idas a casa dos pais para dormir. Ele também estava estafado. Amanhã provavelmente vai tornar-se mais um habitante da cidade de Lisboa, a nossa cidade, ao fim e ao cabo, embora estejamos aqui confinados a viver nos seus deprimentes subúrbios.

O Paco portou-se relativamente bem (excepto naquela falha estrondosa… é que nem o próprio irmão nos apresentou!), a Joana estava o máximo, já de barriga (em que o Careca não hesitou em meter o dedo) e ainda por cima tinha as unhas pintadas daquela cor linda burgundy muito escuro, que me faz sempre lembrar a Molly do Neuromancer; sobretudo agora que estou a reler o Neuromancer e ela tem mesmo as unhas pintadas daquela cor, só que tem implantadas lâminas duplas de 4 cm e retracteis por baixo.

A Dee também costuma usar aquela cor. Adoro.

E pronto, paco, podes assinalar mais uma marca na tua lista de “jantares bem organizados”.

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